Estatais federais lucraram R$ 1,3 trilhão em 2024 e investiram R$ 96 bilhões na economia

Relatório Agregado das Estatais Federais de 2024, divulgado no final de agosto pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos,  consolida resultados das 44 empresas controladas pela União, que responderam por 5,4% do PIB do Brasil

[Com informações do MGI/Governo Federal]

As estatais federais brasileiras alcançaram em 2024 um faturamento inédito de R$ 1,3 trilhão, reforçando sua importância estratégica na economia nacional. O dado, divulgado no último 22 de agosto pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), integra o Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais de 2024, que consolida o desempenho das 44 empresas estatais sob controle direto da União.

Segundo o documento, essas empresas são responsáveis por mais de 440 mil empregos diretos e respondem por 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, foram R$ 96 bilhões investidos em áreas estratégicas ao longo de 2024, valor 44,1% superior ao ano anterior e 87,2% ao de 2022.

O relatório mostrou também que os ativos das estatais somaram R$ 6,7 trilhões, com avanços anuais de 4,9% no faturamento e 10,9% nos ativos, números que reforçam a robustez patrimonial das estatais federais .

O documento demonstrou ainda que, “sob a ótica do Estado como investidor, para cada R$ 1 do orçamento federal direcionado às estatais – essencialmente para serviços de saúde e pesquisa, R$ 2,51 voltaram aos cofres públicos sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio, demonstrando robustez financeira e contribuição expressiva para a economia nacional”.

Em 2024, as estatais distribuíram R$ 152,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. Desse montante, R$ 72,1 bilhões (47%) foram destinados ao governo federal e R$ 80,4 bilhões (53%) para os demais acionistas.

O relatório destaca não só a dimensão financeira, mas também o papel social, ambiental e estratégico das estatais na construção de um país soberano, justo, digital e sustentável. Entre 2023 e 2024, as estatais aplicaram R$ 106 bilhões em ações do Novo PAC. Bancos públicos ampliaram em 2024 para R$ 500 bilhões o total de crédito disponível para a reindustrialização verde, digital e inclusiva do programa Nova Indústria Brasil. E, alinhadas ao Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica, são inúmeras iniciativas de descarbonização, recuperação de áreas degradadas e mapeamento de ativos naturais lideradas por empresas como Petrobras, Embrapa, SGB, EPE e PPSA.

O exercício de 2024 concretizou marcas históricas para diversas empresas estatais federais. A Petrobras, apesar do lucro menor causado pela variação dos preços internacionais do petróleo e por outros fatores não recorrentes, e o setor de portos bateram recordes produtivos. Bancos públicos expandiram crédito para agricultura e habitação em volume sem precedentes e deram apoio operacional a políticas públicas como o Plano Safra, Pronaf e o Minha Casa, Minha Vida.

Entre os destaques estão:

  • O Serpro registrou o maior lucro líquido de sua trajetória, com R$ 685,2 milhões.
  • A Conab obteve seu segundo melhor lucro em cinco anos (R$ 14,1 milhões).
  • Embrapa e Codeba atingiram recordes de faturamento — R$ 58,5 milhões e R$ 285,9 milhões, respectivamente.
  • Dataprev, Imbel, Petrobras e Porto de Santos (APS) apresentaram as receitas mais elevadas desde 2020.
  • A Companhia das Docas do Rio de Janeiro, a Codeba e a APS viram recordes de toneladas movimentadas.
  • O Banco do Brasil atingiu a maior carteira de crédito agropecuário de sua história, de R$397 bilhões.
  • A Caixa representou 67,2% do crédito imobiliário e direcionou R$ 105 bilhões ao Minha Casa, Minha Vida
  • O BNDES realizou a maior injeção de crédito de sua história, com R$ 276,5 bilhões, e alcançou a maior carteira de crédito desde 2017, de R$ 584,8 bilhões, e a menor inadimplência do sistema financeiro (0,001%);
  • Na saúde, os três grupos hospitalares federais (Ebserh, Conceição e HCPA) somaram mais de 9,4 milhões de atendimentos, 474 mil internações e 416 mil procedimentos cirúrgicos.
  • A Hemobrás inaugurou a primeira fábrica de Fator VIII recombinante do país.
  • Correios, Telebras, Conab e outras doaram alimentos e forneceram apoio logístico às equipes de resgate e às comunidades afetadas por eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul e na Amazônia.