Petroleiros sacodem a Câmara em defesa da Petrobrás

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Primeira Mão 1176 – Trabalhadores, estudantes e movimentos sociais compareceram em peso à Câmara dos Deputados Federais no último dia 24 para o relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, que conta com a participação de 210 deputados federais e 42 senadores. “A presença dos petroleiros e movimentos sociais hoje aqui nesta Casa encoraja e fortalece a nossa ação parlamentar em defesa do patrimônio nacional”, destacou a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS), se referindo às caravanas de petroleiros de vários estados do país que ocuparam um dos plenários da Câmara com seus uniformes laranja e faixas em defesa da Petrobrás.

O principal objetivo da Frente é desenvolver ações no Congresso para se contrapor às tentativas de privatização da estatal e do pré-sal, que colocam em risco a soberania e os interesses nacionais. “O sistema de partilha que nós conseguimos votar com o apoio e mobilização dos petroleiros e movimentos sociais garantiu à Petrobrás um patamar de muito maior valor estratégico”, declarou o deputado federal Henrique Fontana (PT/RS), ressaltando que a estatal e o pré-sal continuarão intocáveis, “enquanto tivermos força política”.
A Frente Parlamentar já está articulando reuniões com o presidente da Petrobrás e com a direção da ANP, além de audiências públicas em diversos estados do país para esclarecer a sociedade sobre os interesses políticos e econômicos que movem a virulenta campanha da mídia contra a estatal. O deputado Davidson Magalhães (PCdoB/BA), que preside a Frente, ressaltou a importância dessas iniciativas para mostrar à população a grandeza e competência da Petrobrás e que “não se pode criminalizar a empresa por atos individuais de corrupção dos que estão sendo devidamente investigados”.

A verdadeira Petrobrás, a mídia não mostra

Nos últimos cinco anos, produção no pré-sal cresceu 17 vezes
Recentemente, a Petrobrás anunciou mais um recorde de produção no pré-sal: 737 mil barris por dia! Isso representa 17 vezes mais o que a empresa extraía em 2010, quando a média diária de produção no pré-sal era de 42 mil barris. Nenhuma outra petrolífera no mundo alcançou uma performance como esta em tão pouco tempo.
Só o que a Petrobrás produz atualmente no pré-sal já seria suficiente para abastecer países como Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru juntos. Considerada a mais importante descoberta de petróleo das últimas décadas, essa nova fronteira de produção será responsável nos próximos três anos por mais da metade de todo o petróleo e gás produzidos pela estatal.
Isso tudo só está sendo possível porque o governo brasileiro retomou os investimentos na área de Exploração e Produção (E&P), que saltaram de 3,6 bilhões de dólares, em 2002, para 27,7 bilhões de dólares, em 2013. E até 2018, deverá investir mais 153 bilhões de dólares em exploração, desenvolvimento da produção e infraestrutura.
É por isso que a Petrobrás já é a maior produtora de petróleo no mundo entre as empresas de capital aberto e também a que mais cresce em quantidade de reservas. Para cada 110 barris extraídos em 2014, a estatal brasileira acrescentou outros 105 barris às suas reservas provadas. Soma-se a isso, o pioneirismo da Petrobrás no desenvolvimento de tecnologias para exploração em águas ultraprofundas. Agora em maio, a empresa receberá pela terceira vez o OTC, o maior prêmio do mundo do setor offshore.

