Primeira Mão 887 convoca categoria para a Greve

A Petrobrás apresentou na segunda-feira, 16, uma proposta de PLR rebaixada e que, claramente, tenta dividir os trabalhadores. O tiro saiu pela culatra e incendiou ainda mais a categoria. Indignados com os ataques orquestrados pelas empresas do setor, que estão se aproveitando da crise financeira para reduzirem e cortarem direitos, os petroleiros aprovaram a greve indicada pela FUP. As únicas bases da Federação que ainda não deliberaram sobre o movimento são Paraná e Santa Catarina, onde as assembléias acontecerão na sexta-feira, 20. 
Na reunião do Conselho Deliberativo da FUP, ocorrida nesta quarta-feira, 18, todos os sindicatos filiados à Federação indicaram por unanimidade a rejeição da proposta apresentada pela Petrobrás e reafirmaram a greve a partir da zero hora de segunda-feira (23). Além de não contemplar as reivindicações em relação à PLR 2008, a proposta da empresa não faz referência concreta às demais cobranças da categoria: extraturno, garantia dos postos de trabalho, segurança e regaramento das PLRs futuras. 
A FUP, portanto, orienta os sindicatos a intensificarem as setoriais de preparação do movimento para que os trabalhadores possam realizar uma greve forte e coesa em todo o país, com parada de produção nas refinarias, terminais e unidades do E&P. Os sindicatos estarão também submetendo à categoria o indicativo de rejeição da proposta apresentada pela Petrobrás. 
A greve tem como eixo principal a luta contra a redução e cortes de direitos na Petrobrás e demais empresas do setor, que estão se escorando na crise para se reestruturarem às custas do trabalhador. A PLR proposta, além de rebaixada, tem o claro intuito de dividir a categoria, mesma tática utilizada pela Petrobrás na Replan, ao cortar o pagamento do extraturno dos trabalhadores admitidos após 1999. Assim como os petroleiros de Paulínia, a categoria deve responder à altura os ataques da empresa. Agora é hora de todos os trabalhadores somarem forças e irem à luta em defesa de seus direitos. 

Greve para conquistar

  • PLR: valores justos, parcela única e regramento;
  • Extraturno para todos os trabalhadores;
  • Garantia dos postos de trabalho;
  • Pelo fim dos assassinatos na Petrobrás

PLR proposta é a menor dos últimos anos

A Petrobrás obteve em 2008 lucro recorde de R$ 36,5 bilhões, resultado, entre outros fatores, do aumento da produção. Apesar do lucro ter crescido 65,55% em relação a 2007, o montante da PLR representa 11,48% dos dividendos que serão pagos aos acionistas. Além de ter sido provisionada de forma unilateral, a PLR caiu 1,34% comparativamente aos dividendos, ou seja, o menor índice dos últimos sete anos. Sem falar que a proposta divide a categoria.
Os resultados obtidos pela Petrobrás foram construídos pelos trabalhadores e, portanto, devem ser repartidos de forma justa com a categoria. É inaceitável uma proposta de PLR rebaixada e, mais ainda, o desrespeito da empresa em relação ao que foi acordado com os petroleiros. A Petrobrás não cumpriu o seu compromisso em relação ao adiantamento em janeiro, assim como não respondeu à proposta da categoria para regramento das PLRs futuras.  Não basta, portanto, só rejeitar a proposta da empresa. É fundamental que a greve deixe claro que os trabalhadores não pagarão pela crise.

