Das Imprensas do NF e da FUP – O Sindipetro-NF realiza, nesta manhã, Ato Público no Heliporto do Farol de São Thomé, como parte das atividades nacionais que marcam o aniversário de 72 anos da Petrobrás, com o tema “Por um Brasil Soberano e contra as privatizações”. A categoria petroleira, que está em Campanha Reivindicatória, também está mobilizada pelo atendimento à sua Pauta de Reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho e demais demandas históricas, como as que envolvem o Plano de Cargos e uma solução para os equacionamentos na Petros.
“Várias unidades nossas fecharam, são postos de trabalho. Foram privatizadas, vendidas, entregues. O NF vai ser ponta de lança de uma grande luta, estamos chegando em um momento decisivo. Todo mundo deve ficar atento às informações do sindicato. A gente vai fazer sim a luta política, mas vai fazer também a luta de enfrentamento”, afirma o diretor do Sindipetro-NF, Guilherme Cordeiro, uma das lideranças sindicais que participam na manhã de hoje do ato no Farol.
Também falando em defesa da Petrobrás, o diretor Johnny Souza destacou que a companhia “é muito importante. Se não fosse a Petrobrás não haveria desenvolvimento do petróleo no nosso país como teve. Eu tive a oportunidade de ir a Angola, que também produz petróleo, mas sabem como? O gringo chega lá, tem a Total, que é francesa, tem a BP, que é a Inglesa, tem a Chevron, dos Estados Unidos, suga o que pode, nem gera emprego para a população local, e depois mete o pé”.
O coordenador geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, lembrou em sua fala o papel fundamental que a Petrobrás tem para gerar empregos, inclusive, no setor petróleo privado. “A gente viu o que aconteceu há alguns anos quando a Petrobrás foi enfraquecida. Tinha empresa privada pagando salário mínimo para petroleiro embarcado, tinha companheiros nossos trabalhando como Uber. A gente lembra das demissões em massa. Quando se enfraquece uma empresa estatal, a consequência é para todo mundo. Até hoje a gente sofre com o sucateamento que foi feito na Bacia de Campos, muitas plataformas ainda com problemas de integridade, com problemas em rotas de fuga, nos equipamentos de segurança, nos botes, guindastes, bombas de incêndio”, apontou Borges.
Além dos atos regionais, como o que o Sindipetro-NF realiza, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) chamou atos nacionais nas usinas da PBio, em Minas Gerais e na Bahia, em reação aos retrocessos que ameaçam o futuro do Sistema Petrobrás e impactam diretamente a vida dos trabalhadores e a soberania nacional. A PBio está sob ameaça de privatização.
“Em plena campanha reivindicatória, a diretoria da Petrobrás Biocombustível informou aos empregados que está em curso um projeto que pode significar, na prática, a privatização das usinas, por meio de um modelo de parceria com o setor privado, similar ao da Brasken. Segundo declarações feitas por um diretor da subsidiária, os trabalhadores seriam todos transferidos para a Petrobrás holding, via cessão, o que não garante a estabilidade, ao contrário da reivindicação histórica da FUP de incorporação desses empregados”, adverte a FUP.
A Federação também informa que outro projeto de parceria já foi implementado pela diretoria da Petrobrás nos contratos de operação e manutenção das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe, terceirizando os postos de atividades-fim, o que tem sido questionado pela FUP e seus sindicatos.
“Além de precarizar as relações de trabalho, esse modelo de negócio fragiliza o Sistema Petrobrás, na contramão da soberania nacional e do que os trabalhadores e as trabalhadoras defendem para a transição energética justa. Ou seja, é um ataque frontal ao processo de negociação coletiva e ao projeto político que foi eleito nas urnas e é defendido pelo acionista majoritário da estatal”, protesta a entidade.
Os atos tiveram início com esquenta nas bases do Sindipetro Unificado. Houve mobilizações na terça (30/09), no Terminal da Transpetro, em São Caetano do Sul; na quarta (01/10), na Recap e ontem (02), na Replan. Nesta sexta, além do Heliporto do Farol (Campos / NF), há mobilizações no Terminal de Barueri (SP), e nas refinarias Lubnor (CE), Abreu e Lima (PE), Revap (São José dos Campos/SP), Reduc (Duque de Caxias/RJ) e Repar (PR). Na Refap (RS), o ato foi cancelado em função do temporal que atinge a região de Canoas.
Reconstrução da Petrobrás
Aos 72 anos, a Petrobrás é orgulho para o povo brasileiro e, principalmente para as várias gerações de trabalhadores e trabalhadoras que estão por trás de cada resultado da empresa. Os petroleiros e petroleiras trazem em seu DNA a luta popular da campanha “O petróleo é nosso” e a resistência contra os ataques permanentes que marcam a história da Petrobrás.
A luta da categoria ao longo dessa última década salvou a estatal do projeto de privatização que teve início com a operação Lava Jato e se intensificou nos governos Temer e Bolsonaro, com a venda de subsidiárias, de refinarias, de campos de petróleo e de outros ativos estratégicos. Os trabalhadores e as trabalhadoras resistiram e conseguiram, com a eleição de Lula, reverter parte desse projeto.
A Petrobrás está sendo reconstruída, uma nova geração de petroleiros e petroleiras ingressou na empresa, com a retomada dos concursos públicos, mas a luta contra os retrocessos é permanente. Por isso, nesse 03 de outubro de 2025, a categoria está mobilizada nas bases, resistindo, mais uma vez, às ameaças de privatizações e de precarização das condições de trabalho que estão no centro do novo modelo de negócios de parcerias que a atual gestão vem implementando à revelia dos sindicatos.
[Fotos: Luciana Fonseca / Para Imprensa do NF]