O Sindipetro-NF participou na última sexta-feira (10), de audiência pública convocada pela Comissão de Trabalho e Seguridade Social, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para discutir a precarização das condições de trabalho e da segurança em postos de combustíveis, com foco nos casos de acidentes envolvendo cilindros de Gás Natural Veicular (GNV). A iniciativa foi da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), que preside a comissão. O sindicato aproveitou a oportunidade para falar sobre um mal que atinge tanto aos frentistas quanto aos petroleiros: a exposição ao benzeno, um agente cancerígeno.
“O mais prejudicado é aquele que está ali, na ponta da bomba. E nós trouxemos a questão do benzeno e a questão da aposentadoria especial. Entregamos à deputada o PL 42, onde petroleiros e frentistas são colocados de fora desse item especial. E comunicamos também a questão da retomada da comissão estadual de benzeno. E precisamos de apoios parlamentares para poder aprofundarmos esse debate, porque o benzeno mata. E a gestão da Petrobras tem sido negligente, como os donos de postos também são negligentes e expõem, tanto o trabalhador off-shore, on-shore, como os frentistas, a esse item cancerígeno que é o benzeno”, relata o coordenador do Departamento do Setor Privado do Sindipetro-NF, Eider Siqueira.
Representando o Sindipetro-NF na audiência, além de Eider, esteve o diretor sindical Alessandro Trindade, que também explicou a urgência do debate em relação ao benzeno: “no decorrer do tempo quem vai adoecer é o trabalhador. Ele é que tem leucopemia, câncer de pâncreas e por aí vai. E são doenças fatais. Então, esse é o nosso debate aqui, enquanto FUP, CUT e CTB. Temos dificuldades mesmo no governo progressista. Pautamos na semana passada, na Procuradoria do Trabalho, a retomada da comissão estadual do benzeno no Rio de Janeiro, mas a bancada patronal tem dificultado a restauração dessa comissão tão importante que foi destruída do governo do Michel Temer”.
“O que a gente sente falta hoje são corpo técnico para poder fazer fiscalização. E o devido cumprimento de tudo. A gente quer saúde para o trabalhador, para que ele não seja exposto a esse agente cancerígeno que não tem cheiro e vem matando a gente. Hoje, a maior assassina disso tudo é Petrobrás. E os postos de combustível também. Então o que a gente precisa da deputada é ajuda para fiscalização, projeto de lei que se faça cumprir a garantia da saúde do trabalhador, deputada. Porque o benzeno mata, ele não tem cheiro e mata”, afirmou o sindicalista durante a audiência.

Além de sindicalistas, a audiência contou com as representações do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Inmetro, da Naturgy e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
[Foto em destaque: Diretores do Sindipetro-NF, Alessandro Trindade e Eider Siqueira, com a deputada Dani Balbi (PCdoB)]