Petroleiros terceirizados somam-se à greve na segunda-feira, 23

Nesta segunda-feira, 23, data de início da greve indicada pela FUP, os petroleiros terceirizados irão parar suas atividades por 24 horas, cobrando condições dignas e seguras de trabalho, assim como uma resposta à pauta específica de reivindicações apresentada em 2007 à Petrobrás e que até hoje não foi respondida pela empresa. O Dia Nacional de Luta dos Petroleiros do Setor Privado será unificado este ano com a greve dos trabalhadores próprios da Petrobrás. Dois dos eixos deste movimento são a garantia dos postos de trabalho em todo o Sistema Petrobrás e um basta aos acidentes e mortes na empresa, onde as maiores vítimas têm sido os terceirizados.
Nos últimos dez anos, 165 petroleiros morreram em acidentes de trabalho na Petrobrás, sendo que 134 eram prestadores de serviço. Portanto, mais de 80% das vítimas de acidentes fatais ocorridos na empresa são terceirizados, cujas condições de trabalho estão muito aquém do que a Petrobrás pratica para seus trabalhadores próprios. Mortes anunciadas que poderiam ter sido evitadas, se as empresas do setor privado e a Petrobrás atuassem em conjunto para garantir condições seguras de trabalho para todos os petroleiros, sejam eles próprios ou terceirizados. 
Mas, na contramão das reivindicações da FUP e em total desrespeito à vida do trabalhador, as empresas seguem descumprindo acordos. Infringem regimes e jornadas de trabalho com efetivos reduzidos, cortam treinamentos, reduzem custos com manutenção de equipamentos, quarteirizam atividades, enfim, arriscam diariamente a vida dos trabalhadores. Nesta segunda-feira, os petroleiros em greve exigirão um basta ao trabalho precário e inseguro. A categoria é uma só: trabalho igual, direitos iguais!

Plenária de movimentos sociais defende que pré-sal seja explorado pela Petrobrás

A FUP participou no último dia 03 da segunda plenária do fórum dos movimentos sociais que integram a campanha que defende a nacionalização do petróleo. Mais de 100 militantes compareceram à plenária, como representantes de centrais sindicais (CUT, CTB, Intersindical e Conlutas), da Via Campesina, da Assembléia Popular e do Fórum Rio contra Privatização do Petróleo e Gás, do qual a FUP também faz parte. Uma das principais resoluções da plenária, aprovada por unanimidade por todos os participantes, foi rechaçar a criação de uma nova estatal do petróleo para gerir as reservas do pré-sal. No entendimento dos movimentos sociais, a nova empresa seria uma forma de esvaziar a Petrobrás, pondo em risco, inclusive, a capacidade da estatal de desenvolver tecnologia de ponta. A plenária deliberou, também por unanimidade, pelo fortalecimento da Petrobrás enquanto empresa pública e ampliação dos investimentos do governo na área social, através de recursos provenientes do petróleo, sobretudo do pré-sal.

Esquerda cresce na América Latina

No último dia 15, o povo de El Salvador foi às urnas para eleger o novo presidente do país. O socialista Mauricio Funes, candidato da Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN), venceu o pleito, acabando com a hegemonia da direita, que estava há 20 anos no poder. Desde 1999, quando transformou-se em partido político, após 12 anos de guerra civil no país, a FMLN disputava as eleições presidenciais. A vitória histórica no dia 15 reforça o avanço da esquerda na América Latina e Caribe e, mais do que isso, aponta mudanças estratégicas na geopolítica da América Central, região historicamente refém de governos apoiados pelo imperialismo norte-americano. 
O novo presidente de El Salvador, a exemplo de Daniel Ortega, na Nicarágua, e de Rafael Zelava, em Honduras, foi eleito com o compromisso de promover a integração econômica com os demais países do continente e focar suas ações no desenvolvimento social e fortalecimento da democracia. Com a vitória de Maurício Funes, a América Latina e Caribe passam a contar agora com 14 governos formados por partidos de esquerda.

Implantação do Plano Petros 2 na Petrobrás Transporte

A Comissão que discute a implantação do Plano Petros 2 na Petrobrás Transporte teve sua primeira reunião no último dia 06. A Comissão tem prazo de 60 dias para concluir os estudos sobre a transição dos participantes do atual Plano Transpetro para o PP-2. A Comissão é formada paritariamente por representantes da FUP, dos trabalhadores do quadro de mar e da subsidiária. Pela FUP participam: Paulo Cesár Martim e Cláudio Alberto (conselheiros deliberativos eleitos) e Alexandre Alves (petroleiro do Terminal de São Francisco do Sul e diretor do Sindipetro-PR/SC).