A menos de 10 dias do final do governo, Petrobrás vende participação de campo de produção para 3R Petroleum

[Da assessoria de Comunicação da FUP]

A Petrobrás informou em nota, na noite desta quinta-feira (22), que finalizou a venda da totalidade de sua participação no campo de produção de Papa-Terra, localizado na Bacia de Campos, para a empresa 3R Petroleum Offshore, controlada por Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petróleo Brasileiro S.A. A operação foi concluída com o pagamento de US$ 18,2 milhões para a empresa, somado ao montante de US$ 6 milhões pagos na ocasião da assinatura do contrato de venda.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vem denunciando o claro conflito de interesses e favorecimento por parte do ex-executivo da Petrobrás desde que Castello Branco foi indicado para presidir o conselho de administração da 3R Petroleum, em abril de 2022, uma vez que este foi responsável por liberar a venda dos ativos da estatal.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, recordou que as negociações entre a Petrobrás e a 3R Petroleum movimentaram cerca de R$ 3 bilhões durante os dois primeiros anos de governo do presidente Jair Bolsonaro, quando Castello Branco comandava a empresa pública. “Na época, a 3R comprou uma série de polos de campos maduros de petróleo da Petrobrás a preço de banana. Foram preços abaixo do valor de mercado, conforme avaliações feitas não somente pela própria companhia, como também por especialistas na área”, afirma Bacelar.

O dirigente sindical lembra que em 2015, quando as plataformas P-61 e P-63 chegaram ao Brasil, elas eram operadas pela BW Offshore e quiseram manter a operação terceirizada. “Na época, a FUP conseguiu fazer uma movimentação junto à diretora de E&P, para que a mão de obra fosse própria da Petrobrás. Hoje, essas plataformas são operadas pela estatal e não sabemos para onde esses trabalhadores serão enviados”.

Com a conclusão da cessão, a 3R Offshore assume a condição de operadora do campo de Papa-Terra, com 62,5% de participação, em parceria com a Nova Técnica Energy Ltda., que detém os 37,5% restantes.

O campo, que iniciou sua operação em 2013, produziu em média, nos últimos três meses (setembro a novembro/22), 16,2 mil bbl/dia