Nascente 877

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Nascente 877

{aridoc width=”100%” height=”800″}http://www.sindipetronf.com.br/images/pdf/nascente/877_separado.pdf{/aridoc}

 

Editorial

Até quando esperar…

Até quando a categoria petroleira vai ser expectadora da morte de companheiros de trabalho? Nas últimas semanas, chegaram ao sindicato uma enxurrada de denúncias de trabalhadores que morreram por mau atendimento médico, outros que infartaram assim que desembarcaram, outro que foram encontrados mortos em suas casas no primeiro dia de férias. As notícias não param de chegar e nós do sindicato continuamos não aceitando as informações como um simples fato. Elas nos deixam indignados! Mexem com nossas emoções e muitas vezes enchem nossos olhos de lágrimas, porque temos como sentir saudade, mas não como trazer de volta companheiros que se foram.
Mas temos como lutar com todas as nossas forças por quem está vivo. E essa pessoa é você, que embarca nas unidades marítimas e que dá sua vida pela empresa onde trabalha e por sua família. Aqueles também que não embarcam, mas sofrem diariamente com a pressão nos terminais e escritórios ou são vítimas do assédio moral pela produção a qualquer custo. É você, que precisa se unir ao sindicato e mostrar que não aceita como estão tratando sua saúde e segurança.
Como diz o ditado popular, não adianta chorar pelo leite derramado. As empresas precisam mudar seus procedimentos, rever conceitos e respeitar aqueles que trabalham para ela. Não podemos deixar que mais companheiros adoeçam ou morram ao nosso lado sem fazer nada a respeito do descaso com o qual a categoria petroleira vem sendo tratada pela má gestão de SMS da empresa..
O movimento surpresa realizado ontem, no Farol já foi uma demonstração que não compactuaremos jamais com a política de SMS que impera na Bacia de Campos, mas é preciso mais. É preciso deixar de assistir o que o sindicato faz e partir junto para a ação. Dar as mãos e construir um movimento ainda maior pela vida. Estamos esperando você.

Espaço aberto

O povo grego manda seu recado

Divanilton Pereira*

O continente europeu continua como expressão maior dos nefastos efeitos da crise capitalista entre os centros mais desenvolvidos. Sob a batuta da troika – Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu – tentam transformar as nações integrantes em meros condôminos dos interesses rentistas, e em particular dos alemães. Nessa diretriz usurpam suas soberanias e põem em seus comandos políticos aristocratas ligados diretamente aos grandes conglomerados financeiros.
A direita e seus aliados impõem no continente uma agenda que pode ocasionar a maior regressão laboral e civilizacional dos últimos tempos.
O resultado dessas medidas é o aprofundamento do colapso econômico.
A Grécia é uma das expressões dessa realidade. A “austeridade” aplicada lá gerou uma contração no PIB de 25% nos últimos quatro anos, elevou a dívida pública para 170% do PIB, a taxa de desemprego antes em 8% ultrapassou os 25%, e entre os jovens até 35 anos, alcança 50%.
Contra essa calamidade social as trabalhadoras e os trabalhadores, destacadamente organizados pela PAME (central sindical grega), travaram fortes embates políticos. Grandes marchas nacionais e greves gerais foram as marcas da resistência social desse período.
No último domingo, 25, o partido oposicionista Syriza conseguiu capitalizar a insatisfação popular e fez história com sua marcante vitória eleitoral. O Partido Comunista da Grécia (KKE) teve uma boa performance e elegeu 15 deputados.
Esse resultado é uma expressão institucional do acúmulo político gerado por todas as lutas empreendidas pelo seu povo, particularmente de sua classe trabalhadora. Uma forte resposta contra o cataclismo econômico e social promovido pela União Europeia contra aquela nação. Nesse contexto reiteramos a nossa solidariedade aos trabalhadores e ao povo grego, únicos capazes de conquistarem e descortinarem seus próprios caminhos para sua efetiva libertação.

* Secretário de Relações Internacionais da CTB e Diretor da Federação Única dos Petroleiros. Texto editado em função de espaço. Íntegra em www.fup.org.br.

Capa

Basta! NF tranca Farol

Para protestar contra a forma com que a Petrobrás e as empresas privadas vem tratando a vida e a saúde de seus empregados, a diretoria do NF promoveu um trancaço no heliporto do Farol de São Tomé durante a manhã do dia 29.

