Nascente Setor Privado 111
Editorial
O que sempre defendemos
Há um ano, no 19 de março de 2015, este espaço publicou as posições do Sindipetro-NF sobre Editorial
o momento político brasileiro. No editorial “O que defendemos” (http://bit.ly/1Rehzru) ficou clara a forma como a entidade concilia a representação dos petroleiros com as causas maiores da classe trabalhadora, como sabe separar o necessário combate à corrupção com a defesa da Petrobrás, como defende a apuração e punição devida de corruptos sem que isso signifique um golpe contra a democracia.
Um ano depois, e em um cenário mais grave, o sindicato ainda identifica que muitos petroleiros manifestam incompreensão em relação às posições da entidade sobre a política nacional.
Se ainda restava alguma dúvida de que estamos diante da explicitação da luta de classes, o envolvimento completo, público e engajado de uma entidade como a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), na campanha pela tentativa de golpe, mostra que é preciso ter lado, que não há espaço para vacilação.
Então, é preciso que se repita: o NF não apoia incondicionalmente o governo, apoia as suas boas políticas (como os programas sociais) e condena as ruins (como a que levou ao acordo em torno do projeto Serra para o pré-sal); o NF não apoia incondicionalmente o PT, apoia as posições do partido — ou de qualquer outro — que coincidam com as lutas históricas dos trabalhadores, e condena seus integrantes que eventualmente tenham cometido erros; o NF não apoia incondicionalmente o ex-presidente Lula, apoia que ele responda pelos seus supostos erros, mas dentro da legalidade e sem uma campanha de ódio, estigmatização e preconceito contra uma das maiores lideranças populares que o País já produziu.
O NF é contra qualquer política monetária, de qualquer governo, que penalize o trabalhador e promova a entrega do patrimônio nacional. É contra a construção de uma crise que desnecessáriamente gerou desempego e desconfiança em relação ao futuro. É contra a concentração dos meios de comunicação, que viabilizou a criação deste clima de histeria sem a possibilidade de um contraponto à altura. É contra os desinvestimentos e vendas de ativos da Petrobrás, contra a “economia” assassina na área da segurança do trabalho, contra o corte de direitos trabalhistas, contra a criminalização dos sindicatos e movimentos sociais.
A política é complexa e requer responsabilidade e consciência de classe. Nunca mudamos de lado. Nosso lado é o lado do trabalhador.
Espaço aberto
A importância de garantir direitos
João Paulo Rangel**
O ano de 2015 se iniciava e parecia ser mais um ano como qualquer outro, com muito trabalho a ser feito em prol da categoria. Eis que a conjuntura muda, o preço do barril do petróleo cai, e mexe com toda a economia do país.
Durante as negociações dos ACTs, nossa dificuldade aumentou, por tudo isso que foi dito, alguns casos ficaram mais travados do que outros. Diante de tudo isso, a participação dos trabalhadores foi fundamental, seja em setoriais, mas principalmente em filiações, o que demonstra não só de forma indireta para empresa que a categoria está unida e na luta, como também segue as orientações do sindicato.
Mesmo com tudo girando de forma desfavorável, os ACTs de 2015, foram fechados em mais de 95% acima dos índices da inflação e com direitos garantidos. Essas conquistas refletem a união e a confiança no trabalho que vem sendo feito, trabalho esse que se iniciou em 2014.
Para este ano que se iniciou, os desafios são ainda maiores que do ano passado, por isso companheiros e companheiras, estejamos atentos a todas as situações, não nos deixemos cair nas armadilhas que ainda estão por vir, sigamos sempre a orientação do sindicato, estejamos cada vez mais unidos, pois juntos somos fortes! Se você ainda não é filiado, filie-se, para que 2016 seja ainda melhor do que foi 2015.
* Diretor do Sindipetro-NF, funcionário da Baker
Capa
PERBRAS TENTA IMPOR ACORDO REBAIXADO
Com data base em setembro os trabalhadores da Perbras aguardam há meses uma proposta da empresa que contemple os interesses da categoria. Para piorar o clima dentro da empresa a gestão gera boatos e diz que não terá como pagar os retroativos.NF denunciará aos órgãos competentes.
Passados seis meses da data base dos trabalhadores da Perbras que é setembro, os trabalhadores continuam sem uma nova proposta de Acordo 2015/16 da empresa. As ultimas propostas apresentadas foram rejeitadas na mesa de negociação pelo NF. O principal motivo tem sido o tratamento diferenciado que os trabalhadores de Macaé tem sofrido por parte da alta gerencia da empresa, localizada na Bahia. “Como se não bastasse tal postura, a empresa ainda dissemina boatos, pregando um terror desnecessário aos funcionários, aventando a possibilidade de não pagar os retroativos quando o ACT for pactuado”, comenta o diretor do departamento do Setor Privado do NF, Leonardo Ferreira.
