Nascente 929

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 Nascente 929

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Editorial

Direita e esquerda na Petrobrás

Ariano Suassuna, escritor brasileiro e universal que morreu em 2014 e ocupava, antes mesmo de nos deixar, o panteão dos clássicos da literatura, era também conhecido por ser um ótimo palestrante. Presença constante em bienais e congressos, levava a sua prosa conversada e bem humorada por onde fosse. Costumava dizer, por exemplo, que mal dos outros se diz é pelas costas, porque falar mal dos outros pela frente é falta de educação — o que sempre rendia fartas gargalhadas na plateia.
Mas Suassuna também falava sério, ainda que de modo sereno. É dele uma frase emblemática sobre as noções políticas de direita e esquerda: “Não concordo com a afirmação, hoje muito comum, de que não mais existem esquerda e direita. Acho até que quem diz isso normalmente é de direita”.
Na Petrobrás, o discurso da gestão sempre procurou dar um ar “apolítico” à condução da empresa, como se as decisões estratégicas da companhia não tivessem relação com as visões ideológicas de quem as tomavam. O “mercado” e a necessidade de sobrevivência da empresa supostamente se incumbiriam de dar norte às opções sobre onde investir, onde “desinvestir”, quando contratar, quando adotar planos de demissão. Queriam, e ainda querem, nos fazer crer que estes caminhos são cristalinos e inevitáveis, demarcados pela eloquência dos números nas planilhas.
Mas todos sabemos que a realidade não é assim. Não há caminho único.
Desde sempre o discurso de direita é feito e assimilado com desenvoltura nos ambientes decisórios da alta cúpula da empresa. É a racionalidade “técnica”, que por vezes coincide com puro entreguismo, o que dá o tom.
Após o governo Lula, no entanto, este viés reacionário foi constrangido a experimentar um certo recuo, diante da opção presidencial por uma política social mais incisiva, que colocava a Petrobrás como agente importante na promoção da distribuição de renda e na geração de riquezas no Brasil e para os brasileiros. Este novo cenário não exatamente transformou a companhia em uma empresa de esquerda, mas permitiu que setores internos progressistas ganhassem mais espaço.
Agora, neste difícil segundo governo Dilma, o massacre midiático contra a Petrobrás — que procura jogar fora o bebê junto com a água do banho, como se diz popularmente — cria o ambiente para que a direita da empresa novamente se assanhe. Há evidências disso em várias áreas, como mostrou o assédio das gerências em favor da eleição da candidata conservadora ao C.A da empresa.
Por isso, façamos como Ariano e tenhamos lado. Vamos resistir.

 

Espaço aberto

O pré-sal na berlinda

Felipe Pinheiro**

Brasileiras e brasileiros talvez não se deram conta, mas sofreram uma de suas maiores derrotas das últimas décadas. Diante de um governo fragilizado e covarde, além de um congresso obcecado em destruir tudo quanto é conquista do povo brasileiro, foi aprovado o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131, que trata de alterações na lei do pré-sal.
Na prática, o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) possibilita a entrega da operação dos campos de petróleo da área do pré-sal – anteriormente de exclusividade da Petrobrás – para multinacionais estrangeiras. Um acordo de última hora entre Dilma e o PMDB definiu que essa decisão passará a ser do Governo Federal, como forma de reduzir os danos. O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados, com chances de passar fácil pela casa.
Entenda: o que antes era garantido por lei passará a ser definido, caso a caso, pelo governo que estiver no poder. O projeto de desenvolvimento econômico e social do Brasil atrelado à exploração dessa enorme riqueza deixará de ser uma política de Estado para ser uma escolha de cada governo. A maior descoberta de petróleo do mundo dos últimos tempos, fruto de anos de pesquisa e investimentos brasileiros, portanto, poderá não ficar sob o controle do nosso país!
É bem verdade que não é de hoje que sabemos que essa ambição em entregar as nossas riquezas está no DNA dos tucanos. O que nos preocupa, no entanto, é ver o governo Dilma cedendo e realizando acordos sobre temas tão importantes para a soberania e o futuro do país. Esse ato de covardia faz com que esse governo seja cada menos defensável.

* Editado em razão de espaço. Íntegra disponível em http://bit.ly/1WTGfFS. ** Diretor do Sindipetro-MG.

 

PRESSÃO TOTAL AGORA NA CÂMARA PELO PRÉ-SAL

Audiência ontem no legislativo federal deu a largada para uma forte reação popular contra projeto entreguista

Diretores do Sindipetro-NF, da FUP e petroleiros da base participaram na manhã de ontem da audiência da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, na Câmara dos Deputados, em defesa do pré-sal. A atividade no legislativo deu início a uma grande reação nacional na Câmara Federal contra o projeto do Senado que tira da Petrobrás a função de operadora única da exploração na camada, abrindo caminho para entrega dessa riqueza às multinacionais.
O objetivo é aumentar a pressão sobre os parlamentares entreguistas e impedir que o projeto seja aprovado na Câmara. Na terça, 01, a direção da FUP realizou reunião extraordinária para analisar a conjuntura e preparar uma série de mobilizações para denunciar à sociedade os pejuízos que o país e o povo brasileiro terão, se houver retrocessos na exploração do Pré-Sal.
“Vamos reforçar a pressão sobre os 513 deputados. Isso deve incluir visitas aos gabinetes, pressão pelas redes sociais e envio de emails, além de atos nas principais capitais do país”, afirma José Maria Rangel, coordenador geral da FUP e diretor do Sindipetro-NF.
Entre as mobilizações previstas está realização de uma grande manifestação, em Brasília, no próximo dia 31. O ato está sendo chamado pela Frente Brasil Popular, que reúne centrais como a CUT e movimentos sociais. A defesa do pré-sal para os brasileiros estará entre as bandeiras nacionalistas da manifestação.