A diretoria do Sindipetro-NF e a categoria petroleira realizaram um trancaço no Farol de São Tomé, durante a manhã de ontem, 29. Nenhum dos 23 voos decolou e foram transferidos para hoje, por causa do movimento que contou com adesão de todos os presentes.
O sentimento que tomou conta da diretoria foi o de indignação ao saber de mais um caso de negligência médica na Bacia de Campos, ocorrido dia 20 com Ricardo Fernando Alarcon Garcia, funcionário da Weatherford, que foi encontrado morto em seu camarote. Nos últimos anos, o sindicato recebeu a informação de 10 casos de trabalhadores que ficaram doentes a bordo ou faleceram por mau atendimento médico.
O Sindipetro-NF vem denunciando de forma insistente o descaso com que a empresa está tratando seus profissionais diretos e das empresas contratadas em casos de problemas de saúde nas unidades. Para a diretoria do NF, é indiscutível a necessidade de médicos a bordo e nos casos onde essa situação não é possível, que o trabalhador seja desembarcado imediatamente para receber os cuidados necessários para sua saúde.
“A categoria petroleira demonstrou que não concorda com o tratamento de saúde e segurança que vem recebendo. É preciso que a Petrobrás e as empresas privadas que atuam na Bacia de Campos revejam a forma como tratam seus trabalhadores. Não podemos ter pessoas passando mal nas unidades, sem poder desembarcar para receber o devido atendimento médico ou chegando a morrer, porque o atendimento realizado à distância não conseguiu salvar sua vida” – afirmou o coordenador do NF, Marcos Breda.
Para dificultar ainda mais a possibilidade de atendimento médico de qualidade, houve uma redução drástica do número de exames que compõe o periódico do trabalhador da Petrobras. Nos casos do setor privado a situação é ainda pior, porque não há acesso ao prontuário médico do petroleiro e o médico não tem como avaliar o histórico do paciente em casos de emergência a bordo.
O Sindipetro-NF orienta a categoria e, principalmente os cipistas, que comuniquem imediatamente ao sindicato qualquer ocorrência que afete a segurança e a saúde do petroleiro, independente de ser de contratadas ou da Petrobrás. A defesa da vida deve ser uma preocupação de todos.
O NF considera que a gerência de SMS da Petrobrás está boicotando a prevenção à saúde e segurança para causar grandes acidentes e inviabilizar a Petrobrás como empresa pública.

Insegurança crônica 

Três queimados graves em P-32

O Sindipetro-NF recebeu informação que na tarde de quarta da ocorrência de acidente na P-32 naquele dia. De acordo com relato dos petroleiros, no tanque 7 estourou no momento que três trabalhadores, dois homens e uma mulher, passavam no local.
Segundo petroleiros a bordo, os três sofreram queimaduras graves, sendo que a trabalhadora de origem peruana foi ferida no rosto. A tampa foi arremessada por sobrepressão até o casario. Os trabalhadores também reclamaram das péssimas condições de habitabilidade da unidade e denunciaram que no início do mês , um técnico mecânico da empresa VGK Engenharia e Comércio foi atingido por uma junta e foi lançado há 5m de distância. A CAT emitida para o trabalhador foi sem afastamento.
O Sindipetro-NF está apurando as duas informações e no caso do acidente desta quarta indicará um diretor para acompanhar a investigação. A Comissão de Investigação de Acidentes embarcou ontem.

Gerente retalia atitude da categoria

Os trabalhadores de P-43 tiveram que esperar mais de cinco horas no heliporto do Farol para que o Geplat da unidade liberasse a programação e reprogramasse seus voos para amanhã. Por conta do ato que o Sindipetro-NF realizou pela vida no heliporto, o voo dos trabalhadores não aconteceu no horário previsto das 7h13.
Como chegaram no local às 6h para embarcar, quando completaram 5h no local, o voo deveria ter sido automaticamente reprogramado para o dia seguinte, mas não foi isso que o Geplat fez. Informou aos trabalhadores que iria enviá-los para o aeroporto de Campos. O sindicato falou para o grupo não aceitar a transferência, porque estariam descumprindo o Acordo Coletivo. Como retaliação, o Geplat deixou os colegas esperando mais de oito horas no local, demosntrando total falta de capacidade para gerenciar pessoas.
O Sindipetro-NF considera que a atitude do gerente é uma afronta à organização dos trabalhadores e uma atitude desumana com seus colegas de trabalho.

Aeronave sofre princípio de incêndio

Problema aconteceu quando chegou no Farol de São Tomé

Uma aeronave prefixo BGA é o EC-225 da BHS teve um princípio de incêndio assim que pousou no heliporto do Farol de São Tomé , na manhã do dia 27. A aeronave era procedente de Garoupa e fazia troca de turma. Estavam a bordo na hora do ocorrido, 17 passageiros.
De acordo com relatos dos diretores sindicais Leonardo Ferreira e Valdick Oliveira, presentes no local, “aeronave apresentou perda de pressão em uma turbina quando taxeava. Teve alarme de incendio e ninguém ficou ferido”.
Essa aeronave é do mesmo modelo de uma envolvida no acidente em 17 de dezembro e que caiu o sobre o helideck de P-35. Também é a mesma que a frota foi mantida no chão em 2012, por conta de uma falha na redundância no arrefecimento do sistema de transmissão.

