Petrobrás insiste na subnotificação de acidentes e de doenças no trabalho

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Primeira Mão 1165/FUP – O ano de 2014 foi marcado por mais uma série de acidentes fatais na Petrobrás e, por mais que o número de mortes tenha aumentado significativamente (foram quinze só neste ano), a hostilidade do setor médico nas Comissões Nacionais e Estaduais de Benzeno continua a persistir, já que Acordo Nacional ainda não foi cumprido. Diante disso, a FUP solicitou reunião extraordinária da Comissão de SMS para debater e avaliar a e “eficácia” da política de saúde da empresa.

Para decepção dos sindicalistas, além do descaso dos representantes da empresa na Comissão de SMS, também não foi apresentado à FUP nenhum diagnóstico aprofundado sobre as condições de saúde e segurança das unidades do Sistema Petrobrás, muito menos, alguma perspectiva de mudança.

A reunião foi marcada por afirmações frias e calculistas dos gestores de SMS, que se vangloriam da pífia redução de 10% nos acidentes dos últimos dois anos, como se isso representasse grande avanço por parte da Petrobrás. Além disso, os gerentes de saúde e segurança da empresa afirmaram, sem dados ou gráficos oficiais, que houve redução a partir da identificação de acidentes mais recorrentes, usando como exemplo incêndios e explosões em refinarias, sem citar os acidentes mais frequentes, que não são fatais, mas mutilam trabalhadores.
A FUP ressaltou que a redução de acidentes apresentada pela empresa não reflete a realidade, mas só evidencia a velha prática de subnotificação os acidentes e doenças. E apesar dos relatos e demonstrações dos sindicatos, que expuseram diversos casos de acidentes, a Petrobrás mais uma vez minimizou a gravidade dos casos. 
Para a Federação, mais uma vez ficou claro que a Petrobrás e seus gestores ignoram os fatos reais sobre acidentes de trabalho, já que a reunião foi finalizada com a afirmação dos gestores de que a política de SMS da empresa é adequada. Quanto aos questionamentos sobre a recomposição de efetivos, que na visão da FUP e de seus sindicatos, pode possibilitar melhores condições de saúde e segurança na empresa, a resposta foi evasiva e insignificante.
Em função das cobranças da FUP, a Petrobrás informou que na próxima reunião da Comissão de SMS serão apresentados os dados e conceitos da empresa em relação à saúde e segurança. As gerências de SMS da empresa também concordaram em participar da próxima reunião do Fórum de Efetivos.

Benzeno não é flor que se cheire

Outra questão exaustivamente discutida na reunião foi a questão da Comissão Nacional de Benzeno (CNPBz). A Petrobrás continua apresentando resistência na liberação de suas plantas para que a comissão faça visitas, fato que gerou desgaste e muito debate na ultima reunião da comissão, realizada em Belo Horizonte.
Somente após muitas denúncias e pressão por parte do movimento sindical, a empresa concordou que a CNPBz visite em 2015 uma unidade do Gás e Energia, outra do Abastecimento e também uma plataforma. A Petrobrás também afirmou que ainda existe a possibilidade de liberação de uma quarta visita, que pode ser na Refap, em substituição à visita na Innova Petroquímica, no Rio Grande do Sul, aprovada pela Comissão nesta semana. A FUP solicitou que a gerência de SMS elabore um documento interno que formalize a garantia de que as gerências das unidades locais não proíbam as visitas da comissão.