 

Greve de 2015

Horas não podem ser negativadas

O Sindipetro-NF tem recebido relatos de trabalhadores que estão tendo negativados os dias de participação na greve de novembro de 2015. A entidade esclarece que estes dias não podem ser considerados negativos pelas gerências, uma vez que ainda está em negociação entre o sindicato e a empresa o tratamento que este período terá.
Após receber as primeiras informações da categoria sobre casos de negativação, o sindicato cobrou explicações da gerência de Recursos Humanos da companhia. A área de RH da empresa também confirma que estes dias devem ser considerados positivos — assim como seus impactos sobre horas extras e outros direitos — até que as negociações sobre o tema estejam concluídas.
O saldo do trabalhador após a greve deve ser o mesmo que havia antes da greve. Os dias da paralisação devem ser lançados, por enquanto, como trabalho normal.
Os petroleiros que tiverem seus dias de greve apontados como negativos devem informar a ocorrência ao sindicato, pelos celulares dos diretores da entidade ou pelo email [email protected].

Cabiúnas

Só pelego recebeu dobradinha

O setor de Apoio/Movimentação da Transpetro, em Cabiúnas, não pagou as dobradinhas de Natal e de Ano Novo para os trabalhadores, como determina a cláusula 26, do Acordo Coletivo de Trabalho. O pagamento está com dois meses de atraso.
O Sindipetro-NF está pressionando a gestão da empresa e cobrou uma posição da gerência, mas até o fechamento desta edição do Nascente a entidade não obteve resposta.
Privilégio de pelego
A diretoria do sindicato questiona o fato de as horas extras das equipes de contingência (os fura-greve) terem sido pagas, mesmo representando um montante de milhares de reais em horas extras indevidas, enquanto a dobradinha dos trabalhadores ainda não.

Desmonte

Petroleiros contra a venda de ativos

Em mais um ataque contra os interesses populares, o segundo em menos de duas semanas, a Petrobrás anunciou ontem que a sua diretoria executiva aprovou o início da cessão de direitos de exploração e venda de ativos em campos terrestres, o que atinge especialmente os estados da Bahia e do Rio Grande do Norte. A FUP e os sindicatos discutem uma forte reação a mais esta manobra de entrega do patrimônio brasileiro, como foi a do pré-sal no Senado, e exigem que as discussões sobre o plano de negócios sejam respeitadas.

SMS

NF estimula candidaturas à Cipa

Sindicato acompanha de perto processo eleitoral, que precisou ser refeito

Novo calendário prevê inscrições de candidaturas até 31 de março no processo eleitoral da Cipa para os trabalhadores da UO-BC. Esses novos prazos foram estabelecidos em razão de transferências indevidas durante o primeiro processo, iniciado em dezembro.
Os trabalhadores que haviam sido transferidos voltaram às suas plataformas de origem e todos os trabalhadores podem se candidatar novamente.
O sindicato está atento, no entanto, aos primeiros relatos vindos da categoria, que dão conta de que está havendo dificuldades no momento de fazer a inscrição de candidatura. Se necessário, a entidade fará nova denúncia à SRTE (Superintendência Regional do Trabalho).
O petroleiro que tiver problemas na hora da inscrição deve relatar o caso ao Sindipetro-NF ([email protected]).

Calendário
Eleições para Cipa da UO-BC

Inscrição dos candidatos: 01/02 a 31/03
Votação: 02/04 a 31/05
Apuração e divulgação do resultado: 01/06 a 02/06
Treinamento: 06/06 a 28/07
Posse: 02/08

Evento no NF

EXPOSIÇÃO, FILME E DEBATE NO NF

Eventos durante o mês nas sedes da entidade marcam a passagem do Dia da Mulher

Aberta na terça, 01, na sede do Sindipetro-NF, em Macaé, a exposição de artes plásticas com os artistas Beatriz Mignone e Luciano Pau Ferro. A atividade cultural faz parte da programação do Dia Internacional da Mulher, que também inclui a exibição do filme francês “A fonte das Mulheres” e uma Roda de Conversa sobre “A Trajetória do feminismo nos últimos 20 anos”, com Elaine Bezerra. Todas os eventos acontecerão nas sedes de Macaé e Campos.
O Dia Internacional da Mulher tem origem socialista. A data 8 de março foi fixada a partir de uma greve iniciada no dia 23 de fevereiro de 1917, na Rússia, em uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de Petrogrado, estopim da primeira fase da Revolução Russa.

