Conselho Consultivo avaliará indicativos da FUP de rejeição e greve com parada de produção, unificando o movimento com a Bacia de Campos
A nova proposta de PLR apresentada pela Petrobrás nesta quarta-feira, 09, é uma afronta à categoria. A empresa continua provocando os trabalhadores, ao propor um aumento de R$ 975,00 para o piso, o que representa uma diferença de menos de 9% em relação ao que foi apresentado anteriormente. Ao tratar esta proposta inaceitável como última e definitiva, ressaltando que não há chances de aumentar o valor proposto, a Petrobrás está querendo empurrar os trabalhadores para uma greve.
A FUP ressaltou na mesa de negociação que a nova proposta de PLR continua muito aquém das reivindicações da categoria e que há condições, sim, da empresa avançar.Os petroleiros foram enfáticos nas mobilizações do dia primeiro, manifestando total insatisfação com a forma como a Petrobrás tem trado a negociação da PLR. A categoria está em estado de greve e já deixou claro que não se furtará a endurecer as mobilizações, se preciso for.
A FUP, portanto, convoca um Conselho Consultivo para terça-feira, dia 15, onde apresentará os seguintes indicativos: rejeição da proposta de PLR, greve com parada de produção e construção de um movimento unificado com os companheiros da Bacia de Campos, que inciam nesta segunda, 14, greve de cinco dias nas plataformas, buscando avanços na negociação do Dia de Desembarque.
Vamos intensficar a luta por uma PLR que valorize a força de trabalho e que seja negociada e distribuida com transparência para todos os petroleiros.
NF intensifica luta pelo Dia de Desembarque. Plataformas irão parar por 5 dias, a partir de segunda, 14
Os trabalhadores da Bacia de Campos voltaram a realizar esta semana novas mobilizações pelo Dia de Desembarque, parando por 72 horas a emissão de PTs em 41 plataformas. Diante do impasse em que se encontra a negociação com a Petrobrás, a categoria intensifcará a luta, iniciando à zero hora de segunda-feira, 14, uma greve de 5 dias com controle de produção. O Sindipetro-NF já protocou documentos junto à empresa e ao MPT se dispondo a negociar efetivo mínimo e a produção.
Legado de luta: 25 anos depois, petroleiros de Paulínia e Mataripe reafirmam caráter histórico da greve de 1983
Agora em julho, a histórica greve de 1983 completa 25 anos. Em plena ditadura militar, os petroleiros de Mataripe (Rlam) e Paulínia (Replan) desafiaram a Lei de Segurança Nacional e realizaram um movimento essencialmente político, interrompendo a produção das duas refinarias da Petrobrás. A paralisação dos petroleiros foi o estopim para a primeira greve geral decretada após o golpe militar e que parou o país no dia 21 de julho de 1983, unificando a luta em torno da Central Única dos Trabalhadores, criada no mês seguinte.
A greve dos petroleiros teve início na Replan, quando os trabalhadores do turno da noite iniciaram o movimento na noite de 5 de julho. Dois dias depois, o Sindipetro Campinas sofreu intervenção e seus dirigentes foram todos cassados. A greve se alastrou, atingindo a Rlam, além de metalúrgicos, químicos e outras categorias do ABC paulista. Na Revap, a greve foi abortada pela ação da polícia. Os militares responderam com a intervenção nos sindicatos e cassação dos dirigentes. Foram 153 demissões na Replan e 205, na Rlam.
Essa foi uma das mais importantes greves da história da nossa categoria, em um momento decisivo para a classe trabalhadora brasileira, que lutava pela redemocratização do país e por um novo sindicalismo. Junto com várias oposições sindicais, os petroleiros de base rompiam com as direções dos sindicatos que continuavam atreladas ao Estado. Assim nascia a CUT, em agosto de 1983, forjada no chão das fábricas, como uma entidade classista, autônoma e democrática. E os petroleiros têm tudo a ver com essa história.
