Da Imprensa da FUP – É preciso barrar os ataques e os retrocessos que ameaçam a retomada de direitos e o avanço nas conquistas da categoria petroleira. Esse foi o tom do debate que as direções sindicais realizaram nesta quinta-feira, 27, durante o Conselho Deliberativo da FUP. A avaliação da última rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho do Sistema Petrobrás foi de que é necessário intensificar as mobilizações para destravar o impasse negocial imposto pela gestão Magda.
Em documento enviado à empresa, a FUP formalizou as cobranças feitas em mesa, de suspensão dos desimplantes e das demissões no E&P e de apresentação de uma nova contraproposta que atenda os três eixos aprovados pela categoria nas assembleias, cujas reivindicações foram enfatizadas na rodada de negociação coletiva que se encerrou ontem (26). As representações sindicais estabeleceram prazo até terça-feira, 02, para que a empresa responda.
Sem atendimento das reivindicações, é greve a partir do dia 15!
Nas últimas semanas, os sindicatos de bases offshore realizaram trancaços nos aeroportos de Jacarepaguá e de Maricá, no Rio de Janeiro, contra os desimplantes arbitrários. Ao longo das assembleias que aprovaram estado de greve, a categoria também participou de atos nos escritórios regionais da Petrobrás e realizou atrasos nas refinarias. Esses movimentos sinalizaram a indignação dos trabalhadores com as arbitrariedades e o desrespeito da atual gestão à pauta da categoria. As medidas unilaterais que têm sido impostas em pleno processo de negociação coletiva reforçam a necessidade de uma mobilização mais contundente para barrar os ataques e garantir os avanços que os trabalhadores exigem.
Por isso, o Conselho Deliberativo da FUP indicou a realização de uma greve nacional por tempo indeterminado, a partir do dia 15 de dezembro, se a gestão da Petrobrás não apresentar uma contraproposta completa, que responda às reivindicações dos três eixos centrais da campanha reivindicatória aprovados pela categoria.
A orientação aos sindicatos é que iniciem as assembleias na quarta-feira, 03, dia seguinte ao prazo estabelecido para que a empresa apresente uma nova contraproposta aos trabalhadores e às trabalhadoras do Sistema.
Vigília no Edisen pelo fim dos PEDs será retomada em 11/12
No documento enviado à Petrobrás, a FUP reforça a cobrança pelo atendimento do compromisso que a gestão assumiu com o Fórum em Defesa dos Participantes da Petros, de que a proposta financeira para o fim dos PEDs garantirá a preservação de 95% da renda líquida dos aposentados e pensionistas. Também é cobrada a apresentação de um calendário de ações para mediação junto ao TCU da proposta que foi negociada com as entidades que integram o Fórum em Defesa dos Participantes da Petros.
Para aumentar a pressão sobre a direção da Petrobrás, as representações sindicais retomam no dia 11 de dezembro a vigília em frente à sede da empresa (Edisen), no Rio de Janeiro, com um acampamento nacional por uma solução definitiva para os equacionamentos.
O que querem os petroleiros e as petroleiras?
Os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás lutam por uma justa distribuição da riqueza gerada, por meio de um ACT digno, que resgate direitos perdidos nos governos Temer e Bolsonaro e garanta condições decentes de trabalho para os prestadores de serviço. Esse é um dos eixos desta campanha reivindicatória. Ganho real de salário, novo Plano de Cargos e Salários, fim do Banco de Horas e do Saldo AF, revisão da HETT, acordo nacional de parada de manutenção, melhoria das condições de trabalho do E&P/Offshore, assistência alimentar fora da jornada, recomposição dos efetivos, comissões permanentes de negociação no ACT sobre prestação de serviços e anistia são algumas das reivindicações que a categoria espera serem atendidas pela empresa.
O fim dos PEDs é outro eixo que foi ratificado pelos petroleiros e petroleiras nas assembleias. Desde o início da negociação coletiva, a FUP e seus sindicatos deixaram claro para a gestão da Petrobrás que a solução dos equacionamentos da Petros é ponto fundamental para o fechamento do ACT. Os PEDs causam perdas financeiras imensas à categoria, endividando, ano após anos, milhares de famílias petroleiras, o que tem demandado esforços contínuos e unitários das entidades sindicais e das associações de aposentados para resolver definitivamente esse problema, cuja responsabilidade é da Petrobrás.
É revoltante que os petroleiros e as petroleiras sejam impactados por uma política de austeridade financeira, enquanto a gestão Magda continua priorizando o pagamento de dividendos extraordinários para os acionistas. Da mesma forma que é inadmissível que centenas de famílias de petroleiros offshore tenham suas vidas alteradas da noite para o dia por conta de desimplantes forçados, sem aviso prévio e sem negociação. As medidas arbitrárias desta gestão afetam também os prestadores de serviço dos campos terrestres do E&P, que estão sofrendo com demissões em massa e sem justificativas.
Além desses ataques, a gestão da Petrobrás ameaça privatizar o Polo Bahia Terra, recuou na incorporação dos trabalhadores da PBio, terceirizou as atividades-fim das FAFENs Bahia e Sergipe via contratos de O&M e até hoje não recompôs os efetivos da Fafen PR para implantação da quinta turma. Medidas como estas estão na contramão da Pauta pelo Brasil Soberano, o terceiro eixo de reivindicações aprovado nas assembleias.
Confira o documento enviado nesta quinta à Petrobrás:
DNE-085.2025-ACT-2025-–-resolucoes-do-CD-da-FUP