A Perbras está oferecendo um aumento no auxilio alimentação de R$ 15,00. Com esta proposta, o valor regional vai para R$ 305,00. Um valor bem abaixo do apurado pela subseção do Dieese do Sindipetro-NF, que em sua pesquisa da Cesta Básica do município de Macaé, no mes de Janeiro atingiu o valor foi de R$ 369,39.
Para a diretoria do sindicato, esta postura da empresa promoverá prejuízos não só para os trabalhadores que estão lotados nos contratos vigentes, mas também para aqueles que já foram demitidos e devem receber as diferenças em uma homologação complementar.
Desrespeito constante
“A prática de prejudicar a categoria, principalmente a do NF, não é de agora” – afirma Ferreira. Ele lembra que trabalhadores da empresa, lotados na P-16 foram lesados em seus direitos quando a plataforma esteva em Itajaí. O Sindicato entrou com uma ação para reparar os danos no pagamento do trajeto ao local de embarque, uma vez que a lotação da categoria é em Macaé e a empresa não quer reconhecer.
Outro fato foi a notificação que a Perbras recebeu da Superintendência do Trabalho e Emprego do RJ por reter carteiras de trabalho até a homologação. A intenção era de prejudicar os trabalhadores para que não conseguissem fichar na empresa concorrente, que ganhou o contrato da Perbras. “Esse é o modus operandi da gestão da empresa que coage, aterroriza e discrimina os trabalhadores e trabalhadoras de Macaé” – relata Ferreira.
A direção do Sindipetro-NF irá até as últimas instâncias para garantir os direitos da categoria, denunciando tais práticas aos órgãos competentes. Também está cobrando um posicionamento da empresa, em relação à discriminação no pagamento do auxílio alimentação.. “Assim que tivermos certeza, via provas documentais, iremos botar a boca no trombone, doa a quem doer!”, finalizou Leonardo Ferreira.
Saybolt não responde ofício do NF
Credibilidade da gestão está desgastada para sindicato e categoria
Desde o dia 2 de fevereiro o Sindipetro-NF aguarda que a Saybolt responda ao oficio numero 025/2016, onde solicita informações sobre a composição do quadro funcional da empresa em Macaé. Esse ofício foi encaminhado logo após a aprovação do acordo 2015/2016, no dia 1º de Fevereiro. A finalidade do sindicato é obter informações precisas da quantidade de técnicos que foram promovidos até data corrente, para tentar resolver as distorções do plano de cargos impostas pela gestão da empresa.
No acordo celebrado em fevereiro, a categoria conseguiu avanço significativo na clausula que trata do plano de cargos, com a transparência das regras para promoções dos trabalhadores
O NF lamenta a postura da empresa em dificultar que a representação sindical tenha acesso a esses dados. “Seria isso uma confissão de culpa por parte da gestão? Porque não tornar transparente a real situação do quadro funcional da empresa para que, a luz da clausula 6ª do ACT vigente, as distorções sejam corrigidas?”, questiona a diretoria.
“Como diz um velho ditado “o costume do cachimbo entorta a boca”. Isso parece ser o caso da gestão da Saybolt em Macaé, uma vez que a prática de procastinar os seus compromissos com a categoria e o NF não se dá em fatos isolados. Após a aprovação do ACT no dia 1º de Fevereiro, a empresa, até o fechamento desta edição, não havia pago ainda os retroativos dos salários devidos desde Outubro, data-base da categoria. Sob a rasa alegação que o mes do fechamento do ACT teve “muitos feriados”, a empresa informou que pagará o retroativo no inicio do mes de Abril, dois meses depois!”, afirma o diretor Leonardo Ferreira.
No ano passado, a empresa informou que, no mês de abril, a ultima parcela do aumento seria de 5%. O que praticou foi dar o reajuste de 4%, alegando depois que errou nas suas medições.
“Cada vez que uma situação dessa se repete, a credibilidade da gestão se desgasta para a categoria e o sindicato. A gestão da Saybolt tinha tudo para ser diferente das suas concorrentes em Macaé, mas prefere ser igual ou pior. Daremos o mesmo tratamento à Saybolt que as suas concorrentes tem tido pela diretoria do NF. Vacilou, vai pro “pau”! Os limites de respeito aos trabalhadores e trabalhadoras, ao Sindipetro-NF, a CLT e ao ACT foram extrapolados pela gestão da empresa”, comentou o diretor Leonardo Ferreira.
Reunião na CETCO dia 6
Está agendada para o dia 06 de abril uma reunião entre o Sindipetro-Nf e representantes da Cetco, para dar continuidade às negociações do ACT 2015/2016. A data base dos trabalhadores é setembro.
