Nascente 861

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Nascente 861

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EDITORIAL

Firmeza no projeto

Durante o seu pronunciamento no Ato Público da segunda, 15, o ex-presidente Lula afirmou que os tucanos e a direita brasileira “não se conformam” com os resultados da Petrobrás no seu governo e no da presidenta Dilma Rousseff. Não é para menos. Como ele mesmo também disse, parece até que “nasceu com aquilo virado para a lua”. Foi em seu governo que aconteceu a descoberta do pré-sal, com potencial de extração de petróleo a sete mil metros de profundidade, a 300 km da costa.
Atualmente, a exploração no Pré-sal atinge 540 mil barris diários, apenas oito anos após o início da operação na camada. Neste período inicial, a companhia já produziu mais do que nos 31 anos anteriores. E as reservas estimadas somam 35 bilhões de barris, com previsão de produção de 4,2 milhões de barris diários em 2020.
“Se nós fizemos tanto sem o petróleo do Pré-sal, se hoje filho de pedreiro pode virar engenheiro, imagina com o Pré-sal, quando estivermos produzindo quatro milhões de barris por dia. O petróleo é o passaporte para o futuro do Brasil”, afirmou.
Além do Pré-sal, são feitos deste período recente da vida brasileira a autossuficiência do petróleo, a refundação da indústria naval brasileira, a criação da Petro-sal, o regime de partilha que garante mais protagonismo ao Brasil no setor e a destinação de 75% dos royalties para a educação e 25% para a saúde. Somente em razão desta última conquista, a previsão é a de que, nas próximas três décadas, cerca de R$ 1,3 trilhão seja destinado para estas áreas sociais.
São inúmeros os desafios que ainda estão por vir, nesta luta constante que é garantir as riquezas do petróleo para o Brasil e os brasileiros, e muitas das propostas dos petroleiros e dos movimentos sociais não foram ainda devidamente contempladas, mas todo trabalhador consciente e politizado sabe dos avanços dos últimos anos e da necessidade de manter firme este projeto de mudanças.
Com o futuro, não se pode vacilar.

 

 

ESPAÇO ABERTO

Quem disse que não temos líderes?

Maria das Graças Rocha*

No dia 13 de agosto assisti uma entrevista com a Míriam Leitão, cujo tema era a prematura morte do Eduardo Campos, então candidato a Presidência da República.
No meio dos lamentos e análises do impacto dessa morte no processo eleitoral, ouço algo que considero até bizarro, vindo dela e daquela equipe que conduzia o programa.
Falavam da falta que ele fará no cenário político e que o Brasil não produziu “bons políticos” nos últimos tempos. Que o cenário brasileiro carece de novos nomes e, ele, Eduardo Campos, uma exceção, fazia parte de uma nova geração em ascensão e, independente do resultado das eleições ele era um grande nome e blá, blá, blá.
Bem, o que me chamou a atenção neste comentário? Como não há no Brasil novos políticos e bons quadros? Como assim? Se, para quem conhece, o que não falta neste país são lideranças e gente tentando mudar. É só caminhar, estar próximo dos movimentos legítimos da classe trabalhadora que eles estão lá. Discutindo, organizando, participando de comissões, enfrentando setores conservadores da sociedade e ignorados ou sendo massacrados, marginalizados pela grande mídia.
Por trás de cada movimento de resistência há lideranças, há cidadãos conscientes dos seus direitos. Por trás de cada vítima deste mundo, gerido e guiado pelo capital há homens e mulheres buscando seu espaço e sua emancipação. Quem disse que não temos líderes?
Querem que eu acrediteque não há iniciativas bacanas e mudanças significativas no nosso país?
Se pararmos para pensar e, visto desta forma, nada se salva, a não ser o “Criança Esperança”. É isso mesmo?

* Assistente Social do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF.

 

