O Sindipetro-NF protocola na tarde de hoje ofício para a gerência geral do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, cobrando a abertura de comissão de investigação de acidente, com a participação de um representante da entidade, para apurar uma ocorrência grave na tarde de ontem na unidade, quando um petroleiro quase teve a mão amputada.
O trabalhador realizava manutenção mecânica em um ventilador industrial da unidade 298 (U-298), utilizado na refrigeração do gás. À distância, outro profissional, que havia terminado uma manutenção elétrica no mesmo equipamento, energizou o ventilador, que entrou em operação e por pouco não mutilou o mecânico.
Para o sindicato, a situação foi típica consequencia da falta de efetivo (insuficiência no número de trabalhadores) na empresa. A entidade avalia que a sobreposição de PTs (Permissões de Trabalho) e o acúmulo de responsabilidades levam a riscos como o de ontem.
“É muito grave a questão do efetivo que ocorre no Tecab. Não é uma questão somente da quantidade, mas sim da diminuição sistemática de alguns setores a quantidade de trabalhadores, por motivo de movimentação interna dentro do próprio terminal para áreas novas ou para funções administrativas sem substituição por outro trabalhador na equipe”, afirma o diretor do Sindipetro-NF, Cláudio Nunes, que atua em Cabiúnas.
Ele explica que acaba por acontecer uma “correria” na execução das atividades, e são puladas etapas de segurança para execução de rotinas ou liberação de permissão de trabalho, tudo isso sob pressão de superiores imediatos.
“O terminal está se tornando uma bomba relógio, já há algum tempo, e sendo intensificado nos últimos 24 meses com redução brusca de efetivo, sem uma análise clara dos riscos operacionais e de segurança dos trabalhadores”, denuncia.