A descoberta do primeiro poço comercial de petróleo no país e o sonho da soberania energética

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A Conselheira administrativa da Petobrás fez uma publicação contou sobre o primeiro poço de exploração comercial de petróleo do Brasil, que completa 80 anos nesta terça-feira, 14 de dezembro.

[ROSANGELA BUZANELLI] O primeiro poço de exploração comercial de petróleo do Brasil completa 80 anos nesta terça-feira, 14 de dezembro. Foi nessa mesma data, em 1941, que o Poço Candeias-1, na Bahia, entrou em produção. E continua produzindo até hoje, gerando riquezas.

Na época, a região era coberta de mato alto e de extensas áreas de mangue. A sonda de perfuração era transportada em carros de boi e, com muita dificuldade, os trabalhadores abriam a mata a facão para chegar ao local onde as sondas seriam instaladas.

A Petrobrás ainda não existia quando o primeiro poço começou a jorrar petróleo. Na verdade, o petróleo foi descoberto no Brasil em 1939, na cidade de Lobato, em Salvador, após décadas de trabalho e pesquisa. Mas a produção só se tornou economicamente viável dois anos depois, com Candeias-1, mapeado pelo geólogo Pedro de Moura.

Essa descoberta impulsionou a criação da primeira refinaria do país, a Refinaria Nacional do Petróleo, em 1950, em São Francisco do Conde, cidade vizinha de Candeias. Três anos mais tarde, com a campanha nas ruas em todo o Brasil “O Petróleo é Nosso”, foi criado o monopólio estatal do petróleo e com ele a Petrobrás, que incorpora a refinaria baiana, rebatizada de Landulpho Alves, Rlam, em homenagem ao engenheiro agrônomo e político baiano que lutou pela causa do petróleo no país.

A descoberta de Candeias-1 simboliza de forma grandiosa o sonho de um povo e o início da história da Petrobrás, a sua força e o seu ideal: uma empresa criada para servir à sua população e ao seu país.

Dada a sua importância histórica para construção da Petrobrás e a difusão do petróleo no país, o poço passou pelo processo de tombamento histórico junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão responsável pela preservação da memória e da cultura baiana.

Assim devem ser tratados os grandes marcos da história e da cultura nacional.
Infelizmente, nos últimos anos e principalmente no atual governo, o que assistimos é a desconstrução de tudo o que foi construído, inclusive dos símbolos históricos, nacionais e culturais do país.

A Petrobrás está sendo desmontada e privatizada aos pedaços. Venderam o poço de Candeias e praticamente todos os campos de petróleo da Bahia, assim como a Rlam, a primeira refinaria adquirida pela estatal.

Esse desmonte não vai apagar da história e da nossa memória o pioneirismo e as conquistas dessa gigante nacional. Muito menos deteriorar nossa disposição de lutar por uma Petrobrás forte e integrada, a serviço de seu país e seu povo, por quem foi criada e a quem deve servir. Esse importante capítulo continuará fazendo parte da luta do povo brasileiro e da história da Petrobrás e do Brasil.