GERAL

Dez mil contra o retrocesso

Da Imprensa da FUP

Caravanas com petroleiros de vários estados do país e do interior do Rio de Janeiro ocuparam a Praça da Cinelândia, na segunda, 15, em frente à Câmara Municipal, com bandeiras vermelhas e faixas em defesa do pré-sal, da Petrobrás e do Brasil. O ato começou por volta das 10 horas e chegou a reunir cerca de dez mil pessoas.
Ao lado dos petroleiros uniformizados, misturavam-se metalúrgicos com os macacões dos estaleiros de Niterói, de onde saíram caravanas com cerca de dois mil operários em defesa do pré-sal e da Petrobrás, cujas encomendas recuperaram a indústria naval brasileira, que empregava pouco mais de sete mil trabalhadores em 2003 e hoje gera cerca de 80 mil empregos diretos e mais de 400 mil indiretos.
Pela Cinelândia, palco histórico de manifestações no Rio de Janeiro, circulavam bancários, professores, trabalhadores rurais, químicos e diversos estudantes e jovens, agitavam suas bandeiras, alegres, sem se deixar incomodar pelo sol escaldante e temperaturas acima de 37 graus. Quando a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anunciada, aplausos e gritos tomaram conta dos manifestantes.
Lula fez questão de vestir o uniforme de operário da Petrobrás, com seu nome gravado, e, ao lado do coordenador da FUP, José Maria Rangel, foi recebido pelos trabalhadores que, em passeata, seguiram junto com ele pela Rua Treze de Maio, em direção à Avenida Chile, onde fica localizada a sede da Petrobrás.
Num palco armado de frente para a Petrobrás, o ex-presidente falou aos trabalhadores da empresa. “Eu fiz questão de colocar essa camisa da Petrobras, porque quando começa a acontecer denúncias da Petrobras, tem gente que fica com vergonha de usar essa camisa”, ressaltou.
“Eu não acreditava que seria possível tiramos petróleo de sete mil metros de profundidade. Muita gente dizia que não tínhamos tecnologia, pois estamos hoje tirando mais petróleo que tiramos nos primeiros 31 anos da Petrobrás”, destacou Lula. “A gente já tem petróleo e tem filho de pedreiro cursando universidade. Se a gente conseguiu fazer isso sem o petróleo, imagina o que faremos com os recursos do pré-sal”, retrucou, mandando um recado direto para os petroleiros que acompanhavam seu discurso das janelas e saguões do Edise: “Os trabalhadores da Petrobrás não têm nenhuma razão pra não andar de cabeça erguida. Nenhum petroleiro pode estar com a auto-estima baixa”.

Zé Maria destaca luta histórica

Da Imprensa da FUP

No ato desta segunda, 15, em defesa do pré-sal e da Petrobrás, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, ressaltou que a manifestação organizada pelos petroleiros em conjunto com as centrais sindicais e movimentos sociais era em defesa principalmente do Brasil. “Nós que estamos hoje nas ruas para defender a Petrobrás, o pré-sal e o Brasil, nós temos legitimidade, que poucos segmentos da sociedade têm”, destacou José Maria.
“Nós saímos às ruas primeiro para criar a Petrobrás. O povo brasileiro foi às ruas entendendo a importância que era ter uma empresa de petróleo”, lembrou o coordenador da FUP, referindo-se à campanha “O petróleo é nosso”. “Nós, empregados da Petrobrás, próprios e terceirizados, nós temos que bater no peito e ter orgulho de trabalhar nesta empresa, porque fomos nós que construímos essa sabedoria, essa inteligência que a nossa empresa tem e que as outras empresas operadoras nos invejam”, frisou José Maria.
“Nós do movimento sindical também temos legitimidade para defender a Petrobrás porque nós fomos às ruas enfrentar o governo tucano quando ele, depois de uma greve de 30 dias, nos aplicou uma multa milionária, que tinha como objetivo aniquilar o movimento sindical”, destacou o coordenador da FUP, lembrando os ataques do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1995, após a greve da categoria, em maio daquele ano. Ele ressaltou que a solidariedade de classe foi fundamental naquele momento e sinalizou para o governo tucano que não haveria trégua. “Os trabalhadores dos outros sindicatos ajudaram a manter os sindicatos dos petroleiros firmes para o enfrenta-mento com o tucanato”, declarou.
Ao lado do ex-presidente Lula, José Maria Rangel ressaltou que os petroleiros lutaram muito por um novo projeto de país, “um projeto que espelhasse a esperança de milhões de brasileiros e que nós tivemos a coragem de eleger este operário presidente da nossa nação, contrariando a todos os interesses”, ressaltou. “Nós então temos a legitimidade de fazer esse ato porque quando esse operário foi eleito, a nossa empresa caminhava para a entrega, a nossa empresa caminhava para ser privatizada, a nossa empresa tinha acabado de ter um acidente onde morreram 11 trabalhadores, onde afundaram uma plataforma”, declarou.

O velho discurso

Na segunda, 15, enquanto Lula e os movimentos sociais estavam nas ruas para defender a Petrobrás e o Pré-sal para os brasileiros, o coordenador de campanha da candidata Marina Silva, Walter Feldman, estava, de acordo com matéria da Folha de São Paulo, reunido com empresários para afirmar que planeja rever o regime de partilha para o Pré-sal. Feldman faz coro com setores que querem “mais atores” atuando no setor petróleo, sob a justificativa de que “a própria Petrobras se diz com dificuldades de responder a essa demanda”. Os petroleiros conhecem bem aonde leva este tipo de discurso,

 

