Explosão dia 8 na Fafen-PR causa preocupações sobre segurança e qualidade dos serviços de prestadoras

[Da comunicação do Sindipetro PR/SC]

Uma forte explosão na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), em Araucária, assustou os trabalhadores e a comunidade do entorno da planta industrial. A ocorrência na tarde de quarta-feira (08) causou incêndio, que foi rapidamente controlado pela brigada interna, e um grande volume de fumaça preta.

O acidente ocorreu no bunker do compressor de oxigênio da unidade 10 da Fafen-PR. Segundo a gestão local, o fato aconteceu durante a partida de uma das unidades e não houve feridos, apenas danos materiais.

Para o coordenador do Sindiquímica-PR, Rodrigo Maia, a ocorrência não se trata de um simples acidente e deve ser investigada de forma criteriosa, pois há indícios de falhas técnicas durante a manutenção da fábrica. “Na semana passada, notamos duas situações graves. Primeiro foram encontradas soldas de baixa qualidade na caixa da planta de separação de ar, mas que teriam sido aprovadas em inspeções, embora não atendessem aos padrões mínimos de qualidade exigidos por normas técnicas e contratuais. Depois foram verificadas buchas de estopas no interior de tubulações e de compressores de nitrogênio. Chegamos a suspeitar de sabotagem”, desconfia.

Ainda segundo Rodrigo, são falhas inaceitáveis, que colocam em risco a segurança dos trabalhadores, das instalações e da própria operação da fábrica. “Esses fatos levantam sérias dúvidas sobre a qualidade dos serviços contratados e a efetividade das inspeções sob responsabilidade da Petrobrás e das empresas prestadoras de serviços. Estamos muito preocupados em relação à partida da Fafen-PR nessas condições e também com o baixo efetivo de trabalhadores próprios que foram recontratados” afirma.

Acidentes em série

Na manhã do último sábado (04), outro acidente foi registrado na Repar, unidade da Petrobrás vizinha à Fafen-PR. A unidade U-2200 sofreu um incêndio após vazamento de nafta em um resfriador a ar. A ação rápida da Equipe Organizacional de Resposta (EOR) e dos operadores do Grupo de Turno 4 controlou as chamas e evitou maiores danos. Segundo a gestão da refinaria, não houve feridos nem impactos ambientais, mas a unidade teve suas operações paralisadas.