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A SEMANA
Editorial
Não é sobre vingança, é sobre futuro
A aguardada prisão para cumprimento de pena, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve vir na sequência da prisão provisória que passou de domiciliar para executada em dependência da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, provoca justificada sensação de catarse por tratar-se de um dos mais nefastos personagens da história política brasileira.
Alguém que mobilizou — e infelizmente ainda mobiliza — o que há de pior em expressiva parcela da população brasileira, gerando pertencimento e sentido por meio do ódio, da misoginia, do racismo, da desumanidade, não poderia deixar de despertar uma sensação de vingança, de justiça no seu aspecto mais punitivista, entre aqueles que não compactuaram com os seus crimes.
A condenação que o alcançou, pela tentativa de Golpe de Estado que culminou em 8 de janeiro de 2023, nem chega a abranger a totalidade das razões pelas quais este ser abjeto deveria apodrecer na cadeia. As mais de 700 mil vidas perdidas para a Covid-19, das quais, comprovadamente, pelo menos a metade poderia ter sido salva, integram de modo eloquente o conjunto dessa obra macabra.
Mas não se trata apenas de passado. Trata-se sobretudo de futuro. A prisão de Bolsonaro é uma sinalização para que futuras gerações entendam que o Brasil é maior do que o apequenado e mesquinho país que ele tentou construir ao quase destruí-lo. É um aceno, portanto, para a juventude, para o amanhã, para quem está na luta diária pela vida, no corre informal, no trabalho formal, e precisa de democracia, de políticas públicas e de respeito.
Não podemos deixar que o fascismo crie em nós os sentimentos que ele propaga e que viabilizam a sua existência. Como nos ensinou Vitor Martins e Ivan Lins, também em momento de pós obscurantismo, é preciso que nossa esperança seja mais que vingança. Virar essa página e cuidar para que ela jamais volte é construir um caminho que se deixa de herança.
Líder do PT recebe pauta petroleira
No último dia 19, após o encontro com o ministro Boulos (veja na página 3), os dirigentes da FUP tiveram reunião com o deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ), líder do partido na Câmara, a quem reforçaram a necessidade de interlocução do governo com os gestores do Sistema Petrobrás para fazer avançar as reivindicações da categoria. Foram tratados temas como exploração na Margem Equatorial, Fundo Soberano, 14×21, reintegração de demitidos, e aposentadoria especial para expostos a agentes químicos, como o Benzeno.
Luto
Duas perdas no último domingo (23) deixaram a categoria petroleira em luto na Bacia de Campos. Em Pelotas (RS), morreu o petroleiro aposentado Fernando Cleber Teixeira Veiga, aos 63 anos. O companheiro foi filiado ao sindicato até 2020 e atuou, entre outras unidades, na plataforma P-10, na Bacia de Campos. E na Argentina, em decorrência de acidente de moto na Rodovia Nacional 52, próximo a Cerro Overo, morreu o petroleiro Robson Luiz de Souza e Silva, 56 anos. Robson era filiado à entidade, supervisor na plataforma P-52 e residia no Rio de Janeiro. Os dois trabalhadores motivaram muitas mensagens ao logo dos últimos dias que registraram grande apreço da categoria petroleira. O Sindipetro-NF manifesta as suas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho dos dois companheiros. Presente!
Cetco
Petroleiros e petroleiras da Cetco têm reunião setorial nesta quinta-feira (27), às 15h, de modo online para dialogar com a direção do Sindipetro-NF sobre os próximos passos da campanha reivindicatória. A categoria rejeitou em assembleia, no último dia 18, a contraproposta de acordo coletivo feita pela empresa, em razão da falta de atendimento à valorização salarial e às condições de trabalho.
Apoio do NF
O Sindipetro-NF é um dos apoiadores do evento que vai celebrar, no próximo dia 30, às 13h, o aniversário do Bloco Panelada de Crioula, em Macaé. “Vamos celebrar mais um ano de resistência, cultura e ancestralidade, encerrando com muita força e alegria o Mês da Consciência Negra”, convidam os organizadores. O encontro será realizado na sede do Lions Clube – Macaé/RJ (Av dos Jesuítas, 742, Imbetiba).
Negrivivências
O IFF Macaé promove nesta quarta-feira (26) e quinta-feira (27) o Festival Negrivivências. O evento iniciará com um almoço afro no Restaurante Estudantil e contará com oficinas de capoeira e jongo e cine debates. Haverá, ainda, roda de conversa e batalha de rimas sobre Maria Firmino dos Reis, além dos lançamentos dos livros “A descolonização da questão negra: a Fundação Ford e uma nova pedagogia da hegemonia?” e “Memórias que curam: histórias sobre plantas medicinais nos quilombos de Cabo Frio”.
