Em estado de greve, os trabalhadores do Sistema Petrobrás terão que intensificar as mobilizações em todas as bases da FUP para arrancar da empresa uma contraproposta que atenda as principais bandeiras de luta da categoria. No último dia 25, a FUP cobrou da Petrobrás a retomada imediata das negociações, enfatizando a rejeição maciça da categoria à contraproposta apresentada. A empresa, que concordou em agendar uma nova reunião, até agora não se manifestou. Um silêncio que para bom entendedor diz muito. Ou a Petrobrás não tem propostas novas para apresentar ou quer enrolar a categoria. Seja qual for a intenção da empresa, está claro que teremos que endurecer a luta para fazermos valer as nossas reivindicações.
Reunidos nos dias 30 e 31, a FUP e os sindicatos discutiram a construção e qualificação de uma greve nacional com controle de produção ainda em novembro e a realização de um grande ato político no próximo dia 13, no Rio de Janeiro, para cobrar da empresa o cumprimento da implementação da repactuação do Plano Petros. A Federação, juntamente com os sindicatos, elencou as principais reivindicações da categoria que precisam ser contempladas pela Petrobrás: acordo único (incluindo as subsidiárias), recomposição salarial com ganho real, auxílio ensino superior, aposentadoria especial, gestão da AMS, reconhecimento da periculosidade, recomposição dos efetivos, dia de desembarque nas plataformas Estes são alguns pontos da pauta de reivindicações que foram formalizados à empresa em documento protocolado pela FUP.
Essa é uma campanha árdua, onde os trabalhadores cobram avanços importantes em questões fundamentais como SMS, benefícios e condições de trabalho. As reivindicações econômicas são outro ponto do acordo que dependem da disposição de luta da categoria para avançar. Na Bacia de Campos, os trabalhadores já deram uma amostra de determinação, organização e unidade. No último dia 21, eles interromperam a emissão de PT em 35 plataformas, em protesto contra a implantação do GDP-SO e voltam a fazer nova paralisação no domingo, dia 04. Isso é só o começo. Nossa trajetória de lutas referenda a força e o poder de fogo da categoria quando entra em uma briga. A hora é agora. Vamos fazer valer nossas reivindicações.
Calendário de lutas
Seminários regionais de qualificaçãoda greve com controle de produção – de 06 a 12/11
Ato nacional no Rio pelo cumprimento da repactuação – 13/11
Reunião da FUP e Sindicatos para avaliação do quadro de construção da greve – 14/11
Assembléias – de 16 a 22/11
Greve nacional – início dia 26/11
De calças arriadas, sem credibilidade e sem mobilização
Se auto-intitulando os “mendigos do petróleo”, os coordenadores do Sindipetro-RJ, do Sindipetro-SE/AL e do Sindipetro-PA, juntos com um assessor e três dirigentes do sindicato do Rio, arriaram as calças para a mídia em um pseudo protesto contra as discriminações aos aposentados da Petrobrás. As TVs e jornais exploraram o fato como se fosse de autoria dos aposentados da empresa, quando na realidade quem baixou as calças para o patrão foram os sindicalistas da dita Frente Nacional dos Petroleiros, que, em nota divulgada à categoria, informou que “na Europa, esse tipo de manifestação é comum, principalmente na França” e conclamaram os trabalhadores a “acabar com esse complexo de país subdesenvolvido”.
A FUP não tem qualquer tipo de censura, pudor ou preconceito em relação às manifestações de nudez realizadas na Europa e em qualquer outra região do planeta. Toda forma de luta vale a pena. O que ocorreu em frente (…) ao Edise, na tarde do dia 25, não tem nada a ver com esse tipo de manifestação. As “lideranças” dos sindicatos dissidentes afrouxaram os cintos, desceram as calças e exibiram alguns minutos as genitálias para a Petrobrás e os fotógrafos e cinegrafistas, ávidos por registrarem esta cena grotesca. As imagens valem maisd o que qualquer palavra que busquemos para tentar expressar tamanho desequilíbrio.
De calças arriadas e bundas de fora, esses senhores expuseram nacionalmente a categoria petroleira ao ridículo, se utilizando da grande mídia para desmoralizar a luta de classes, municiando o capital contra os trabalhadores. A nudez por eles apregoada extrapolou o sensacionalismo do ato insano que realizaram, deixando à mostra muito mais do que suas genitálias. Nus de causa, nus de mobilização, nus de propostas, nus de política, nus de credibilidade, nus de liderança, os dirigentes dos sindicatos dissidentes desrespeitaram e envergonharam a categoria.