Homologação da repactuação do Plano Petros ainda em compasso de espera. Juiz convoca audiência com todas as partes envolvidas
O Juiz da 18ª Vara Civil do Rio de Janeiro – onde tramita a Ação Civil Pública da FUP e sindicatos, que é objeto da repactuação do Plano Petros – convocou uma audiência com todas as partes envolvidas (FUP, sindicatos, Petrobrás e Petros) e o Ministério Público para esclarecer os principais pontos do acordo. A audiência deve ser agendada para a próxima semana. Só então, o juiz se pronunciará sobre a homologação da transação judicial que garante as conquistas da repactuação do Plano Petros.
Na audiência convocada pela justiça, serão ouvidas todas as entidades sindicais que assinaram o Termo de Transação Judicial – a FUP e os sindicatos do Unificado de São Paulo, Norte Fluminense, Bahia, Paraná/Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Amazonas, Pernambuco/Paraíba e Rio Grande do Sul – , assim como representantes da Petrobrás e da Petros. Também participarão da audiência os dois sindicatos que integram a Ação Civil Pública da FUP, mas que se manifestaram contrários à repactuação do Plano Petros (Sindipetro-LP e Sindipetro-Pará), além de representantes do Ministério Público.
Associações alimentam mentiras e acusações levianas
A homologação do Termo de Transação Judicial, pactuado pela FUP e sindicatos com a Petrobrás e a Petros, garantirá conquistas fundamentais para a categoria, como redução do limite de idade para o grupo 78/79, correção das pensões, custeio paritário do Plano Petros, participação dos trabalhadores na gestão da Petros, além de aportes de mais de R$ 6 bilhões, que possibilitarão o equilíbrio atuarial do plano, tornando-o superavitário. Todos estes benefícios já poderiam ter sido implementados, não fossem as ações contrárias dos sindicatos divisionistas, que, atrelados às associações (Aepet, Ambep, Astape), têm feito mil e uma manobras para atrasar a homologação do acordo, desrespeitando a vontade soberana de cerca de 58 mil participantes e assistidos do Plano Petros que repactuaram.
Mentiras e acusações levianas são algumas das principais estratégias das associações para tentar influenciar a justiça e ludibriar os aposentados e pensionistas, usando-os como massa de manobra na disputa política contra a repactuação. Nesse vale tudo, as associações chegaram a acusar o juiz da 18ª Vara Civil e o próprio Ministério Público de conluio com a FUP, só porque a assessoria jurídica da Federação divulgou para a categoria informações legitimamente obtidas durante o acompanhamento do processo. Faz parte do trabalho das assessorias ter acesso aos despachos de juízes e promotores, divulgando informações em primeira mão às entidades às quais representam. Foi assim, por exemplo, nas ações contra o Plano Petrobrás Vida (PPV), quando a FUP mantinha a categoria mobilizada com as informações obtidas por sua assessoria antes da publicação oficial.
Repúdio à criminalização do MST
A FUP e seus sindicatos filiados repudiam veementemente os ataques que a Justiça e as forças conservadoras do Rio Grande do Sul têm promovido contra o MST. É um retrocesso qualquer forma de criminalização dos movimentos sociais, principalmente quando ações deste tipo partem da própria justiça, num claro desrespeito à democracia e à Constituição, escancarando para a sociedade o partidarismo e a subserviência de juízes e promotores aos latifundiários e às multinacionais.
A FUP manifesta total solidariedade aos companheiros do MST e condena o absurdo posicionamento do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, que divulgou recentemente um documento propondo a dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade, entre outras formas de repressão e criminalização do movimento. Os “superiores” do Ministério Público agem em consonância com o governo da tucana Yeda Crusius, que através da Brigada Militar e da mídia conservadora, reprime violentamente a luta legítima do MST pelo direito constitucional que é a reforma agrária.
Em respeito à democracia e à Constituição, conclamamos os petroleiros e toda a sociedade a repudiar a perseguição ao MST. Participe do abaixo assinado contra criminalização do movimento! Acesse www.mst.org.br, baixe o documento e colete assinaturas.
Eleição no Unificado de São Paulo
14 a 18 de julho
Fortaleça a unidade nacional,
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