Nascente 884

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Nascente 884

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Editorial

Os donos da mídia

Um dos momentos mais aplaudidos do discurso do coordenador da FUP, José Maria Rangel, na sessão de lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, na última terça, em Brasília, foi quando o sindicalista advertiu que os poderes constituídos do País precisam demonstrar a sua independência em relação ao “quarto poder de uma mídia golpista que não foi eleita pelo povo”.
Essa fala não é apenas uma figura de retórica. Ela está assentada em exemplos históricos contundentes da ação da grande mídia nacional que, aliada ao capital especulativo internacional, opera para entregar riquezas brasileiras e alienar o povo dos temas relevantes do País.
Não mais do que dez famílias ou grupos empresariais dominam quase tudo do que é dito pela grande mídia de massa no País. Puxe o leitor pela memória e não encontrará mais do que poucos sobrenomes por trás de grupos gigantes de comunicação: Marinho, Saad, Civita, Macedo/Universal, Abravanel, Frias, e talvez um ou outro de abrangência regional, como os Sirotsky no Sul.
Esse esquema foi montado a partir do modelo de cabeça de rede, no ambiente centralizador da Ditadura, e a concessão de canais locais para afiliadas se tornou uma moeda política valiosa, fazendo com que atualmente, de acordo com levantamento do projeto “Donos da Mídia” (www.donosdamidia.com.br), pelo menos 271 políticos, a maioria prefeitos, sejam donos de rádios e TVs locais. Se pudessem ser identificados os laranjas dos políticos que não assumem diretamente a propriedade dos seus veículos, esse número se multiplicaria em muitas vezes.
É por isso que a fala de José Maria, no Congresso Nacional, se reveste de uma importância especial. Ela contribui para que os parlamentares prestem atenção em um projeto que já atravessou vários governos e permanece sem andar no Legislativo, o da Lei da Mídia Democrática.
É preciso aproveitar esse momento em que os papeis políticos estão mais nítidos para avançar com esse debate sobre a concentração da mídia no Brasil. Ainda que hoje a relevância dos veículos de massa seja relativizada pelos efeitos horizontalizantes das redes sociais na internet, o fato é que ainda a maior parte do que se diz, inclusive nestas redes informais, é pautada pelos conteúdos produzidos pelos grandes conglomerados.

 

Espaço aberto

O Brasil na encruzilhada

Antonio Lassance**

O problema do financiamento de campanhas eleitorais agora tornou-se uma crise institucional de fato, desde que o inquérito levado pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, arrolou a cúpula do Poder Legislativo – o presidente do Congresso e do senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha -, além da cúpula de dois dos maiores partidos do Congresso, o PMDB e o Partido Progressista.
A reação imediata de ambos, que certamente será seguida pela legião de correligionários do financiamento empresarial, é transformar o Congresso em trincheira do Partido dos Achacadores de Grandes Empresas.
As saídas para a crise são complexas, mas os primeiros passos podem ser simples.
O primeiro deles precisa ser tomado imediatamente e diz respeito a proteger o país da guerra que Renan Calheiros e Eduardo Cunha começaram a travar.
As declarações de guerra de ambos são dadas a cada cinco minutos. Se o governo ainda não tiver entendido do que se trata, melhor providenciar o sorvete para colar na testa.
Os partidos de esquerda precisam imediatamente formar uma articulação – não um bloco, pois alguns são governo, outros, oposição; não uma maioria, pois não têm parlamentares suficientes; não uma frente, pois não há consenso programático mínimo; mas é possível uma articulação de partidos que saibam exatamente o que é preciso evitar: que a pauta do Congresso seja dominada pela infâmia.
Ou a esquerda toma a dianteira ou irá apenas assistir a tudo bestializada enquanto o circo pega fogo.

* Trecho de coluna publicada originalmente na Agência Carta Maior. Acesso direto à íntegra em http://bit.ly/18XvPC4. ** Cientista Político.

Geral

LARANJAÇO NA CÂMARA

Vestidos com camisa laranja, diretores do NF e de outros sindicatos fizeram pressão nesta semana no Congresso, durante lançamento de Frente em Defesa da Petrobrás

