Petrobrás pune gerente assediador de P-19 com curso de ambiência

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A diretoria do Sindipetro-NF recebeu a informação de que o gerente assediador da plataforma de P-19, apesar de suas atitudes a bordo, desembarcou e foi fazer um curso de ambiência no dia 23 de novembro. Na visão do sindicato, essa é mais um paliativo do que uma forma de resolver o problema. A Petrobrás continua aplicando medidas diferentes aos seus empregados. Enquanto os trabalhadores  são duramente punidos, os gerentes são tratados de forma amena. Para o NF, um curso não vai amenizar o problema que está sendo causado pelo gerente.

Na opinião da direção do NF, essa atitude reflete o corporativismo existente dentro da Petrobrás, onde os gerentes se protegem e ao invés de serem punidos são premiados. Atitudes como essa de acobertar o erro dos outros só favorece a continuidade da corrupção dentro da Petrobrás. Para o sindicato, esse gerente deveria ter sido afastado da unidade imediatamente.

A denúncia

No dia 15 de outubro, o Sindipetro-NF recebeu dos trabalhadores da plataforma P-19 um abaixo assinado pedindo o afastamento de um dos geplats (gerente de plataforma) da unidade. O mesmo documento também foi direcionado à FUP e à gerência de governança, risco e conformidades da Petrobrás.

Os trabalhadores informaram, também por e-mail ao sindicato e em contatos com os diretores da entidade, as ocorrências de inúmeros casos de assédio moral praticados pelo gerente.

No dia 27 de outubro, o Coordenador do Sindipetro-NF se reuniu com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Rio, para discutir a denúncia de assédio envolvendo um geplat  da P-19, na Bacia de Campos. Como resultado dessa reunião a SRTE pediu abertura de sindicância no Ministério Público do Trabalho (MPT) para apurar o caso.

Uma das situações denunciadas em relação ao geplat é a de preenchimento indevido de uma Permissão de Trabalho (PT). O documento continha erros que foram apontados pelo técnico de segurança, que se negou a assiná-lo. O geplat, então, diante da negativa do técnico, rasurou a PT e assinou o documento no lugar do profissional.

O gerente também é denunciado por promover desembarque à revelia, gerando um alto nível de rodízio na plataforma. O sindicato apresentou à SRTE um abaixo-assinado dos petroleiros da unidade, com o relato dos assédios e abusos cometidos pelo gerente.

A SRTE solicitou da Petrobrás o envio do livro de segurança da plataforma, a relação de petroleiros que desembarcaram em datas citadas na reunião — quando, de acordo com a denúncia, ocorreram casos de perseguição — e o demonstrativo de nível de rodízio de trabalhadores na unidade.

O sindicato  também denunciou o caso na ouvidoria da Petrobrás.