Aos companheiros da Bacia de Campos

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           Em toda grande mobilização, é comum que as gerências acionem sua indústria de contra-informação em busca da desarticulação do movimento. Isso é previsível, e a categoria petroleira precisa estar preparada para esse enfrentamento. É por isso que, sempre quando em momentos como este, o Sindipetro-NF procura lembrar aos companheiros que, para manter a força e a união, é preciso não esquecer que quem informa o trabalhador é o sindicato.

            Essa é uma estratégia não apenas dos petroleiros, mas uma necessidade que a luta impôs a todas as categorias profissionais minimamente organizadas.

            Agora mesmo, gerentes da Petrobrás espalham mentiras sobre a legítima luta dos petroleiros por uma proposta justa para o Dia de Desembarque. Insinuam que haveria outras motivações para a convocação da mobilização, mais imediatas e menos ligadas ao objetivo de obter uma vitória em relação ao Dia de Desembarque.

            É até compreensível que os gerentes e a empresa assim se comportem, embora não seja defensável sob o ponto de vista ético. É que, muito provavelmente, estes gerentes não estiveram presentes em nenhum dos muitos momentos em que, nos últimos dez anos, o tema do Dia de Desembarque esteve presente nas reivindicações da categoria.

            A Petrobrás não havia sequer respondido a reivindicação até que nas negociações para firmar o Acordo Coletivo 2005/2007, aceitou discutir o assunto na comissão de regimes, e manteve a partir daí o seu entendimento de “pé na plataforma” (o início da disponibilidade para o trabalho do empregado apenas na chegada a unidade). No ACT 2007/2009, foi estabelecido um prazo para a superação do problema, e a categoria realizou, depois disso, dois seminários para discutir a visão dos trabalhadores sobre o assunto.

            Depois de todo este amadurecimento, ficou clara para a categoria — e também para a companhia — a legitimidade da reivindicação. E a Petrobrás viu-se na obrigação de formular algum tipo de proposta. No entanto, a proposta apresentada não contemplou os trabalhadores, já que mantinha diferenciações na categoria, e este, também de modo legítimo, a rejeitou e aprovou indicativo do sindicato de mobilização.

            Na verdade, não há nada de novo em todo este processo. Os petroleiros sabem a árdua e longa trajetória de luta que empreendem para que defendam cada direito. Tem sido assim em todas as grandes vitórias da categoria, e não é diferente com o Dia de Desembarque. Virou até lugar-comum, mas não é menos verdadeira por isso, a afirmação de que “só conquista quem luta”.

            Tão conhecida quanto esta trajetória, é a sua característica de caminhar para uma intensificação proporcional à resistência da empresa em atender os pleitos da categoria. E é por isso que, agora, o sindicato, após duas semanas de mobilização, indica, para apreciação da categoria em assembléias, também a parada de emissão de PTs (Permissões de Trabalho) nas plataformas no dia da troca de turma, da mesma forma organizada que foi feita a não emissão de PT´s em outras mobilizações. Este é o sinal que a categoria pode dar para avisar que quer uma nova proposta e rechaça veementemente as táticas de repressão e de propagação de boatos dos gerentes, além de buscar garantir a segurança nas unidades.

             Historicamente a empresa tem pagado o preço por opções erradas que toma quando diante de reivindicações legítimas. Ao contrário de pautar-se pela justiça e pelo bom senso, faz a opção de estigmatizar e repreender os trabalhadores, na velha posição conservadora dos que não admitem a organização para a luta.

            Nos últimos dias, assumem riscos desnecessários — como o de manter metade do efetivo na plataforma e elevar os riscos de acidentes ou o de simular que preferem a parada de produção sem comprometer-se por escrito com isso — e terão que se responsabilizar por eles.

            Os petroleiros, por sua vez mantêm-se no limite do direito à mobilização. E disso, mesmo sob boatos e ameaças, nunca abrirão mão.

 

            Sigamos na luta!

 

            Saudações sindicais,

 

            Diretoria Executiva do Sindipetro-NF      

Macaé, 17 de Maio de 2008