Diretores do Sindipetro-NF e de outros movimentos sociais participaram, na terça, 24, em Brasília, do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás. O coordenador da FUP, José Maria Rangel, fez parte da mesa da solenidade. Aos deputados e senadores, ele afirmou que o Legislativo precisa manter a sua independência e estar atento aos projetos de lei que tentam entregar a Petrobrás.
Segundo ele, a crise pela qual passa a empresa é uma oportunidade para fazer com que os poderes constituídos funcionem sem a pressão do “quarto poder” da mídia e se aliem aos movimentos sociais, que representam o povo.
O sindicalista, que também é diretor do NF, lembrou que há pouco mais de dez anos a situação da Petrobrás era comparável à de um paciente na UTI de um hospital. “A empresa estava pronta para descer os sete palmos”, disse.
Ele destacou que, nos últimos anos, a Petrobrás saltou de 30 mil para 86 mil empregados, descobriu o pré-sal, se tornou uma das maiores empresas do mundo em investimentos em pesquisa, atigiu produção de 730 mil barris diários somente no pré-sal em sete anos de operação e resgatou a indústria naval.
“Não tenho dúvida sobre o projeto dos partidos que afundaram a Petrobrás. Eles não aceitam que o nosso povo tenha uma educação e uma saúde de qualidade. São três projetos que visam mudar a lei da partilha, tirar a Petrobrás de ser a operadora ínica do pre-sal”, advertiu, referindo-se à previsão legal de que parte dos recursos do pré-sal tenham destinação social, especialmente para as áreas de saúde e educação.
Contra os “desinvestimentos”
O representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Deyvid Bacelar, que também fez parte da mesa da solenidade, destacou em seu discurso a expectativa de que a companhia anuncie, hoje, o seu plano de “desinvesti-mentos”. Ele condenou a opção da empresa em cortar investimentos, inclusive vendendo ativos, penalizando a geração de empregos e a sua função social. Como tem proposto a FUP, ele defendeu que o governo brasileiro, que contou com a Petrobrás em anos recentes para controlar a inflação e promover investimentos sociais, faça agora uma contraparti-da, por meio da injeção de capital na companha com a cessão onerosa de poços que estão sob seu poder para exploração.

 

Reforma Política

Evento sábado no NF sobre Reforma

No momento em que o povo vai às ruas pedir o fim da corrupção no País, Macaé será palco de uma grade discussão sobre a Reforma Política. Dia 28, às 18h, no Sindipetro-NF, acontecerá um ato pela Reforma Política Democrática, com a presença do juiz de Direito, membro e co-fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Márlon Reis, que ministrará uma palestra e fará o lançamento do seu livro “O Nobre Deputado”.
Durante o evento haverá um debate sobre o tema com a presença de Normando Rodrigues, da Central Única dos Trabalhadores, do Pastor Daniel, da Aliança Cristã Evangélica do Brasil e do vereador Marcel Silvano. O ato recebe apoio do Sindipetro-NF, da Pastoral da Juventude, do Movimento Fé e Política, do Sindicato dos Bancários, CA de Administração da UFF, CA de Direito da UFF e do Grêmio Estudantil Nelson Mandela.
Marlon Reis é uma das lideranças no movimento de combate à corrupção eleitoral. Hoje, um dos grandes nomes que tem mobilizado e articulado movimentos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e mais de mil movimentos sociais espalhados pelo País que atuam na pauta da reforma política.
O juiz vai pontuar detalhes sobre como o financiamento campanha por empresas interferem diretamente na condução dos mandatos de parlamentares, de chefes do poder executivo e, principalmente, como esse método que ainda é possível e precisa ser superado, como possibilita um ambiente para que a corrupção continue dando o tom da conversa no meio político brasileiro.
O livro
Em “O Nobre Deputado”, Márlon Reis apresenta os resultados de uma pesquisa inédita: conseguiu ouvir pessoas que participam dos meandros da política sobre como se define a eleição de um deputado federal ou estadual. Para que isso fosse possível, foi necessário lhes assegurar o mais absoluto anonimato.

P-19: Vazamento em linhas de plataforma

Vazamentos em linhas de água salgada para resfriamento e injeção, na plataforma P-19, provocaram a redução da produção na unidade, na manhã da terça, 24. O Sindipetro-NF manteve contato com os trabalhadores e apurou que o problema não chegou a causar uma condição insegura para os petroleiros.
Os mais recentes dados oficiais informados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), em 2014, registram que a P-19 mantinha uma produção de aproximadamente 52 mil barris diários (51.581,2) no último mês de dezembro, que representavam 3,7% da produção na Bacia de Campos naquele mês). Também em dezembro, a produção de gás da unidade foi de 672,4 mil m3/dia (3,1% da Bacia).
Para o Sindipetro-NF, o caso demonstra que os recorrentes vazamentos em linhas nas plataformas da Bacia de Campos, além de, muitas vezes, exporem os trabalhadores a riscos de acidentes, provocam impactos na própria produção da empresa.