VOCÊ TEM QUE SABER
CD define próximos passos da Campanha
O Conselho Deliberativo da FUP, integrado por representantes de todos os sindicatos filiados à federação, como o Sindipetro-NF, se reúne nesta quinta-feira (27), para avaliar a nova sequência de reuniões com a Petrobrás — iniciada no último dia 17 e que segue até esta quarta-feira (26). Além de fazer a avaliação, o Conselho vai definir os próximos passos da Campanha Reivindicatória, que poderá caminhar para a realização de uma grande greve ainda neste ano, caso a empresa não apresente uma contraproposta que atenda às reivindicações.
Uma avaliação das reuniões, em interação pública com a categoria, também será feita por meio do programa NF ao vivo, nesta quarta-feira (26), às 19h30, no canal do Youtube do Sindipetro-NF. Perguntas para os dirigentes sindicais que trarão os informes das reuniões já podem ser deixadas no chat do vídeo disponível em is.gd/nfaovivo82.
Nesta semana, as rodadas de negociações são integradas por reuniões que tratam de Parada de Manutenção, Frequência: saldo AF, banco de horas, jornadas (inclusive de médicos e dentistas) e HETT, na terça-feira (25); e de Benefícios: educacionais, licenças, auxílio transporte e alimentação fora da jornada de trabalho, SMS e Combate à Violência no Trabalho: fortalecimentos das Cipas, recomposição de efetivos, combate ao assédio moral e sexual, na quarta-feira (27).
Nas reuniões anteriores foram tratados temas como Relações Sindicais: regras para a realização de assembleias, liberações para atividades de representatividade coletiva, negociação coletiva x individual, regrar padrões que afetem cláusulas do ACT e vigência do Acordo; Prestação de Serviços: fundo garantidor, modelo de contratação e fiscalização, pacto global; AMS: saldo devedor, retorno dos que perderam o plano, auditoria da AMS, fundo da AMS, auditoria externa; e E&P: logística de embarque, ação do DSR, revogação dos desimplantes — que têm causado impactos graves em grande parcela do segmento offshore da categoria.
FUP leva reivindicações petroleiras ao ministro Boulos
Da Imprensa da FUP
A direção da FUP reuniu-se, no último dia 19, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, para tratar de uma série de questões relacionadas ao fortalecimento do Sistema Petrobrás e à pauta de reivindicações da categoria petroleira. O encontro abordou temas como o fim dos equacionamentos da Petros e o ACT; a prorrogação do prazo de validade do concurso público da Petrobrás 2023.2 e a convocação de todo o cadastro de reserva; e a Pauta pelo Brasil Soberano, com destaque para as propostas de recompra de ativos estratégicos que foram privatizados, de retorno da estatal à distribuição de combustíveis e gás, de fortalecimento da produção de fertilizantes, da exploração da Margem Equatorial brasileira e da transição energética justa, soberana e popular.
A FUP também cobrou uma interlocução do governo para destravar os pontos centrais da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, enfatizando a expectativa da categoria de que a Petrobrás avance na apresentação de uma proposta robusta ainda este ano para resolver os PEDs e na construção de um ACT forte, que reflita a distribuição justa da riqueza gerada pela categoria.
As representações sindicais reforçaram que a Petrobrás precisa voltar a ser uma empresa integrada de energia, como era antes do desmonte que sofreu nos governos passados. Para isso, precisa recuperar ativos estratégicos, como as refinarias, a BR, a Liquigás e a TAG, e voltar a cumprir o seu papel social, priorizando o povo brasileiro na distribuição da riqueza gerada e não os pagamentos extraordinários de dividendos para os acionistas.
Transição energética justa
Como defendido na COP30, a FUP enfatizou ao ministro Boulos a necessidade da Petrobrás liderar a transição energética, diversificando a atuação com investimentos robustos em fontes limpas e garantindo um espaço permanente de diálogo com os trabalhadores e os movimentos sociais para que essa transição seja justa, soberana e popular.
As lideranças petroleiras também cobraram atenção do governo para as demandas da categoria em relação às condições de trabalho, saúde e segurança, com destaque para o E&P, que vem sendo sistematicamente atacado e cujos projetos precisam ser fortalecidos, já que é um setor estratégico para o financiamento da transição energética justa.
A reunião foi considerada bastante positiva pelos dirigentes sindicais. O ministro ouviu com atenção os questionamentos em relação às dificuldades de diálogo com a alta gestão da Petrobrás, assim como as tentativas de esvaziamento dos fóruns de negociação coletiva, e acolheu as reivindicações da categoria, se comprometendo a fazer avançar as pautas apresentadas pela FUP.
SAIDEIRA
Eventos nesta semana nas sedes do NF sobre saúde masculina
O Sindipetro-NF realiza, neste mês de conscientização sobre a saúde do homem, duas atividades que reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outras doenças que acometem a população masculina. As iniciativas do Novembro Azul acontecem em Campos dos Goytacazes e Macaé, com a participação de profissionais convidados.
