PVM-3: Sindicato contra piloto de desabitação em plataforma

Do Boletim Nascente

Na quinta, 24, diretores do Sindipetro-NF estiveram reunidos com a gerência geral da UO-BC e integrantes de outras gerências do pólo nordeste para uma apresentação que cumpre a cláusula 153 do ACT e deve anteceder à implantação de novas tecnologias. A apresentação era de um projeto chamado “Otimização do Polo Nordeste”, que se inicia com um piloto em PVM-3.

Logo no início da reunião, os representantes do sindicato deixaram claro que a presença da entidade tratava-se do cumprimento de cláusula do ACT e que não significava concordância com o projeto.
“Em resumo o que se pretende é continuar produzindo pelas salas de controle remotas (SCR´s) com as plataformas desabitadas, sob alegação da necessidade de reequilibrar os custos operacionais daquelas unidades. Na visão dos gerentes o projeto teria vantagens sobre a desativação, já que manteria em escala definida trabalhadores das SCR´s e uma equipe itinerante, que embarcaria nessas plataformas para suprir basicamente as necessidades de manutenção. Para o sindicato, a manutenção de postos embarcados pode ser feita de outra forma, com a mudança da atual política de afretamento que precariza as relações de trabalho e reduz postos de empregados próprios”, explica o coordenador do sindicato, Marcos Breda.

O projeto das gerências prevê embarques da equipe itinerante por 30 dias, com a plataforma ainda habitada, e por mais 30 dias já na fase desabitada, com frequência de um embarque a cada três dias, partindo da plataforma de Pampo.

Transbordos

Para o sindicato, o projeto é equivocado desde a concepção, uma vez que pretende manter trabalhadores transbordando em voos de ida e volta no mesmo dia, como ocorria em P-65 com inúmeros problemas apontados.

Para agravar ainda mais a situação, avalia Breda, “o sindicato concluiu que os patamares de segurança aérea alcançados, utilizados na Bacia de Campos e previstos nas regras para pouso e decolagens de helicópteros, seriam largamente flexibilizadas com estas operações, sendo realizadas sem nenhum apoio à bordo da plataforma. Apesar de terem alegado que se baseavam em operação de plataformas desabitadas no Nordeste do país, estas unidades são próximas da costa e seu acesso é feito por barcos”.

Apesar das gerências terem informado na reunião que envolveram a Marinha, ANP e MTE, o sindicato vai acionar estes orgãos para mesa de entendimentos sobre os riscos relacionados às exigências legais e também quanto aos diversos cenários de contingência em operações aéreas e de produção de petróleo no mar.

Redução de efetivo e segurança

O sindicato se posiciona contra o projeto e avalia que há uma grave inversão de valores nessa e em outras iniciativas da Petrobrás, ao economizar por meio da redução nos patamares de segurança e saúde dos trabalhadores. “A implantação das salas de controle remotas (SCR´s) já era uma iniciativa anunciada pela empresa como um incremento à segurança que se transformou em instrumento para “justificar” a redução de efetivo que o sindicato critica desde sua implantação. Agora, a empresa dá mais um passo na redução de efetivo testando na Bacia de Campos a operação desabitada”, acrescenta o coordenador do NF.

Trabalhadores devem denunciar

O Sindipetro-NF saiu da reunião afirmando seu posicionamento de não aceitar redução nos parâmetros de segurança. A entidade vai conversar com os trabalhadores das unidades afetadas para que eles colaborem com denúncias em relação ao projeto, que segundo a empresa inicia em meados de abril.