SMS e Formação

NF INSCREVE PARA CURSO DE CIPA

Abertas no último dia 23 as inscrições para o Seminário de Saúde e Segurança voltado para cipistas e demais trabalhadores do setor petróleo interessados em discutir o tema. O prazo continua aberto até o próximo dia 12. O evento acontecerá de 28 a 30 de abril, na sede do Sindipetro-NF em Macaé.
O papel do cipista na atualidade, Spie, anexo 2 da NR-30, Benzeno e suas repercussões na aposentadoria especial e os erros cometidos pela gestão de SMS das empresas do setor petróleo são temas que farão parte da programação.
Para se inscrever, basta acessar o site do Sindipetro-NF, clicar no banner superior e preencher a ficha. As vagas serão limitadas para 180 pessoas, que é o limite do auditório. Aqueles que residirem fora de Macaé e cidades vizinhas (de Conceição de Macabu até Cabo Frio) terão seus custos cobertos. Mais informações também podem ser solicitadas pelo e-mail [email protected].
Dia especial
A data foi escolhida porque o seminário também marca a passagem do 28 de abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, que é lembrado todos os anos pelo sindicato.

Normando

Pregar intervenção militar é crime

Nas manifestações do “15M” não havia um só cartaz com propostas de combate à corrupção. Até porque estavam ao lado das dezenas de corruptos flagrados nas ruas, naquele domingo. Se houvesse verdadeira indignação, refletiriam sobre a melhor maneira de combater a corrupção.
Desde 2013 a Ordem dos Advogados do Brasil e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil uniram forças pela Reforma Politica. Dezenas de outras entidades a elas se juntaram na campanha pela coleta das 1,5 milhões de assinaturas de eleitores, necessárias ao projeto de iniciativa popular, que tem como ponto central a proibição de doações empresariais de campanha, reconhecidas até pelo Papa Francisco como a raiz da corrupção.
Você pode se inteirar sobre a campanha e o projeto em http://www.reformapoliticademocratica.org.br.
Porém, a maioria dos que gritaram no “15M” não queria propostas, mas apenas destilar ódio. Ódio de que o filho da empregada estude na mesma universidade que seu filho, e que, anos depois, venha buscar a mãe no trabalho com um carro igual ao do patrão. Tomados desse ódio, muitos pregaram abertamente a volta da Ditadura.
“Previsão” da intervenção
Mentem ao afirmar que a “intervenção” é prevista pelo Artigo 142 da Constituição. Esperam que ninguém leia a Constituição, pois o 142 coloca as Forças Armadas “sob a autoridade suprema do Presidente da República”.
A Constituição também define a atuação de grupos militares contra a ordem constitucional como um crime (Artigo 5º, Inciso XLIV). E o Código Penal, em seu Artigo 286, prevê pena de até seis meses de detenção, e multa, para quem incitar publicamente a prática de um crime.
O Ministério Público e a Polícia Federal colecionam as incitações ao Golpe de Estado, e seus autores serão responsabilizados. Liberdade de Expressão não se confunde com práticas delituosas. Quem prega um Golpe Militar, na Internet, é tão delituoso quanto quem incita a pedofilia.
Ditadura corrupta
O fascismo, a substituição das instituições pela força, somente prospera no campo da ignorância. Muitos dos que fazem apologia à Ditadura de 1964-85 afirmam que “não havia corrupção”. Crasso desconhecimento de nossa História.
O Governo Médici, por exemplo, optou pela corrupção como forma de manter o empresariado em seu apoio. Itaipu, Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói, só por amostra, custaram várias vezes seus reais valores, e enriqueceram diversos empreiteiros.

Curtas

Comunicação

O Sindicato dos Bancários de Macaé e Região promoveu, no último final de semana, o Curso de Comunicação Sindical com ênfase em Mídias Digitais, ministrado por Vito Giannotti e Artur William. O evento contou com grande participação de ativistas sociais, entre eles um dos diretores do Departamento de Comunicação do NF, Marcelo Nunes.

Edinc

Nas últimas semanas, os trabalhadores do prédio onde funciona o Edinc (Edifício Novo Cavaleiros) têm sofrido com problemas no sistema de luz, água e ar condicionado. Segundo denúncias recebidas pelo NF, algumas pessoas ficaram presas no elevador. O sindicato cobra da Petrobrás uma resposta urgente a essa situação.

“Golpe de sorte”

Um “golpe de sorte” não permitiu que oito trabalhadores fossem esmagados na SPM-15, próximo a Carapeba. A avaliação é do diretor do NF, Wilson Reis, que embarcou na última sexta, 20, para participar da comissão de investigação de acidente no dia 18 de março, quando um mastro, com peso que varia de 10 a 15 toneladas, caiu durante uma operação de movimentação na sonda da Petrobrás. Como a área do deck estava isolada, não houve feridos.

Colegiada
A diretoria colegiada do Sindipetro-NF tem reunião marcada para todo o dia de hoje e amanhã, na sede de Campos do sindicato. Em razão desta atividade, que envolve todos os diretores, não serão realizados os contatos com as bases nos aeroportos da região nestes dois dias.

IMAGEM DA SEMANA
Duzentos sacos de “dinheiro” foram deixados no gramado do Congresso Nacional na manhã da terça, 24, como protesto contra o financiamento de empresas e bancos para candidatos. O protesto foi organizado pela Coalizão Reforma Política Democrática, com apoio político da CUT.