O 5 de Outubro, que se aproxima, é Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A data foi criada em homenagem ao petroleiro Roberto Viegas Kapra, que morreu em 2004 em decorrência de leucemia mieloide aguda, ligada à exposição à substância cancerígena. A data visa conscientizar sobre os perigos do benzeno e protestar contra a falta de fiscalização.
O Sindipetro-NF atua com muita intensidade no combate à exposição ao benzeno. No último dia 19, por exemplo, a entidade foi representada pelo diretor Alessandro Trindade em audiência no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Rio de Janeiro, com a auditora fiscal do trabalho, Ana Luiza Horcades. O movimento sindical formalizou a solicitação de reabertura da Comissão Estadual do Benzeno.
Trindade informou que os sindicalistas relataram à auditora diversas situações de exposição ao benzeno na indústria do petróleo no Estado do Rio de Janeiro. Sobre a Bacia de Campos, o sindicalista apontou casos como os que envolvem a P-40, as plataformas de Vermelho e a base de Cabiúnas.
“Dando continuidade a essa ação conjunta entre terra, mar e refino, nós estamos aqui para poder lutar pela saúde do trabalhador, porque casos têm ocorrido na Bacia de Campos e nos terminais. Nós não aguentamos mais ver os nossos companheiros petroleiros com doenças cancerígenas oriundas do Benzeno. Então, essa ação conjunta aqui é a representação da luta de classe de todos os trabalhadores do Rio de Janeiro da área petroquímica”, protestou.
Entre os sindicalistas presentes à audiência também esteve o diretor da CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), Antônio Carlos Bahia, que destacou o apoio da confederação à luta dos Sindipetros: “estamos apoiando de forma direta essa decisão dos Sindipetros e queremos trazer também junto outros companheiros que estão expostos a essa substância cancerígena. O benzeno mata”.
Debate na Fundacentro
Como parte das atividades que envolvem a luta contra a exposição ao benzeno, a Fundacentro, maior referência brasileira no tema, vai promover, no próximo dia 3, debate com lideranças sindicais, representantes do governo e especialistas em saúde ocupacional no seminário “Benzeno e cancerígenos: avançar na proteção da saúde dos trabalhadores”.