Movimento sindical não aceita punição de grevistas

A tentativa da Petrobrás em criar uma comissão, para apurar “excessos” dos petroleiros durante a greve, é o principal obstáculo para que o movimento sindical da categoria chegue a um entendimento com a empresa para encaminhamento de uma proposta aos trabalhadores.

A informação foi dada há pouco pelo coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, em entrevista à Web Rádio do sindicato. Ele participou ontem das negociações com a empresa e, hoje, está em Macaé.

“Não tem como o movimento sindical aceitar qualquer proposta que inclua a possibilidade de punição de trabalhadores. A empresa tem que entender que foi ela que começou a agir de modo truculento, inclusive quando cortou as comunicações com as plataformas”, disse José Maria.

Ele também lembrou que “o governo Lula é o governo da anistia e da geração de empregos, e a Petrobrás não pode se pautar pelo contrário, com punições e demissões”.

O sindicalista antecipou que houve avanços em praticamente todos os pontos reivindicados pelos petroleiros, mas que não poderia adiantar quais seriam estes avanços em razão de não estarem formalizados. “Este tipo de coisa a gente só pode dizer depois que está oficializado”, advertiu.
 

Assembleias

José Maria também chamou todos os petroleiros em greve para participarem das assembleias do final da tarde de hoje, ás 17h, nas sedes do sindicato em Campos e em Macaé, e à 0h em Cabiúnas. Ele explicou que desta vez não serão realizadas assembleias nas plataformas em razão das unidades estarem com equipes de contingência na operação.

“Com raríssimas exceções, uma delas é a P-40, quase não há mais grevistas a bordo. Por isso seria incoerente colocar pelegos para votar o destino do movimento. Os grevistas desembarcaram e participarão das assembleias no sindicato”, explicou o coordenador do NF.