O economista Cloviomar Cararine, técnico da subseção Dieese-FUP, fez, no início da tarde de hoje, uma exposição sobre o cenário previsto para a negociação coletiva dos petroleiros, que têm data base em setembro. Segundo ele, há pelo menos três aspectos fortes a considerar: os ataques sofridos pela Petrobrás, uma redução nos lucros e uma redução na produção.
Ele lembrou que a ofensiva da mídia contra a empresa influencia até mesmo no valor de mercado da empresa. Em vários momentos do Congresso, dirigentes sindicais afirmaram que, para se contrapor a estes ataques, não está descartada a hipótese de realização de um grande ato público em defesa da empresa.
“A Petrobrás está vivendo uma conjuntura muito complexa nestes últimos anos. Ao mesmo tempo em que é chamada a ajudar no desenvolvimento nacional, como por exemplo, com seu enorme plano de investimento em novos projetos, também está sofrendo prejuízos com a política de contenção dos preços dos combustíveis no mercado nacional”, afirma o Dieese, em documento distribuído aos delegados do Confup, especialmente preparado pelas subseções da FUP e do NF para o evento.
Em relação aos lucros, houve quedas nos anos de 2012 e 2013, mas recuperação em 2014. E no que diz respeito à produção, após um período de dificuldade em registrar um aumento, a expectativa é de elevação, especialmente em relação ao pre-sal.
“Efeito de escolhas de baixos investimentos na produção de petróleo nas décadas anteriores, além das opções da gestão recente – em que, por exemplo, não se prioriza os investimentos em manutenção e melhorias das grandes unidades de produção – vem apresentando, nos últimos anos, dificuldade em aumentar sua produção de petróleo. Hoje, sua produção de petróleo e gás natural encontra-se estagnada em 2 milhões de barris/dia”, avalia o Dieese.
Reprodução de gráfico disponibilizado pelo Dieese, com a evolução do lucro da Petrobrás desde 2010: Queda desde 2012