Leia a Carta Aberta da Diretoria Executiva do Sindipetro-NF aos Companheiros da Bacia

          O movimento por uma proposta justa para o Dia de Desembarque completa, hoje, 18 dias com avanços significativos: em primeiro lugar, a adesão tem sido crescente, com cada vez mais plataformas formando a unidade da categoria; em segundo lugar, os petroleiros mostraram que não se rendem diante das pressões e responderam à altura todas as ameaças empreendidas pelas gerências; e em terceiro lugar, a categoria conseguiu colocar de vez o tema na agenda da Petrobrás, como confirma a reunião da última quarta-feira. A empresa, que há não muito tempo sequer admitia discutir o assunto, hoje compreende que tem uma pendência a superar na relação com os trabalhadores.

            Agora o momento é de intensificar a mobilização, mas com a serenidade dos que sabem ser justas as suas causas. Portanto, o Sindipetro-NF deixou claro para a empresa, nesta quarta, que os petroleiros não estão radicalizando o movimento, e que estão prontos para o trabalho até mesmo no Dia de Desembarque, desde que haja convocação para horário extraordinário, como já ocorreu em algumas unidades.

            Não é objetivo da mobilização, pelo menos por enquanto, realizar nenhum tipo de parada na produção. O indicativo é de manutenção da prática de não trabalhar no Dia de Desembarque e, agora, diante da demora da Petrobrás em apresentar uma nova proposta, paralisar PTs nos dias de troca de turno. É um crescimento legítimo na forma de luta, como é prática histórica dos petroleiros — e que poderá chegar à paralisação se a empresa insistir na posição em que se encontra.

            É por isso que o Sindipetro-NF não cedeu ao pedido da Petrobrás para que o sindicato indicasse a suspensão do movimento e voltasse à mesa de negociações. Os petroleiros sabem que só a mobilização conquista, e toda negociação tem que acontecer paralelamente à pressão exercida pelos trabalhadores.

            Também na reunião da quarta-feira, o Sindipetro-NF voltou a denunciar as ameaças sofridas por várias turmas de petroleiros que participam do movimento. A empresa, claro, negou que esta fosse uma orientação institucional, e afirmou que deseja manter o clima de respeito e que qualquer intimidação deve ser denunciada ao RH da companhia.

            Para se somar então às denúncias já feitas pelo sindicato, faz-se aqui o registro de dois tipos de situações em relação às quais a entidade recebeu relatos nesta tarde: há gerentes de plataforma embarcando trabalhadores que estavam em folga, somente para não admitir o pagamento de horas extras aos que estavam a bordo em Dia de Desembarque; e há gerentes que ameaçam parar a produção para intimidar os trabalhadores, ao contrário de resolver de modo responsável o impasse. Estas reações são incoerentes em relação ao discurso oficial da empresa.

            Vamos então seguir na luta de cabeça erguida e chamando ainda mais companheiros à mobilização, lembrando sempre que quem informa à categoria é o sindicato, assim como quem informa o sindicato é a categoria. É muito importante que os petroleiros relatem à entidade todas as formas de adesão ao movimento e todos os acontecimentos relativos ao tema nas plataformas. As informações são atualizadas constantemente no site do NF (www.sindipetronf.org.br)!

             Saudações sindicais.

            Diretoria Executiva do Sindipetro-NF

            Macaé, 23 de Maio de 2008