Nas duas últimas reuniões de negociação o sindicato rejeitou em mesa a proposta da empresa de aumento zero. A direção do NF mantém a postura alcançada em quase todas as empresas de luta pela reposição integral da inflação do período. “Como para os trabalhadores e trabalhadoras das outras empresas vamos defender empregos, salários e manutenção dos direitos. Nem um passo atrás nessa negociação”, afirma o diretor, Leonardo Ferreira.
Campanhas Maio
Hora de montar as pautas
As empresas Baker, BJ, Expro, Exterran, Weir-SPM, International Logging, MiSwaco, Schlumberger, Geoservices e Smith tem data base em maio. O departamento do Setor Privado do NF orienta aos trabalhadores dessas empresas que enviem propostas para os respectivos ACT’s para o e-mail:
[email protected]. “Estamos numa conjuntura difícil e cada trabalhador tem a responsabilidade de construir junto com a direção do NF bons acordos, que não só avancem, mas também mantenham os direitos já conquistados”, avaliou o diretor do departamento, João Paulo Rangel, que é funcionário da Baker Lagomar.
Jurídico
Meritocracia: a ferramenta da desunião e da opressão
Marco Aurélio Parodi*
Desde que ingressei para assessorar o Sindipetro-NF, nas negociações dos acordos coletivos de trabalho dos trabalhadores das empresas terceirizadas, quando sentamos para pleitear os reajuste salarial da categoria visando minimamente a reposição da inflação, nos deparamos com um grande obstáculo que divide a categoria e dificulta a luta por melhores salários para os trabalhadores, além de melhores condições de trabalho para toda a categoria interessada. A “iluminada” meritocracia.
Conceito é polêmico, antigo, e tem raiz política, relacionando-se à forma de governo no qual o poder é exercido por cidadãos selecionados de acordo com seus méritos e competências. Para crescer em tal sistema, o indivíduo deve demonstrar talento e capacidade de realização.
No Brasil, infelizmente, a meritocracia é um discurso fora da nossa realidade, primo do neoliberalismo e da globalização. Uma vez implantada, fomenta a competição desagregadora entre colegas, promove a quantidade, com prejuízo da qualidade, dá vantagens a poucos, em detrimento da maioria, gera estresse e ainda prejudica o ambiente organizacional no trabalho.
Percebemos isso quando levamos as propostas negociadas, onde a empresa apresenta propostas de reajustes abaixo da inflação, precarizando o poder aquisitivo dos trabalhadores. Os que são agraciados pelo méritos (o reajustes e promoções ofertados individualmente) aceitam qualquer proposta em contrapartida de uma massa que não recebe, não aceita e briga por melhores condições salariais e de labor. Geralmente os supervisores, coordenadores, gerentes são sempre muito bem avaliados em detrimento do homem de área e o empregado operacional que sustenta a produtividade dessas companhias.
Na contramão deste movimento excludente e desagregador, a direção do Sindipetro-NF, juntamente com suas assessorias e os trabalhadores que se recusaram a baixar a cabeça e aceitar essa eterna condição de superveniência, conseguiu conquistar as perdas inflacionárias e em algumas alcançou até com ganho real de salário(acima da inflação), aumentando o poder de compra da categoria petroleira, em uma ano de crise econômica e política gerada por uma mídia golpista e um mercado financeiro aliado da destruição dos direitos e da saúde dos trabalhadores.
Aproximadamente 95% das empresas do Setor Privado da Indústria do Petróleo representada pelo Sindipetro-NF demonstrou que a meritocracia é uma ferramenta arcaica que precisa ser repensada pelo setor. Algumas assessorias empresariais e seus recursos humanos perceberam que o ano passado não foi um acontecimento anômalo, mas sim uma tendência da luta e do anseio dos trabalhadores do Setor Privado. Avante Companheiros!!!
ACT 2016
NF protocola pauta de reivindicações na Champion
A diretoria do Sindipetro-NF já protocolou a pauta de reivindicações no dia 17 de março na Champion. Essa pauta foir construída com apoio da categoria que encaminhou suas sugestões ao sindicato.
Agora o sindicato aguarda por parte da empresa elabioração de um calendário de reuniões para para que se iniciem as negociações do ACT2016/2017. A data-base do ACT é março.
Curtas
Tetra
A pauta do ACT 2015/2016 dos trabalhadores da Tetra será enviada para empresa na próxima semana. Os diretores do NF realizarão uma setorial na porta da empresa. Em reunião dia 22 na sede do NF, o novo Controller da Tetra, Fernando Fernandes, foi apresentado ao departamento do Setor Privado do NF. Segundo a empresa, ele será o responsável por conduzir as negociações. A data-base é março.
Erramos
Na última edição foi publicado que o diretor do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, estava assumindo a Coordenação do Departamento do Setor Privado, na verdade não houve mudanças na Coordenação que continua com Leonardo Ferreira.Na nóticia faltou informar que também integrará o quadro do departamento do diretor Antônio Carlos Pereira, conhecido como Bahia.
