Cerca de 50 feridos e três pessoas detidas. Esse foi o saldo deixado pela violenta reação da Polícia Militar do Rio de Janeiro e da Guarda Municipal, durante a manifestação pacífica das entidades que lutam contra a 10ª Rodada de Licitação dos blocos exploratórios de petróleo e gás, que a Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizou nesta quinta-feira, 18. Os dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Sindipetro-RJ e vários militantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), movimentos estudantis e das demais entidades que participavam da manifestação foram espancados, pisoteados e feridos pela violenta repressão dos policiais. A agressão ocorreu durante a manifestação contra o leilão da ANP, realizado no centro do Rio de Janeiro, em frente à sede da Agência.
O ato público, que reuniu centenas de manifestantes, integrou a jornada nacional de lutas pela suspensão da 10ª Rodada de Licitação, cujas mobilizações foram iniciadas dia 15, com a ocupação do Ministério das Minas e Energia, em Brasília, pela Via Campesina e petroleiros. As mobilizações continuaram no dia 16, com paralisações de 24 horas nas unidades da Petrobrás, indicadas pela FUP e seus sindicatos. A luta contra o leilão prosseguiu quarta-feira, 17, com uma passeata organizada pela Federação, onde os militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do MST e do Sindipetro-MG, que chegaram de Minas Gerais em caravana, seguiram pela Av. Rio Branco até à sede da Petrobrás, onde outras entidades ocupavam o prédio em protesto contra a manutenção do leilão.
A violenta reação da Polícia Militar e da Guarda Municipal à manifestação pacífica dos trabalhadores contra a entrega das reservas brasileiras de petróleo e gás surpreendeu os manifestantes que foram espancados. Pelo menos três pessoas foram presas, entre elas, o dirigente do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella. O diretor da FUP, Ubiraney Porto, sofreu escoriações ao ser espancado pelos policiais. Um dos manifestantes feridos chegou a ser hospitalizado, com um corte na cabeça. Um militante do MST quebrou o braço, ao ser espancado pela Polícia Militar. As entidades que compõem o Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás ainda estão fazendo o levantamento do número de feridos e tentando localizá-los. Muitos ainda não foram encontrados.
A jornada de lutas contra a 10ª Rodada da ANP reuniu dezenas de entidades em manifestações pacíficas que ocorreram em várias regiões do país. A FUP repudia a atitude violenta da Polícia Militar, convocada pela ANP para reprimir estudantes, idosos, trabalhadores e militantes sociais que se manifestavam em defesa da soberania do país e do patrimônio do povo brasileiro. A luta em defesa das reservas brasileiras de petróleo e gás continua, com a campanha nacional de coleta de assinaturas para apresentarmos ao Congresso Nacional o projeto de lei de iniciativa popular que garanta o controle estatal e social sobre estas riquezas.
Direção Colegiada da FUP