A tal FNP, gestada por esses sindicalistas para tentar desconstruir a FUP, desabou nua diante de todos os trabalhadores, deixando à mostra sua falência política e a total inércia em mobilizar as cinco bases onde foi imposta a desfiliação da Federação. Divergir faz parte de qualquer processo político. Mas é preciso coerência com as práticas sindicais da categoria e respeito à nossa história de luta.
Basta de sandices e divisionismos!
“A base de SE/AL não merece um coordenador de calças arriadas”
Carta aberta de um petroleiro de Sergipe, sindicalizado
“Desde a sua fundação, o sindicato deveria ser sempre o único e legítimo representante dos trabalhadores. Com sua direção eleita na nata da categoria, o sindicato deveria expressar especialmente os anseios dos trabalhadores, que com sua contribuição financeira mensal mantêm e garantem a subsistência e funcionamento da entidade.
No entanto, a principal característica da atual direção do Sindipetro AL/SE é defender interesses diferentes daqueles expressados pelo conjunto dos trabalhadores. Numa dessas suas atitudes, quebrou a unidade nacional dos petroleiros, formando uma frente com mais outros quatro sindicatos, dividindo a categoria, proporcionando a sua pulverização e, ao mesmo tempo, fortalecendo o poderio do capital.
Agora, em mais uma mostra de desrespeito à categoria e à população como um todo, os nossos pseudo representantes resolveram arriar as calças em frente ao Edise, esbravejando a mesma cantilena de sempre contra a FUP, a Petrobrás e o governo. Essa manifestação, com toda certeza, não representa a vontade dos trabalhadores. Mas, infelizmente, são esses os nossos pseudo representantes. Desculpem pela vergonha.”
Luiz Garcia dos Santos – técnico de
manutenção da UN-SE/AL
Quem luta conquista: Reparação dos níveis começa a ser paga
Uma das principais vitórias políticas garantida pela FUP no novo PCAC, a reparação dos níveis começou a ser paga pela Petrobrás no dia 31, beneficiando, a princípio, 3.447 petroleiros, que representam mais de 10% do efetivo próprio da empresa no final do governo FHC. Os trabalhadores que sofreram perseguição política nos dois mandados da administração tucana, prejudicados em suas carreiras, finalmente irão recuperar a progressão através da reparação de até quatro níveis.
Os petroleiros que não foram contemplados com o pagamento dos níveis que deixaram de receber no período devem entrar em contato com a FUP, enviando seus dados funcionais para o e-mail [email protected]. Esses casos serão submetidos à Comissão de Acompanhamento do PCAC, que verificará também se ainda há trabalhadores na empresa com mais de dez anos no mesmo cargo, enquadrados como júnior. Os casos identificados serão resolvidos, com o reenquadramento para pleno. A Comissão também fará o reenquadramento de todos os petroleiros extra-plano.
Vem aí o I Encontro Nacional dos Petroleiros do Setor Privado
“Somos todos petroleiros. Trabalho igual, direitos iguais”. Este é o tema da campanha nacional que a FUP e seus sindicatos lançarão durante o primeiro encontro nacional dos petroleiros do setor privado que atuam nas prestadoras de serviço e operadoras de petróleo. O evento está marcado para os dias 08 e 09 de novembro, em São Mateus, no Espírito Santo, com o objetivo de unificar a luta dos trabalhadores do setor privado na busca por condições de trabalho iguais a da Petrobrás. Algumas atividades: manifestação no dia 09, em frente à sede da Petrobrás, em São Mateus, e construção do Dia Nacional de Luta dos Petroleiros Terceirizados e do Setor Privado.
Edição 825 – Semana de 01a 09/11/2007 – Boletim da FEDERAÇÃO ÚNICA DOS PETROLEIROS Filiada à CUT www.fup.org.br
Av.Rio Branco, 133/21º andar, Centro, Rio de Janeiro – (21) 3852-5002 [email protected] Edição: Alessandra Murteira – MTB 16763 Diagramação: Cláudio Camillo – MTB 20478 Diretoria Colegiada: Alceu, Caetano, Chicão, Daniel, Divanilton, Enéias, Hélio, Jorge Machado, José Maria, Moraes, Osvaldinho, Paulo César, Silva, Simão e Ubiraney.