Eleições sindicais: Você tem tudo a ver com isso

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Os próximos meses são de fundamental importância para a organização sindical da nossa categoria. De abril a junho, haverá eleições em dez sindicatos petroleiros, dos quais dois (RJ e SE/AL) foram desfiliados da FUP pelas atuais diretorias. Um debate que vai muito além das disputas políticas para escolher essa ou aquela chapa. O que está em jogo nessas eleições é o futuro da nossa categoria. É muito importante que os trabalhadores sindicalizados se envolvam na discussão, participando ativamente do processo eleitoral em suas bases. O objetivo deste boletim da FUP é subsidiar o debate, ressaltando a importância do fortalecimento da unidade nacional em nossas lutas e conquistas.

Unidade ou fragmentação

A FUP é fruto de uma luta histórica, construída coletivamente na década de 80, para superar a fragmentação da organização sindical da categoria. A Federação foi consolidada em 1994, após um longo processo de unificação em torno de uma entidade cutista, com o objetivo de representar nacionalmente os trabalhadores petroleiros, não só na mesa de negociação, mas, principalmente, nos embates políticos contra as tentativas de privatização da Petrobrás e em defesa de um país justo e soberano. 
Ao longo desses 14 anos de existência, a FUP tem cumprido este papel, pautada sempre pelo respeito aos fóruns de decisão da categoria e à autonomia dos sindicatos. A unificação dos petroleiros tem sido fundamental em nossas lutas e conquistas. Se fôssemos uma categoria fragmentada, provavelmente não teríamos tido força para resistir e impedir o sucateamento e privatização da Petrobrás. Na Vale do Rio Doce – onde os trabalhadores são representados por cerca de 60 sindicatos, cuja grande maioria duela entre si – a divisão acabou facilitando a privatização. Até hoje os trabalhadores da Vale sofrem com esta fragmentação, que foi mais intensificada ainda nos últimos anos, resultando em perda de direitos, condições precárias de trabalho e demissões. 
O equívoco cometido pelos sindicatos que se desfiliaram da FUP pode ser corrigido pelos trabalhadores através do voto, elegendo dirigentes comprometidos em restabelecer a unidade da categoria. A divisão, mais do que um retrocesso à nossa trajetória, é uma irresponsabilidade, pois coloca em risco a própria organização sindical petroleira, enfraquecendo os trabalhadores na luta de classes. Vivemos esse cenário nas últimas campanhas reivindicatórias e saímos vitoriosos justamente porque temos uma entidade nacional que representa a grande maioria dos petroleiros. 
Nestas eleições sindicais, os trabalhadores terão que escolher que rumo seguir: fortalecer a unidade da categoria e avançar nas conquistas ou permitir que aventuras políticas coloquem em risco tudo o que construímos.

Lutas que impulsionam conquistas

Seja na negociação do PCAC, no acordo coletivo, na luta contra os acidentes ou na campanha Somos todos petroleiros: trabalho igual, direitos iguais, as mobilizações convocadas pela FUP tem sido fundamentais para fazer a Petrobrás avançar nas negociações.
O Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores Terceirizados (20/02) parou por 24 horas várias unidades da Petrobrás, com a participação solidária dos trabalhadores próprios da empresa. A semana nacional de mobilizações contra os acidentes (de 29/02 a 07/03) também teve adesão maciça dos petroleiros nas interrupções das Permissões de Trabalho e nos atrasos realizados.
Os petroleiros sabem que conquistas não caem do céu. São fruto de um árduo processo de negociação, que é impulsionado pelo poder de mobilização dos trabalhadores e pela firmeza e maturidade das direções sindicais. Por isso, todas as paralisações convocadas pela FUP têm sido respaldadas pela categoria.

blá-blá-blá + inércia = fracasso

Na contramão das lutas conduzidas pela FUP, os sindicatos dissidentes apostam em discursos inflamados para tentar iludir o trabalhador. Mas, sem ação e sem propostas, como sustentar tanto blá-blá-blá? A incoerência tem custado caro a essas direções sindicais, que até hoje não conseguiram mobilizar suas bases. Que lutas os sindicatos dissidentes protagonizaram? Nenhuma. Chamam mobilizações que não têm o menor respaldo da categoria. Entopem seus boletins de palavrões contra a FUP e, mesmo assim, são atropelados pelos trabalhadores nos indicativos contrários aos acordos conquistados pela Federação. Na tentativa de serem ouvidos, chegaram ao ponto de arriar as calças para chamar a atenção da mídia burguesa, já que seus boletins não têm eco em suas próprias bases. 
Para quê, então, impuseram a divisão da categoria? O que os sindicatos dissidentes conquistaram para os trabalhadores? Nada, ou melhor, prejuízos. Na tentativa de impedirem a aprovação do PCAC, a repactuação do Plano Petros, a adesão ao Plano Petros 2, entre outras conquistas da FUP,  esses dirigentes sindicais não tiveram escrúpulos em se aliar a gerentes para pressionar e assediar os trabalhadores. Os petroleiros das bases dissidentes tiveram que travar verdadeiras batalhas com as direções sindicais para fazer valer o direito da maioria. 
A tentativa de desmonte da organização sindical petroleira coloca em risco toda a categoria. Precisamos dar um basta a esse agrupamento político autoritário e sectário, que tenta impor à maioria o pensamento dissonante de uma minoria.