Iniciado nesta noite o 10º Congresso dos Petroleiros do Norte Fluminense (Congrenf), na sede do Sindipetro-NF, em Macaé. Durante a mesa de abertura do evento, líderes de centrais sindicais e movimentos sociais destacaram a necessidade de as organizações dos trabalhadores terem um papel claro no cenário político brasileiro, especialmente em um ano eleitoral.
Para o líder do MST na região, Hermes Cipriano de Oliveira, a parceria com o Sindipetro-NF tem sido vital para as ações locais do movimento e para possibilitar a atuação em temas nacionais. Ele destacou que a luta atual do MST é para vencer a burocracia do Estado, que foi construído para atender às necessidades de uma classe que não é a trabalhadora.
O representante da CTB (Central do Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Ronaldo Leite, lembrou que o segundo semestre terá campanhas reivindicatórias de categorias estratégicas — como petroleiros, bancários e metalúrgicos —, em meio a uma eleição geral aonde dois projetos estarão em disputa.
“De um lado tempos o retorno ao Neoliberalismo, ao arrocho, ao desemprego e à terceirização. Do outro, com acertos e erros, temos um projeto que representa um ciclo de transformações sociais”, disse.
Marcelo Rodrigues, diretor da CUT-RJ (Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro), também destacou a polarização de projetos de País no cenário atual, e o papel que desempenham os trabalhadores nesta disputa. “Há muitas divergências entre nós, mas agora é hora de estarmos todos do mesmo lado”, afirmou.
Rodrigues utilizou a sua saudação, ainda, para dar o testemunho de que o Sindipetro-NF “é um imenso exemplo para todos nós trabalhadores”, e que tem “orgulho de ter um petroleiro do NF na direção nacional da CUT” — referindo-se ao sindicalista Vitor Carvalho.
Representando a CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), o também diretor do NF Cairo Garcia lembrou o sentido de estar em um congresso de trabalhadores, quando um cenário internacional aponta para o acirramento de ódios e guerras. No plano nacional, ele destacou a importância de saber de que lado está, mesmo com críticas, especialmente em relação aos leilões do petróleo.
Diretor da FUP, Francisco José de Oliveira afirmou que a Federação Única dos Petroleiros tem apontado para os congressos regionais a necessidade de discutir, desde a base, um posicionamento claro em relação aos projetos de país que estarão em disputa nas eleições. “Não podemos admitir o retrocesso”, disse.
Fechando as intervenções da mesa de abertura do Congrenf, o coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, agradeceu a presença de todos, destacou a parceria com o MST, e também lembrou que “é preciso saber de que lado está, até para apontar os erros e seguir avançando”.
Segundo ele, os congressos regionais têm conseguido abrir espaço para a discussão de temas que vão além da pauta de reivindicações. “É um lugar muito rico para discutir política e os temas do dia a dia”, afirmou, listando, entre os assuntos que estão pautados para o Congrenf, aimportância estratégica do debate sobre a mídia, tema da primeira mesa, e o da segurança do trabalho.
[Foto: Luiz Bispo / Para Imprensa do NF]