Leia o texto do blog zemarianoca.org: NEGAÇÃO PELA NEGAÇÃO

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Zé Maria Rangel faz um balanço das conquistas dos últimos anos e as posturas sindicais

A categoria petroleira nunca antes na história avançou tanto em suas conquistas quanto nos últimos anos. Isso é fato e basta qualquer petroleiro mais atento para ver os ganhos salariais, as vantagens e os benefícios que tínhamos em 2002 e o que temos agora. É claro que nada caiu do céu! Tudo foi conquistado com muita luta!
Mobilizar, negociar e conquistar, esta é a máxima de quem tem compromisso com a categoria e não se pauta em aventuras. Vender terreno no céu, bater bumbo e não ter poder de mobilização, são atributos de quem prega a negação pela negação.
Estou no movimento sindical há uns bons anos e já defendi assinaturas de Acordos Coletivos e de PLRs com muito menos avanços do que os atuais, tendo a o meu lado alguns dos que hoje são contra tudo.
Para dar um exemplo recente ficarei no último Acordo Coletivo. Realizamos uma greve onde havia temas corporativos e assuntos de interesse de toda uma sociedade (Leilão de Libra e o PL 4330). As conquistas foram várias e para diversos segmentos da nossa categoria. Não houve nenhuma punição, mas tinha gente torcendo para que ocorresse. Os mesmos que defenderam contra o acordo. Queriam jogar a categoria em uma aventura sem precedentes, se valendo da boa fé dos petroleiros para colocar em pratica suas irresponsabilidades.
Alguém já viu algum sindicato do pessoal do contra conseguir acordo diferente do da FUP?
Resposta rápida: NÃO.
Dirão os “pinóquios sindicais” que a FUP entrega a categoria. Mas eles não saíram da FUP para buscar novos rumos? Não dizem que a FUP é pelega ? Então porque não esquecem a FUP e partem para a greve que tanto pregam e defendem nas bases da FUP para conquistar algo melhor?
Por que será que não pregam e não fazem greves em suas bases?
Chega a ser hilário ver os sindicatos ligados ao pessoal do contra rejeitar e desqualificar qualquer proposta, não indicar nenhuma forma de mobilização para “avançar” e ainda aprovar em assembleia que se a maioria assinar, assinam também. Que marca de sindicato combativo é esse?
Não cansam de tentar pegar carona nas conquistas do NF e dos sindicatos da FUP, vejam Dia do Desembarque, Periculosidade, Intramuros, RSR, Regime Especial do Apoio Aéreo e por ai vai.
Aqui na Bacia de Campos alguém ouviu dizer que quando estávamos em greve por qualquer um destes pontos citados acima os sindicatos do pessoal do contra entraram em greve para nos ajudar?
Resposta rápida: NÃO.
Lógico, é melhor pegar a obra pronta e sem estresse.
Quando o tema é saúde e segurança então o descaramento é maior ainda, insinuam que o NF tem acordo com a empresa e por isso nossas ações não valem de nada. Desqualificam um Sindicato, uma categoria que é referência em termos de luta pela vida. Será que as unidades operacionais que são representadas pelo pessoal do contra estão um brinco? Quantas eles interditaram nos últimos meses?
Estamos discutindo o regramento para a PLR , algo que tentamos a muito tempo e que a empresa sempre negou, recebemos PLR hoje através de um regramento realizado entre Petrobrás e Governo. Negar negociar regras é negar a Lei da PLR é negar o recebimento da PLR. São eles de novo, negar por negar.
Afirmar que nós não temos pressa , pois só podemos receber a segunda parcela em julho é a confissão de um total desconhecimento da Lei , que mudou e agora faculta o recebimento em duas parcelas , não podendo tais parcelas serem inferiores a um TRIMESTRE CIVIL. Estaremos aptos a receber a segunda parcela em abril deste ano.
Falar que não temos como interceder nos indicadores é assumir incompetência para negociar e discutir estrategicamente a Cia.
Dizer que negociação de metas é igual ao GDP é desconhecer que no GDP quem define se o trabalhador ganha nível ou não é o gerente e nas metas da PLR o compromisso não é só com os trabalhadores e sim com toda a sociedade , com acompanhamento trimestral.
Inserir a categoria nas discussões sobre os vazamentos, que tem tudo a ver com as condições de sucateamento das nossas unidades, é muito importante, já que a categoria passará a denunciar toda e qualquer situação de risco para não ver afetada a sua PLR.
O regramento parte de um percentual que já temos (4,5% do Lucro Líquido) para 6,25% do Lucro Líquido em 2013 (usando a regra como reivindicou a FUP), podendo avançar para 6,5% se alcançadas as metas e atingir até 7,25% uma vez superadas as metas (é difícil mas não impossível). Isso só está sendo possível devido ao lucro da Petrobrás nesse momento encontrar-se em torno de R$ 23 Bi. Aumentando o lucro da empresa para 30 Bi ou R$ 40 Bi, pode ter certeza que a administração da empresa e o governo (não esqueçam que este é um ano eleitoral) não vão querer discutir percentual com os trabalhadores. Eles vão querer continuar nesse “estica e puxa” com os valores, sem se comprometer com nada.
Negar que com as novas regras a categoria vai receber algo em torno de 40% a mais de PLR é querer brincar com a inteligência dos trabalhadores.
O acordo se aprovado, terá validade por 5 anos, mas todo ano será revisitado para ver se as metas apresentadas estarão de acordo com a nossa capacidade de produção e ninguém melhor do que nós trabalhadores para fazer tais considerações. Isso é discutir a empresa estrategicamente. Nós não temos medo de fazer essa discussão.
Aprovar o regramento é dar mais um passo na busca de uma PLR cada vez mais justa para os trabalhadores.
Rejeitar o regramento é deixar para que governo e Petrobrás decidam quanto devem nos pagar.
A negação pela negação , é o artifício daqueles que são incapazes de negociar.
José Maria Rangel