Do Boletim Nascente
Qualquer trabalhador que tenha vivido os anos 1990 no Brasil sabe os efeitos de uma agenda de reformas neoliberais para o País. Entre os mais organizados, a luta é constante para preservar os dedos enquanto se esvaem os aneis. E entre os mais distantes dos sindicatos e movimentos sociais, normalmente mais vulneráveis, a sobrevivência se dá pela caça de migalhas em meio a propagandas sobre “como montar seu próprio negócio”, “seja proativo para preservar seu emprego”, “como agradar seu chefe e ganhar aumento”, “é preciso descomplicar contratações e demissões”, entre outras capas típicas de “Exame” e “Veja”. É o paraíso da quase ausência de freios à exploração despudorada do capital sobre o trabalho.
Na gestão econômica do País, prevalecem os interesses privatistas e entreguistas. O discurso do “estado mínimo” cuida de criar a ambiência para entregar o patrimônio do povo e minar a soberania, ao gosto das corporações internacionais e da especulação financeira.
O setor petróleo, como não poderia deixar de ser, é diretamente atingido. Crescem os ímpetos de desmantelamento formal da Petrobrás, como política de governo, e flexibilizam-se as regras do setor para que empresas privadas tenham cada vez mais protagonismo na produção de petróleo.
Por isso, é fundamental que os petroleiros tenham uma participação decisiva nas mobilizações contra o golpe. Está mais do que verificado que o possível impeachment da presidenta Dilma não é apenas contra ela, o PT ou o Lula, é contra todos eles e contra os direitos trabalhistas, a visão social da economia, a Petrobrás como indutora do desenvolvimento, a soberania nacional e, de quebra, pelo esmagamento de todas as forças de esquerda — que poderiam levar muitos anos para voltar a ter o protagonismo que exerceram durante os governos recentes.
O Sindipetro-NF, portanto, saúda com entusiamo a presença cada vez maior de petroleiros nas manifestações que têm a participação da entidade. Foi assim no úlitmo dia 18, no Rio, quando vários petroleiros da base do setor petróleo na região estiveram no protesto da praça XV, no Rio, e a expectativa é a de que seja assim também hoje, nos atos de Brasília, do Rio e de Campos dos Goytacazes.
Não é hora de vacilar. Não é hora de esperar que outro faça aquilo que a sua consciência te impele a fazer. No grito “não vai ter golpe” não pode faltar a sua voz.
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