Primeira Mão 1192 – A FUP participou no último dia 13 da reunião que a presidente da República, Dilma Rousseff, realizou no Palácio do Planalto com mais de 50 entidades representativas dos movimentos sindical, social e estudantil. O coordenador da Federação, José Maria Rangel, entregou pessoalmente a ela a pauta política que os petroleiros apresentaram à Petrobrás, cobrando a suspensão da venda de ativos, a manutenção dos investimentos no país e a defesa incondicional das atuais regras de exploração do pré-sal.
A presidente Dilma foi enfática ao falar diretamente para os petroleiros que acompanhavam a reunião: “Eu estou aqui olhando para o povo da FUP e quero dizer a eles que enquanto eu for presidente, eu vou lutar até as minhas últimas forças para manter a Lei de Partilha”. Ela também fez questão de ressaltar a importância dos investimentos que o país recebeu, em função da política de conteúdo nacional, possibilitando transformar “a riqueza do petróleo numa riqueza da sociedade”.
O pronunciamento da presidente Dilma coloca em xeque o modelo de gestão neoliberal que Aldemir Bendine e seu conselheiros vem aplicando na Petrobrás. Enquanto todas as petrolíferas brigam pelo pré-sal, a diretoria da empresa não esboça uma única reação para defender a posição de operadora única e manter a garantia de participação mínima nos futuros projetos exploratórios. Como Pilatos, Bendine continua lavando as mãos diante do PLS 131.
O presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Murilo Ferreira, já chegou até a declarar que é a favor da flexibilização das regras de exploração do pré-sal. Outro conselheiro da empresa, Roberto Castelo Branco, foi além e revelou recentemente em uma palestra que o regime de partilha é “danoso aos interesses da Petrobrás e aos do Brasil”. Se a presidente da República, que representa o Estado e, portanto, o acionista controlador da Petrobrás, disse com todas as letras que não irá alterar a lei do pré-sal, cabe aos gestores da empresa seguirem a mesma linha. Ou será que continuarão fazendo ouvidos de mercador?