A direção do Sindipetro-NF protocolou ao Diretor de E&P – Sr. Guilherme Estrella o Ofício 269/2008, em 30 de outubro de 2008, para tratar dos fatos relevantes que envolveram a operação da plataforma PRA-1, na Bacia de Campos no dia 24 de setembro de 2008.
O sindicato não foi informado oficialmente pela área de SMS da UN-Rio, da ocorrência em PRA-1, conforme o compromisso assumido. Somente na sexta-feira, 26 de setembro, o relato de trabalhadores da unidade motivou a Diretoria do sindicato questionar a Gerência de SMS da UN-Rio, que confirmou o acidente.
O Incidente
No dia 24 de setembro de 2008 ocorreu vazamento de gás seguido de uma explosão de proporções tão violentas que alijou as portas do laboratório de PRA-1. A explosão provocou um incêndio que foi debelado pela brigada de incêndio a bordo da unidade. Por mero acaso não haviam pessoas nas proximidades ou no interior do local da explosão. Caso contrário estaríamos diante de uma nova tragédia, semelhante àquela que ocorreu no dia 15 de março de 2001. Nesse dia, onze pessoas foram mortas em um acidente envolvendo os mesmos eventos: vazamento de gás, explosões e incêndio em um compartimento. Referimo-nos à P-36, que acabou afundando, pois as explosões atingiram um compartimento estrutural daquela unidade.
Para o sindicato houve descumprimento do acordo coletivo, já que qualquer avaliação superficial consideraria grave um acidente que, potencialmente, poderia repetir o caso de P-36. O ACT 2007/2009 é claro em sua cláusula 97, que garante a participação do sindicato em investigações de acidentes graves ou fatais.
No dia 07 de outubro recebemos uma informação que revelava as dificuldades com sistemas importantes para a unidade. A PRA-1 estava sendo evacuada devido a um defeito no sistema de geração. No dia seguinte, sanada a dificuldade, os trabalhadores retornaram a plataforma.
No dia 15 de outubro, um representante do sindicato e auditores da Delegacia Regional do Trabalho – DRT, em visita a PRA-1, constataram a gravidade do acidente pelos danos causados no laboratório e surpreenderam-se com as condições precárias de segurança da unidade.
O Sindicato estranha que a Petrobrás tenha tratado o acidente em PRA-1 como moderado por um critério econômico que foi duramente criticado pelo sindicato e pela DRT nas reuniões que se seguiram ao acidente. A DRT chegou a registrar no livro de inspeções uma solicitação formal de revisão deste critério de avaliação de acidentes. O sindicato alerta: é necessário uma reavaliação ainda mais profunda, de todo o PEO, a partir desse acidente.
Seguindo uma prática desta entidade sindical, queremos mais uma vez colaborar para que situações graves como essas não ocorram. Para isso, consideramos fundamental que todas as unidades da Petrobrás, sejam visitadas ainda no estaleiro, antes da saída para a locação, por uma comissão composta pelo sindicato e pela DRT. O objetivo seria verificar as reais condições de segurança, antes de colocarem os trabalhadores em alto-mar nas unidades recém-construídas.
Para finalizar o NF manifesa a preocupação com a forma como esta ocorrência foi tratada por parte da Petrobrás. “Não aprender com as experiências é o caminho mais curto para uma grande tragédia. Não pretendemos fazer previsões catastróficas sobre o futuro, mas a experiência nos mostra que todas as vezes que a empresa deixou a burocracia tomar o lugar da sensibilidade e do mundo real as conseqüências foram sempre de muito sofrimento” .
O documento também foi com cópia para o Gerente Executivo – José Antônio Figueredo, Gerente Geral da UN-RIO – Marina Barbosa Fachetti e Gerente Executivo Recursos Humanos – Sr. Diego Hernandes.