Marcelo Rodrigues é eleito novo presidente da CUT-RJ

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Da Imprensa da CUT-RJ

O bancário Marcelo Rodrigues foi eleito na noite deste sábado (22) o novo presidente da CUT-RJ para o mandato 2015-2019. Marcelinho, como é conhecido, tem 34 anos, é funcionário da Caixa Econômica Federal, dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da direção plena da CUT-RJ na gestão 2012-2015, que se encerra agora.

A chapa 1, encabeçada por Marcelinho, obteve 65,26% dos votos válidos contra 34,74% da chapa 2, liderada pela dirigente do Sinttel-Rio e secretária de Mulheres da CUT-RJ, Virginia Berriel. Ao todo foram 431 votos, sendo 263 para a chapa 1, 140 para a chapa 2, 23 votos nulos e 5 brancos.

Se despedindo do segundo mandato como presidente e 15 anos na direção da CUT-RJ, o também bancário Darby Igayara se emocionou ao lembrar das dificuldades e das lutas travadas nos últimos tempos e defendeu a unidade da militância cutista na próxima gestão. “A disputa verdadeira mesmo está lá fora. O congresso, a direita e os patrões nos desrespeitam, mas aqui nós estamos nos respeitando. Com certeza, vai ser uma gestão muito forte e com muitas vitórias”.

O mesmo espírito de unidade foi defendido pela candidata à presidência pela chapa 2, Virgínia Berriel. “Os nossos adversários são os patrões. Apesar das diferenças, não somos adversários e vamos trabalhar juntos”.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito da CUT-RJ, Marcelinho convocou a militância cutista a aderir ao chamado do presidente nacional Vagner Freitas e usar todas as nossas armas para barrar qualquer retrocesso. O novo presidente também agradeceu aos jovens que participaram da construção da sua candidatura, aos funcionários da CUT-RJ pela dedicação na preparação do 15º Cecut e ao seu companheiro de direção na CUT-RJ José Antônio Garcia Lima, o qual considerou como uma referência para toda a militância cutista.

“Tenho muito orgulho de lutar ombro a ombro com cada companheiro aqui. A partir de segunda-feira não vamos ter uma nova CUT porque vamos continuar o brilhante trabalho realizando pelo companheiro Darby”.

Análise de conjuntura

Abrindo as mesas de sábado(22) no 15º CECUT em Niterói, Professor da Unicamp analisa o projeto de governo nos últimos 13 anos e faz um diagnóstico do papel dos trabalhadores em um momento político que anuncia retrocessos.

Com falas críticas, economista e cientista político Guilherme Mello, professor da Unicamp, é enfático nos erros que o governo cometeu e diz que “Criticar não é enfraquecer o governo. Enfraquecer o governo é não ser crítico às agendas de Cunha, de Levy, de Aécio.”.

Segundo o professor a classe trabalhadora tem um papel fundamental na defesa da democracia, principalmente neste momento que o governo “Corre o risco não de derrota, mas de total aniquilação política”. Ele conclama os trabalhadores para irem às ruas, pois só assim conseguirão mostrar que ainda há força para virar essa agenda e fazer vigorar novamente o projeto que durante anos gerou dados que provam sua eficácia.

Para ele, trabalhadores e governo têm que seguir juntos, cada um tomando suas medidas para superar a crise, mas quem ditará o caminho é o povo. “O governo precisa rapidamente sair desse rumo. Tem que parar com o ajuste que desajusta. Desajusta o emprego, desajusta a renda, desajusta a vida. Desajusta e desconstrói o nosso projeto de país. É ir pra rua e mostrar para a Presidenta Dilma que ela tem o nosso apoio, desde que seja para fazer o nosso governo. Desde que seja para fazer o nosso projeto de país. O projeto dos trabalhadores.” – Disse o professor.

No clima dos protestos

Não estava programado, mas o êxito da manifestação contra o golpe e por mais direitos que ocupou boa parte do Centro do Rio na véspera acabou pautando a abertura do 15º Congresso Estadual da CUT-RJ na noite da sexta (21) no Espaço Cultural Cantareira, em Niterói.

Uma mesa coordenada pelo presidente Darby Igayara, e formada por representantes da CUT nacional, UNE, direção e bancada parlamentar do PT e prefeitura de Niterói cumpriu o papel de dar boas vindas aos cerca de 450 delegados e delegadas, mas sem deixar de avaliar e lançar perspectivas pós 20 de agosto.

Para a dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Raniele Barbosa, as manifestações do dia 20 pelo Brasil foram um marco e mostrou que “a juventude trabalhadora ainda se referencia no projeto democrático popular dos governos Lula e Dilma”. Segundo ela, a UNE está iniciando uma nova etapa de aproximação com os trabalhadores para fortalecer a luta para que “o filho do metalúrgico e da empregada doméstica tenha as mesmas condições dos filhos dos ‘doutores’”.

A deputada Benedita da Silva também fez referência ao projeto representado pelos governos do PT e ressaltou a importância de lutar contra qualquer tipo de retrocesso. “O dia 20 foi um grande passo para os trabalhadores. Falamos que não queremos entregar o que é nosso. Não podemos abrir mão das conquistas que tivemos até agora. Não queremos mais nenhum retrocesso, ditadura ou golpe”.

O dirigente nacional da CUT, Aparecido Donizeti, ressaltou a importância do Congresso para o fortalecimento das lutas do próximo período. “Desde dezembro, a CUT está fazendo a sua parte com ações em torno do eixo ‘direito não se reduz, se amplia’. Precisamos muito de unidade, apesar das diferenças, para que possamos ter a CUT muito mais forte pro desafio que está colocado”.

Representando o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, o secretário de Participação Social da cidade, Anderson Pipico, também viu uma grande demonstração de força da esquerda no dia 20 e que a realização do Cecut ampliará ainda mais essa força. “Para nós é simbólico e fundamental termos o Cecut em Niterói. A cidade está muito receptiva”.

O presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, reforçou o discurso da véspera, quando defendeu durante a passeata no Centro do Rio que as forças de esquerda devem sair da defensiva e partir para as reformas. “As alianças de 2002 foram muito importantes para conseguirmos mudar a pirâmide social brasileira com mais empregos, educação, cultura, moradia etc. Mas aquelas alianças não nos servem mais. Temos que recompor uma ampla aliança de esquerda e empurrar o governo Dilma para as grande reformas que são necessárias neste país”.

Homenagem a Antônio Neiva

Um texto sobre sua trajetória, sua música predileta (a única que sabia cantar, brincam os amigos) e uma placa entregue à irmã e à sobrinha, compuseram um emocionante homenagem da CUT-RJ ao histórico militante da esquerda e do PT, Antônio Neiva Moreira Neto, o Neiva. O próprio Cecut ganhou seu nome como reconhecimento da central pela sua trajetória. “A vida dele foi uma poesia. Tão de esquerda, tão do PT, tão da CUT”, resumiu o presidenta da CUT-RJ, Darby Igayara, ao homenageá-lo ressaltando sua grande habilidade como articulador político.

Darby também homenageou outro grande companheiro de lutas, o militante, escritor e intelectual Vito Giannotti, falecido no mês passado. “Foi uma perda enorme, mas ele deixou um grande legado com suas ideias, seus livros e sua história”.

 

[Novo presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, com o Darby Igayara, que deixa o cargo / Foto: Nando Neves]