Pobres “companheiros”, pobres “supervisores” e pobres “coordenadores/gerentes”

O Sindipetro-NF recebeu texto de um petroleiro da Bacia de Campos, que pede para não ser identificado, que avalia a gravidade do cenário atual da Petrobrás. Segue:

 

“Pobres “companheiros”, pobres “supervisores” e pobres “coordenadores/gerentes”

Está clara a grave situação que estamos vivenciando, mas se ainda hoje estamos aqui não foi por mero acaso. Enquanto antigos companheiros estão próximos de cumprir sua jornada na empresa e novos companheiros foram admitidos na Petrobrás foram devidas a muitas lutas travadas ao longo do tempo e onde já foi pago (e continuamos pagando) o maior preço cujos valores são incalculáveis quando nos lembramos da tragédia de P-36, entre outras. E o que dizer da tragédia do FPSO Cidade de São Mateus, seria “somente” uma gigantesca coincidência?

Pobres “companheiros” que se esquivam da responsabilidade a que estão sendo chamados porque acham que estão imunes à “Política” e que esta não afeta a eles e as suas famílias todos os dias.

Pobres “supervisores” os quais estão subjugados pelas gerências quando lhes atribuem o cabresto apenas das responsabilidades de uma supervisão e dentre estas dizem ser uma “posição de confiança”, quando a atividade de Supervisão definida por legislação e referenciada pelo “Confea/CREA” não é de competência de Técnicos e sim do nível de Engenharia e então estão sujeitas as suas devidas sanções.

Pobres “coordenadores e gerentes” que no “alto” da autoridade que lhes foi atribuída impõem aos Técnicos de Manutenção assim registrados na empresa que tomem o lugar dos Técnicos de Operação exercendo suas atividades e desta forma mascaram o efetivo da empresa e ludibriam normas “CLT/MTE”.

A vida poderá cobrar um preço bem mais alto por certas atitudes egoístas, mas conclamamos os “companheiros” a retirarem o escudo das aspas e se tornarem verdadeiros Companheiros, aos “supervisores” e aos “coordenadores/gerentes” que retirem o “peso” de seus “cargos” dos ombros e os coloquem à disposição e se juntem aos Companheiros para que a consciência lhes permita entoarem com altivez a letra do Hino Nacional.

Uma pequena parte da história nos vem à mente neste momento “… tomei conhecimento que um amigo do meu vizinho foi obrigado a se afastar da família e trabalhar em condições precárias, mas como não era comigo não tomei nenhuma atitude, um pouco mais tarde foi com meu vizinho do lado direito e assim foi com o vizinho da frente, o vizinho do lado esquerdo até que um dia quando estava reunido com a família em um jantar comemorativo bateram à minha porta…”

Mais uma vez é chegada a hora de tomar uma atitude, pois certas indagações serão colocadas brevemente onde podemos citar: “como serão reconhecidos cada um no próximo episódio da história da Petrobrás? Como cada um irá encarar seus amigos, familiares e dentre estes principalmente seus filhos(as) e netos(as) sob o severo julgamento da própria consciência?”

Brasil, Bacia de Campos, 21 de setembro de 2015.”