Assembleias até amanhã no NF

Em período de assembleias até amanhã, os petroleiros do Norte Fluminense estão aprovando indicativo de rejeição da proposta salarial apresentada pela Petrobrás na quarta, 10. O resultado parcial até a tarde de ontem era de 910 votos favoráveis ao indicativo, 20 contrários e quatro abstenções.
Assim como o Conselho Deliberativo da FUP, o sindicato avalia que a proposta contém reajuste muito abaixo da reivindicação dos petroleiros e menor do que a média conquistada pelas demais categorias. Por isso, o Conselho indicou a rejeição da atual proposta e estabeleceu prazo até o dia 23 para que a Petrobrás apresente uma nova contraproposta.
Hoje tem Petroffice
As assembleias na região começaram no último sábado, pelas plataformas, e continuaram ao longo desta semana nas bases de terra. Para hoje está marcada assembleia na Petroffice, às 13h. Amanhã será a vez do Edima, também às 13 h. O site do Sindipetro-NF vai divulgar o resultado final das assembleias.

NORMANDO

Mudar para pior é retrocesso

Normando Rodrigues*

Um dos mais importantes métodos do Capitalismo é mudar o nome dos fenômenos sociais, para que a dominação e a exploração se perpetuem. Assim, durante a destruição do Brasil pelo Governo FHC, a redução de direitos sociais passou a ser chamada de “reforma”, quando na verdade era “contrarreforma”.
Reforma é a mudança pontual de institutos sociais, no sentido da universalização, da extensão de direitos ao maior número possível de pessoas. Contrarreforma é o exato oposto. Tivemos, sim, contrarreformas no Governo Lula, e talvez a mais danosa delas tenha sido a que estabeleceu o perverso “Fator Previdenciário”.
Porém, de modo geral, o juízo de valor que se deve dar a qualquer governo tem sua medida exata nas transformações sociais que promove. E nesse ponto, não podem restar dúvidas.
Combate à fome
Se o “Fator Previdenciário” é lesivo, muito mais importante do que o mesmo foi o combate à fome, no Brasil, nos últimos 10 anos. Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado essa semana, aponta de cerca de 100 milhões de seres humanos deixaram de passar fome, no planeta, nos últimos 10 anos.
E o Brasil é campeão mundial nesse quesito. Do total de seres humanos que saíram da fome, cerca de 30% é formado por brasileiros, mesmo com o país respondendo por menos de 3% da população mundial. Tal dado não compensa – por óbvio – o “Fator Previdenciário”. Mas ele não vem sozinho.
Compare os “Brasis”
O Brasil passou a gastar com o Povo! E isso mudou a qualidade de vida da população. Por qualquer critério objetivo (Gini, IDH, Renda do Trabalho, Desemprego), temos um outro País após 2003. A Saúde tem muitíssimo o que melhorar, mas os orçamentos da União para a Saúde são os maiores da história do Brasil, tanto em valores absolutos como relativos.
A educação pública precisa ser revolucionada, mas as vagas em cursos técnicos foram triplicadas e no ensino superior mais do que duplicadas. E o acesso das classes baixas à universidade não é mais uma exceção à regra. Na distribuição de renda, o grande instrumento é o inédito aumento do valor real do salário mínimo, por anos seguidos.
Mas então, por que atacam tanto essa nova realidade, e pregam um “Estado Mínimo”?
A resposta é simples: isso tudo significa dinheiro que deixou de ir para os bancos, e os ricos, e passou a ir para o povo!
Portanto, não vote nos candidatos que querem devolver esse dinheiro aos bancos!

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP. [email protected]

CURTAS

Ouro Negro 1

O diretor do Sindipetro-NF, Tadeu Oliveira, acompanha desde a terça, 16, a fiscalização da Operação Ouro Negro, na plataforma P-55, na Bacia de Campos. O embarque vai até amanhã. A fiscalização reúne representantes da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), da Marinha, Anvisa, Ibama, do Ministério Público do Trabalho e da Agência Nacional do Petróleo.

Ouro Negro 2

A Operação Ouro Negro já fiscalizou as plataformas de P-15 e PCH1, também na Bacia de Campos. O sindicato reforça o chamado a todos os petroleiros para que mantenham a entidade informada sobre as condições de segurança no local de trabalho, que dão suporte às fiscalizações e denúncias.

Futsal

Começa hoje a segunda fase do campeonato de Futsal do Sindipetro-NF, após a eliminação de seis equipes, das 16 inscritas. A competição, que tem por objetivo promover a integração entre os trabalhadores, tem as suas partidas finais marcadas para o próximo dia 26, com as disputas pelos terceiro, segundo e primeiro lugares.

Luto

Morreu na terça, 16, em São Paulo, o ex-dirigente sindical bancário Dirceu Travesso, conhecido como Didi. Ele sofreu complicações decorrentes de um câncer. O sindicalista foi fundador do PSTU e da central sindical CSP-Conlutas, tendo integrado as direções nacionais das duas organizações.