SE LIGA

Nos anos 90, o projeto do governo do PSDB era enfraquecer a Petrobrás para facilitar a sua privatização. Estrangulada por orçamentos ínfimos no E&P e na área de desenvolvimento e tecnologia, a empresa chegou em 2002 com reservas e produção aquém de suas possibilidades. Como dizem as lideranças sindicais, a Petrobrás estava na UTI, em coma, mas os trabalhadores tiveram a chance de resgatá-la e transformá-la em uma gigante do setor energético.
Recuperada e fortalecida, a estatal dobrou nos últimos 12 anos a produção de óleo e gás que levou 40 anos para alcançar, descobriu o pré-sal e hoje já tem reservas provadas de 16,612 bilhões de barris de petróleo e pelo menos outros 22 bilhões que ainda aguardam declaração de comercialidade. É essa Petrobrás vitoriosa que tanto incomoda aqueles que tentaram privatiza-la e agora, novamente, atacam a empresa para abocanhar o pré-sal.
PSDB já apresentou três projetos de lei para privatizar o pré-sal
No intervalo de apenas 90 dias, um deputado e dois senadores do PSDB apresentaram no Congresso Nacional três Projetos de Lei para acabar com o sistema de partilha do pré-sal, enterrar o fundo soberano e retirar da Petrobrás a função de operadora única. Os tucanos já não têm como disfarçar os objetivos da campanha que comandam contra a estatal. Basta acessar na internet a íntegra de suas propostas.
No Senado, entraram com dois Projetos de Lei: o PLS 417/2014, para substituir o sistema de partilha pelo de concessão, e o PLS 131/2015, que busca retirar da Petrobrás a garantia de participação nos consórcios de exploração do pré-sal e sua função de operadora única. Na Câmara dos Deputados, os tucanos ingressaram com o PL 600/2015, que tem os mesmos propósitos.
O que está em risco
O papel estratégico da Petrobrás como descobridora e operadora única do pré-sal está diretamente relacionado à soberania nacional. Em função disso, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial das dez maiores descobertas de reservas de petróleo nos últimos anos. O campo de Libra encabeça a lista, que tem ainda o campo de Carcará em quinto lugar e o do Pão de Açúcar na sexta posição. Ou seja, a Petrobrás foi responsável por três das dez maiores descobertas de petróleo no planeta. É esse valioso patrimônio que está no centro da disputa política e econômica que move os ataques contra a empresa e o sistema de partilha do pré-sal. Alguém ainda tem dúvidas sobre a importância de defender essas conquistas e impedir que os tucanos entreguem ao mercado o maior patrimônio do país?

 

A Petrobrás não é um “condomínio de ladrões”

FUP move ação contra Barusco e Paulo Roberto por lesarem a honra dos petroleiros
A FUP ingressou nesta quarta-feira, dia 25, com uma Ação de Responsabilidade Civil contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente de Serviços, Pedro Barusco, por Danos Morais Coletivos causados aos trabalhadores. A Ação corre na 1ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sob o número 009376243.2015.19.0001 e visa responsabilizar os ex-gestores por danos causados às “honras pessoais” e ao “coletivo espírito de corpo” dos mais de 80 mil trabalhadores da Petrobrás que estão na ativa e também milhares de aposentados que ajudaram a construir a empresa.
Desde o início da Operação Lava Jato, em março do ano passado, os petroleiros vêm sendo vítimas de insinuações, piadas e outros tipos de constrangimento, em função da distorcida e tendenciosa cobertura da imprensa, que tem levado a opinião pública a associar a Petrobrás à corrupção. Um ex-executivo da Petroquímica Triunfo chegou a divulgar um vídeo na internet, declarando que a empresa “virou um condomínio político de ladrões de primeira linha”.
A FUP e seus sindicatos, junto com os movimentos sociais, lançaram uma campanha nacional em defesa da Petrobrás e do Brasil, esclarecendo para a sociedade que a estatal não pode ser criminalizada, nem seus trabalhadores penalizados, por erros individuais de algumas pessoas. “A Petrobrás é um patrimônio do povo brasileiro e seus empregados são os responsáveis diretos pelos resultados e contribuição da empresa para o desenvolvimento do país”, declara o coordenador da FUP, José Maria Rangel, ressaltando que “os meliantes mancham a imagem de milhares de trabalhadores honestos e dedicados e devem pagar por isso” .

