A retomada do papel das estatais para o desenvolvimento do país é central para palestrantes da primeira mesa do 19º Congrenf

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O primeiro dia do 19º Congrenf – Congresso dos Petroleiros do Norte Fluminense teve início com a leitura, avaliação e aprovação do Regimento Interno, o documento que irá regular todo o Congresso. 

Após uma pausa para café, teve início a primeira mesa do evento teve como tema Análise de conjuntura: petróleo e política no Brasil e no  Mundo, que contou com a moderação da diretora do Sindipetro-NF, Déborah Simões e como debatedores o Diretor técnico do Ineep – Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra, Mahatma Ramos dos Santos, o Supervisor Técnico do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Victor Pagani  e a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosangela Buzaneli.

 

Mahatma Ramos centrou sua fala em três temas: aspectos conjunturais globais e setor energético, conjuntura nacional e como esses vetores se refletem no setor petróleo. Em relação aos problemas internacionais, alertou que as guerras  e problemas ambientais estão afetando a sociedade e a economia. 

 

“A destruição humana do meio ambiente tem impactos imediatos no mundo. Esse não é um problema futuro, mas de hoje! O debate energético é uma pauta central no debate internacional e principal motivo dos conflitos bélicos existentes, vide a guerra na Ucrânia” – disse.

 

“Na conjuntura nacional vimos o crescimento da extrema direita e o desmonte do Estado Brasileiro, das estatais, do SUS e das políticas públicas, que ainda seguem impactando as nossas vidas.A resposta veio na eleição de um governo de frente ampla, que pretende retomar a democracia no país” – lembrou o diretor do INEEP, que citou como maior desafio a construção de saídas políticas negociadas com essa frente que coloquem a Petrobras novamente como indutora do desenvolvimento nacional  e discutir o papel do movimento sindical nessa reconstrução.

 

A discussão do papel dos sindicatos na reconstrução de um consenso social mínimo para se conseguir implementar um projeto de desenvolvimento social do país também foi citado pelo Supervisor Técnico do Dieese, Victor Pagani.

 

Sua análise dos primeiros seis meses de governo Lula foi positiva. Citou algumas ações de impacto como a retomada do trabalho e do papel das estatais como central no desenvolvimento do país, a aprovação do PEC da transição e a retomada de políticas sociais como Bolsa Família, Mais médicos e Farmácia Popular; desaceleração da inflação, aumento da geração de empregos e uma projeção de crescimento de 2%, entre outros.

 

Rosângela Buzanelli, centrou sua explanação na situação da Petrobrás. Lembrou que a gestão do atual governo só assumiu as rédeas da empresa em maio. Para ela o trabalho de reconstrução da empresa será maior do que o que foi feito na resistência, porque o governo Bolsonaro destruiu a empresa ao fatiá-la e vendê-la em partes, atacou os Centros de Conhecimento como o Cenpes e a Universidade Petrobrás e reduziu drasticamente o efetivo.  

 

“Me preocupa o futuro da empresa. Será preciso repor as nossas reservas e superar a dicotomia no debate de que o petróleo e a transição energética não possam andar juntos. Além disso, ainda existem bolsonaristas na gestão da empresa que precisam cair, senão não vamos ter uma real mudança na Petrobrás” – concluiu Rosângela

 

Confira a íntegra da mesa de debate