“A solução virá do povo organizado e consciente, com um projeto de nação” – disse o Bispo da Diocese de Campos

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Brasil e Democracia: Necessidade de Esperança foi o tema da segunda palestra da tarde desta quarta, 20, do Congrenf ministrada pelo Bispo Titular da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz.

Para Dom Roberto, essa pandemia vai marcar seriamente a história da humanidade. “Tem consequências profundas que levam a uma crise civilizatória, porque o planeta terra foi levado à exaustão. Vivemos um modelo extrativista predador que desconsidera as construções as tradições culturais dos povos e as possibilidades de uma economia que possa incluir a todos, especialmente a classe trabalhadora que paga a conta” – disse e completou citando Papa Francisco, que disse “Para curar a pessoa humana, precisamos curar a terra!”.

Aos petroleiros e petroleiras, Dom Roberto falou sobre a importância que p petróleo fique no controle dos trabalhadores. “Digo isso porque é uma energia fundamental que deve ser muito bem controlada e colocada no modelo de sustentabilidade” – explicou.

Ele  participa de um grupo da América Latina que discute os impactos do tracking, da mineração e também da prospecção de alto mar. “Quando isso passa a ser controlado por interesses que não são nacionais ou populares, há uma especulação e uma renda que passa a não ser distribuída entre os municípios e a nação”.

Na visão do Bispo, a classe trabalhadora não é problema. “A solução virá do povo organizado e consciente, com um projeto de nação” – disse.

Sobre a pós pandemia, o Bispo acredita que deve nos projetar para um futuro construído por todos. “Será necessário fazer alianças não entorno de interesses, mas de alianças como diz o Papa Francisco. Que colocam em primeiro lugar um projeto social que garanta a vida para todos com teto, trabalho e terra, em seguida a necessidade de pensar a questão ambiental com uma indústria a serviço da vida, uma bio indústria e a última que produza uma Cultura para a paz sadia e democrática.

Por fim, será importante olhar a questão eclesial,  porque a igreja quer comunidades que possam anunciar alegria e esperança para todos, pois necessitamos de utopia e sonhos. “Precisamos da paixão de viver e temos que reinventar a política mostrando que não é feita de bandidos, mas é a arte e ciência do bem comum.  Vamos caminhar com esperança e olhar para o futuro com olhos alvissareiros, pensando que é um momento desafiador, com muito sofrimento, mas também muito aberto para mudanças profundas. Queremos uma civilização do amor, da partilha e do banquete da vida para todos” – concluiu