CUT retoma luta contra o PL 4330, que pode ser votado dia 07/04

Mais uma vez, a CUT e demais centrais sindicais intensificam a luta contra o Projeto de Lei 4330/2004, que amplia e precariza ainda mais a terceirização no Brasil. A proposta, bancada pelos empresários, está novamente na agenda da Câmara dos Deputados. Por determinação do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB\RJ), foi colocado na pauta de votação do dia 07 de abril. Para impedir este retrocesso, a CUT convocou uma grande mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores.
O PL 4330 é de autoria do ex-deputado federal Sandro Mabel, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação do Estado de Goiás, e tramita na Câmara há mais de dez anos. Além de ampliar a terceirização para as atividades-fim, oficializando também a quarteirização, o projeto acaba com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e reduz direitos.
Tucanos se articulam no Senado
A bancada do PSDB no Senado pediu o desarquivamento do PLS 87/2010, de autoria do ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que também libera a terceirização para as atividades-fim, na mesma linha do PL 4330.
ENTENDA
•Em 2013, a FUP somou-se às diversas mobilizações convocadas pela CUT e demais centrais sindicais para barrar o PL 4330, que em tempo recorde passou pelas comissoes da Câmara dos Deputados e entrou na pauta de votação.
•A luta surtiu efeito e forçou a suspensão da votação e a abertura de um processo de negociação do movimento sindical com governo, parlamentares e empresários.
•Diante da intransigência da bancada empresarial, que insistia em sua agenda de redução de direitos e precarização, as centrais sindicais intensificaram as mobilizações e o PL 4330 foi retirado de votação.

“Podemos tirar, se achar melhor”

Jornalista da Reuters sugere blindar FHC em matéria sobre corrupção
Uma matéria divulgada pela agência de notícias Reuters no último dia 23 foi motivo de piada e indignação nas redes sociais. O texto relata uma entrevista com o ex-presidente FHC (PSDB) e no final do sexto parágrafo traz uma observação entre parênteses para os editores brasileiros, sugerindo que poderia retirar da matéria o trecho em que destaca que um dos delatores da operação Lava Jato, o ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco, declarou ter começado a receber propinas em 1997, ainda no governo tucano.

“Podemos tirar, se achar melhor”, sugere o jornalista, em sua observação, que, segundo a Reuters, acabou sendo “publicada acidentalmente” junto com a entrevista do ex-presidente. O episódio evidenciou que a blindagem da mídia brasileira ao PSDB também ocorre nas agências internacionais. A Reuters reconheceu o “acidente”, mas não comentou a tentativa de manipulação. O autor da entrevista, Brian Winter, já é velho conhecido de FHC e escreveu em parceria com ele o seu livro de memórias, O Improvável Presidente do Brasil.

Pesquisa do Datafolha revela que brasileiros são contra privatização da Petrobrás

Apesar da campanha diária da mídia para tentar criminalizar a Petrobrás pelos erros de ex-gestores envolvidos em casos de corrupção, os brasileiros continuam acreditando na empresa e são contrários à sua privatização. É o que revela a pesquisa do Datafolha divulgada no último dia 22, onde 61% dos entrevistados disseram não à perda do controle estatal sobre a Petrobrás.
Segundo o instituto, a venda da empresa foi rejeitada em todas as faixas de renda, idade e escolaridade, em todas as regiões do país, independentemente de inclinação partidária. A pesquisa foi realizada nos dois dias seguintes às manifestações golpistas do dia 15, organizadas por grupos que pregam o impeachment da presidente Dilma. O Datafolha ouviu 2.842 pessoas. Apenas 24% dos entrevistados disseram concordar com a privatização da Petrobrás; 5% se disseram indiferentes e os outros 10% não responderam.

FUP NO FORUM SOCIAL

Pela segunda vez, a Tunísia é sede do Fórum Social Mundial, que reúne até domingo, 28, cerca de 60 mil pessoas na capital Tunis. Mais de quatro mil organizações sociais de 118 países estão inscritas para participar do evento, cujo tema este ano é “Dignidade, direitos e liberdade”. Como nas edições anteriores, a FUP participa do Fórum, compartilhando a experiência do projeto de alfabetização MOVA-Brasil, que desenvolve em parceria com o Instituto de Educação Paulo Freire e a Petrobrás.