FPSO São Matheus: Um acidente que deixou marcas na memória dos petroleiros

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Hoje, 11 de fevereiro completa um ano do acidente criminoso no FPSO Cidade de São Mateus, em Aracruz, onde nove trabalhadores morreram, 26 ficaram feridos e 39 traumatizados. Naquele dia, os feridos foram atendidos em hospitais Vitória no município de Serra, região metropolitana de Vitória, enquanto equipes de mergulhadores faziam buscas nas proximidades da embarcação. Os diretores do Sindipetro-ES acompanharam todo tempo os familiares e os feridos, prestando apoio necessário.

Mais uma vez a gestão estava envolvida, porque o acidente foi causado por uma explosão na casa de bombas, por causa de um vazamento de gás que já era conhecido pelos gestores e que nada fizeram para corrigir o problema. Diretores do Sindipetro-NF passaram uma semana no Espírito Santo, participando de protestos, acompanhando as atividades do comitê de crise e dando o suporte político necessário naquele momento.

Foram dias de muita dor para a categoria petroleira, que já trazia a marca de P-36 na Bacia de Campos e a partir daquela data, estaria marcada por mais essa tragédia. A diretoria do Sindipetro-NF se solidariza mais uma vez com os familiares e trabalhadores vítimais de um mais um acidente causado por erros de gestão.

Ato no Espírito Santo

Ocorreu nesta quinta, 11, pela manhã no aeroporto de Vitória um ato para marcar a passagem de um ano do acidente e lembrar suas vítimas. O Petroleiro e o Representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar esteve presente, junto com o Coordenador Geral da Fup, José Maria Rangel, além de dirigentes do Sindipetro-ES e categoria.

Um ano depois

O FPSO Cidade São Mateus é um navio afretado, em operação nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, com mão de obra terceirizada da BW Offshore. O gerente da BW Offshore, empresa proprietária do navio plataforma contratado pela Petrobrás, foi indiciado pela Polícia Federal por homicídio doloso e lesão corporal grave, que podem lhe render até 20 anos de prisão.

A Agência Nacional de Petróleo – ANP, também responsabilizou os gestores da BW e da Petrobrás por descumprirem 28 itens do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional. A principal causa da explosão foi a estocagem inadequada de condensado, que era feita com a conivência da Petrobrás, apesar de não estar prevista no contrato. O relatório não deixa dúvidas sobre a responsabilidade dos gestores no acidente: “decisões gerenciais tomadas pela Petrobrás e BW Offshore, ao longo do ciclo de vida do FPSO Cidade de São Mateus, introduziram riscos que criaram as condições necessárias para a ocorrência deste acidente maior”, aponta a ANP, na página 13 do documento.

Para se livrar da responsabilidade com as vítimas, a BW Offshore propôs em janeiro um Plano de Demissão Voluntária Incentivada (PDVI) para a equipe que atuava no FPSO. Segundo denúncia dos trabalhadores, os que aderirem ao plano terão que se comprometer a abrir mão de todos os seus direitos.