Normando

HOMICÍDIO NO TRABALHO: ENQUANTO VOCÊ PERMITIR

A dominação ideológica é essencial à perpetuação da exploração e das injustiças. Do mesmo modo como a saliva do morcego hematófago anestesia a mordida, é a ideologia que “naturaliza” o uso dos seres humanos como “recursos” do Capital, meios descartáveis a serem consumidos no processo produtivo. Morte, mutilação, doença, espoliação moral e material, são produtos “naturais” do trabalho.
Essa é a ideologia dominante em nossa sociedade. Dominante não só nas mentes opressores, mas, ainda pior, também nas dos oprimidos, as próprias vítimas desse moedor de carne humana.
Para início de uma abordagem séria, devemos começar a chamar as mortes em razão do trabalho pelo nome devido, conforme a legislação existente de há muito: HOMICÍDIOS DOLOSOS, ENVENTUALMENTE DOLOSOS, CULPOSOS, ou LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE.

RESPONSABILIDADES

Os empregadores de há muito se acostumaram a “comprar” as mortes e lesões com inexpressivas indenizações por danos materiais e morais pagas às vítimas, ou familiares, sob a nobre chancela do Judiciário.
EM NENHUM CASO JUDICIAL, EM TODA A SUA HISTÓRIA, A PETROBRÁS foi condenada a uma indenização cujo valor tivesse impacto didático nas finanças da empresa, tal como prevê o Direito. Sempre lhe foi muito mais fácil pagar as mortes do que mudar procedimentos ou reconhecer erros fatais.
Responsáveis também são os que violam normas técnicas. Isso inclui os médicos. Por exemplo, o tele-atendimento médico a trabalhadores a bordo, envolvido em uma série de mortes nos últimos meses, é eticamente adequado? Qual a responsabilidade disciplinar do médico que ministra medicação por meio dessa pseudo anaminese? E a do médico que recebe no hospital um “paciente” morto no helicóptero e ainda assim emite declaração de óbito?

SUICÍDIOS

Em qualquer meio social a recorrência de suicídios implica uma análise da opressão que exerce a estrutura organizativa sobre o indivíduo. Em França, há poucos anos, a elevação do índice de suicídios relacionados ao trabalho inspirou toda uma crítica da cultura neoliberal e competitiva, entre trabalhadores, promovidas pelos apóstolos do Deus-Mercado. A Petrobrás, especialmente na Bacia de Campos, saiu da curva de normalidade nesse item. Mas o que se fará? NADA!
A cultura predominante na Petrobrás é a da obscuridade medieval. Não se aprende com erros, sejam eles acidentes, atos de corrupção, ou mesmo mortes. A norma é ocultar os erros e proteger quem errou. Desde que seja amigo dos reis, claro.

Curtas

APOSENTADOS
O Departamento de Aposentados promoveu um almoço de confraternização no dia 28 de janeiro em Campos, em comemoração ao Dia do Aposentado. Na foto, o “novo aposentado” e presidente do Cepe Macaé, Robson Gama, com o diretor Francisco Antônio de Oliveira (Chicão) e o coordenador do Sindipetro-NF, Marcos Breda.

PLR
Diante do balanço do terceiro trimestre da Petrobrás, divulgado na quarta, 28, a FUP enviou na manhã de ontem, 29, um ofício à empresa, solicitando o agendamento de uma reunião para tratar do adiantamento da PLR 2014, conforme previsto no acordo de regramento das PLR’s.
A Federação aguarda resposta da empresa e, em breve, divulgará informações sobre esta questão.

Setor Privado
Além da Schlumberger, os trabalhadores da Superior e Geoservices também aprovaram as propostas de Acordo Coletivo aperesentadas pelas empresas.
No caso da Geoservices, a diretoria do NF considera que o ACT firmado trouxe avanços para os trabalhadores. Todos os acordos são referentes à 2014/2015.

Schlumberger
Em assembleia realizada no início da noite de terça, 27, os trabalhadores da Schlumberger aprovaram a proposta de ACT 2014/2015 apresentada pela empresa. Após negociação entre empresa e Sindipetro-NF, foram conquistados avanços na proposta de ACT em relação ao ticket alimentação, auxílio creche e reembolso academia. Todas as condições serão vigentes a partir de 1º de maio de 2014.

Benzeno
Fruto da luta do movimento sindical dentro das Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, o INSS publicou no dia 13 de janeiro deste ano uma circular nº2/DIRSAT/INSS que determina que a Perícia Médica passe a admitir a presença de agentes cancerígenos, como o benzeno, nos ambientes de trabalho. O critério passa a ser qualitativo e serve para fins de aposentadoria especial.