A diretoria do Sindipetro-NF cobrou na reunião de hoje, 9, com a Petrobrás uma solução para o caso do petroleiro Vlaleivan de Jesus Brito Sanches, 33. O trabalhador foi vítima de um grave acidente em P-07 no ano passado encontra-se a mercê da sorte. A Odebrecht suspendeu o pagamento dos medicamentos do trabalhador, depois que descobriu que o Departamento Jurídico do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense move ação contra a Petrobrás, a empresa e a contratante direta do trabalhador a Ecoblast Hidrojateamento LTDA.
O acidente com o petroleiro ocorreu no dia 29 de março de 2006. O empregado, apesar de ter advertido seus superiores, inclusive da Petrobrás, sobre a insegurança da operação de hidrojateamento para a qual fora designado, foi obrigado a realizá-la. Como previra, o pior aconteceu. Uma mangueira se rompeu e o trabalhador foi vítima de um jato com força equivalente a um tiro, que perfurou o seu abdômen.
Foi atendido por um técnico de enfermagem na plataforma que suturou o local com aval de um médico, que não estava a bordo e acompanhou o procedimento por vídeo. O Sindipetro-NF critica esse procedimento por entender que o médico está há quilômetros de distância e não tem condições de avaliar a gravidade do ferimento. Como era noite, Vlaleivan esperou com dor por 17 horas para desembarcar. Assim que deu entrada no hospital São João Batista em Macaé foram constatadas duas perfurações no estômago e quatro no intestino e o trabalhador foi submetido há uma cirurgia.
Atualmente o trabalhador sofre sequelas do acidente. Deveria seguir uma dieta rigorosissíma, e tomar remédios de alto custo, porque tem carência de vitaminas no corpo, devido a perda de parte do intestino delgado e grande parte do intestino grosso responsável pela absorção de nutrientes para o organismo. O Departamento de Saúde do Sindipetro-NF visitou o trabalhador e constatou o agravamento do seu quadro de saúde, devido à falta de acompanhamento médico e da medicação específica.
É mais fácil punir
Para o Sindipetro-NF, este caso demonstra como são tratados os trabalhadores quarterizados em caso de acidente. É um episódio típico da verdadeira “preocupação” que a Petrobrás e a maioria das empresas privadas tem com a segurança dos trabalhadores do setor petróleo. O abandono de um petroleiro que foi vítima da insanidade gerencial é a prática de uma empresa que parece mais preocupada em criar instrumentos de punição.