Programação

Macaé
01/03 a 15/03 – Exposição de Artes Plásticas com Beatriz Mignone e Luciano Pau Ferro.
09/03 – 18h – Exibição do filme “A Fonte das Mulheres” – Teatro.
17/03 – 18h – Roda de Conversa “A Trajetória do feminismo nos últimos 20 anos”, com Elaine Bezerra.

Campos
15/03 – 18h – Exibição do filme “A Fonte das Mulheres” – Auditório.
16/03 a 31/03 – Exposição de Artes Plásticas com Beatriz Mignone e Luciano Pau Ferro.
16/03 – 18h – Roda de Conversa “A Trajetória do feminismo nos últimos 20 anos”, com Elaine Bezerra – Auditório.

Normando

RMNR do Sistema Petrobrás

Aproximam-se os julgamentos dos dois dissídios coletivos com os quais Petrobrás e Transpetro esperam reverter as condenações nas ações que pleiteiam diferenças do complemento da RMNR. O principal argumento não tem nada de jurídico: o Sistema empenhou-se em convencer os ministros do TST de que as ações irão “quebrar” a Petrobrás, e boa parte dos julgadores da Justiça do Trabalho, tomou essa abordagem como verdade absoluta.
Já aqui temos um grave problema de parcialidade e favoritismo, por parte do Judiciário. Se tal alegação é decisiva para o processo, o mínimo que se poderia esperar é que fosse estabelecido um contraditório a respeito, com as partes opostas podendo se manifestar sobre o tema e, necessariamente, produzir prova sobre a situação financeira da empresa ante o provável impacto das condenações.
Quem manda na Petrobrás
A quem interessa ocultar a inteira verdade sobre o tema?
Não se produz prova porque não interessa. Nem ao Judiciário – honrosas exceções – nem à Petrobrás. Tal como nos processos que digam respeito a greves, o que a empresa alega é tomado como verdadeiro, e o que os sindicatos alegam é sempre suspeito. Dirão alguns que é verdade, e que isso é resultado da “república sindicalista”, e que por isso a Empresa “está como está”. Vejamos.
A sociologia estuda há mais de 100 anos a lógica inercial das estruturas burocráticas, que se mantém à revelia das mudanças políticas. Manda hoje na Petrobrás a mesma casta que mandava nos anos de 1990, mandou no Governo Lula, e se opõe a políticas públicas definidas para a empresa e o setor.
República sindicalista? Os cargos de nomeação ocupados por sindicalistas, no auge das mudanças sob o governo Lula, nunca passaram de 3%. Desde 2010 são muito menos do que isso.
Quanto aos que sempre mandaram, é uma mentira deslavada afirmar que esse corpo que tudo decide atua de modo neutro e técnico. Defendem a ideologia do livre mercado, decidem segundo seus interesses políticos e constroem a Petrobrás-Escritório que sempre almejaram, com tudo o mais terceirizado.
Hipocrisia da RMNR
A RMNR, que sempre denunciamos, foi mais uma forma de a Petrobrás garantir ao pessoal administrativo remuneração próxima do pessoal operacional, algo que a Petrobrás-escritório sempre almejou e valorizou, desde a década de 1960.
Assim o complemento da RMNR turbinou a remuneração dos escritórios, a partir do Acordo Coletivo em 2007.
Continuaremos no tema.

Curtas

CA da Petrobras
Com 13.034 votos, a candidata Betânia Rodrigues venceu as eleições para o Conselho da Administração da Petrobrás, contra o candidato dos trabalhadores, Deyvid Bacelar, que obteve 9.194 votos. O NF lamenta o resultado, por estar sendo perdida a ocupação estratégica em uma importante frente de luta, e denuncia o assédio gerencial em favor do voto na candidata da direita. Leia nota de Deyvid em http://bit.ly/1QpzHuF.

Educação
O Sindipetro-NF e a FUP cobraram da Petrobrás o pagamento imediato do Benefício Educacional, em atraso, por meio de uma folha complementar. Anúncio feito pela empresa no final da semana passada sobre o tema ainda não atende completamente os trabalhadores. Após cobranças do sindicato, houve prorrogação do prazo para o envio de documentos e inscrição 2016, para 31 de março.

Cipas de bordo
Mais uma vez, a falta de cumprimento do acordo para que os embarques de diretores do NF, para reuniões de Cipa, sejam feitos no dia anterior, acabou por provocar a ausência de sindicalistas em unidades da UO-Rio, na terça, 01. Após 15 minutos de voo, em alto mar, foi verificada uma falha em uma das telas de controle e a aeronave teve que voltar, tornando inviável novo voo a tempo da reunião. Se fosse cumprido o embarque no dia anterior, a participação teria sido garantida.

RMNR
A base de Cabiúnas volta a contar hoje com plantão do Sindipetro-NF para recolhimento de documentos para dar entrada na execução da RMNR. Podem participar da ação os filiados ao Sindipetro-NF na Transpetro. O atendimento acontece das 14h às 15h30, na portaria secundária da unidade.