Para esta terça-feira (25), às 15h, após o fechamento desta edição do Nascente, estava prevista roda de conversa com o fisioterapeuta Gabriel Sardinha dos Santos, na sede do NF em Campos dos Goytacazes, com apresentação de orientações sobre prevenção e bem-estar.
Já nesta quinta-feira (27), também às 15h, a sede de Macaé recebe roda de conversa com o médico Sandro Bichara; com a fisioterapeuta especializada em oncologia, Fabrine Souza de Albuquerque; e com o gerente do Polo Oncológico de Macaé, Eigon Leocádio.
A presença desses profissionais vai proporcionar uma conversa aprofundada sobre prevenção, importância dos exames periódicos, sinais de alerta e cuidados continuados na saúde masculina.
O Novembro Azul é uma campanha internacional que busca conscientizar sobre o câncer de próstata — o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil — e estimular o cuidado integral. Embora o diagnóstico precoce aumente significativamente as chances de cura, muitos ainda deixam a prevenção em segundo plano por desconhecimento, medo ou tabus.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estimativas recentes do INCA preveem 71.730 novos casos no triênio 2023-2025, com aproximadamente 72 mil casos anuais estimados. Em 2024, a doença foi responsável por cerca de 48 mortes por dia. Fatores como envelhecimento da população e maior acesso a exames de rastreamento contribuem para o aumento dos diagnósticos.
Para o Sindipetro-NF, promover informação e incentivar a prevenção é parte essencial da luta por direitos e qualidade de vida para a categoria. Todos os trabalhadores e trabalhadoras estão convidados a participar e levar esse debate adiante. As atividades do Novembro Azul na entidade foram organizadas pelo Departamento dos Aposentados e são abertas a todos os interessados em aprimorar os conhecimentos na área da saúde e do autocuidado.
NORMANDO
Exéquias a JM
Normando Rodrigues*
Tentativas e tentações têm muito em comum. Se a falha nas primeiras revela a incompetência de quem tenta, a doce entrega às segundas demonstra a corrupção de caráter do tentado.
E incompetência e corrupção são traços gritantes da personalidade de JM.
Oficial do Exército, JM foi ali qualificado enquanto tentado e dominado pela Ganância.
Tentou a fabricação e venda de bolsas femininas, a partir de paraquedas furtados.
Tentou o garimpo ilegal no MS. Sempre sem sucesso.
JM tentou ser líder de farda, mas falhou por sua submissão à tentação da Ira, segundo relatório interno que identificou nele irracionalidade e desequilíbrio.
Tentado pelo Orgulho e pela Inveja, JM se tornou terrorista e tentou explodir a Adutora do Guandu para privar a população do Rio de água potável, em “protesto” contra os baixos soldos. Moleque irresponsável, tentou ainda explodir banheiros em quartéis diversos. Sequer isto conseguiu.
Tornado parlamentar, JM foi tentado e capturado pela Preguiça em plenário e pela Luxúria em privado. Dormia em sessões e usava recursos públicos para “comer gente”.
Na presidência, rendeu-se à tentação da Gula, cobrando propinas até na vacina da Covid.
O sexagenário fascista realizava os objetivos do já corrupto jovem tenente. Aos brasileiros, entretanto, JM dedicou algo incomparavelmente pior do que a corrupção: o genocídio.
Na Covid, JM fez do Brasil “As tentações de Santo Antão”, de Hyeronimus Bosch. Mais 400 mil, no mínimo, morreram por sua incompetência e corrupção.
JM foi apenado por suas atabalhoadas e continuadas tentativas contra a democracia, das quais suas características arrogância e ignorância forneceram um aluvião de provas.
Condenado, JM tentou se furtar à responsabilidade com o recurso habitual no esgoto moral, a fuga. Não uma fuga heroica, nos moldes da fuga das vítimas da ideologia de JM nos campos da morte de Treblinka e Sobibor.
A canhestra tentativa, foi a da escapadela dos pusilânimes e covardes, dos invertebrados e poltrões, dos fracos e dos frouxos, como o são JM, sua laia e os que ainda o seguem.
Malfadada de saída, porquanto nascida da mesma cloaca intelectual que parira a mambembe tentativa de golpe de estado, serviu a tentativa para ainda uma vez exibir ao País um ser desprovido de razão e moralmente tão débil quanto. Um tentador tacanho e inapto, e um tentado depravado e gelatinoso.
Abandonado por homens e mulheres de ocasião, JM foi autofagicamente tragado por suas ciclópicas incapacidades, e finalmente posto onde o não menos incompetente Exército o deveria ter colocado em 1988, os ínferos. Fechou-se um ciclo e a porta da cadeia.
Politicamente, JM “Já Morreu”.
* Assessora jurídica do Sindipetro-NF e da FUP. [email protected]
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