A direção colegiada da FUP enviou nesta segunda-feira, 13, carta aos dirigentes dos seis sindicatos dissidentes (RJ, RS, Litoral Paulista, São José dos Campos, SE/AL e Pará), respondendo à proposta de unificação da negociação do acordo coletivo. Os sindicatos dissidentes propuseram também que a FUP some-se a eles no indicativo de greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 15/10.
“Apresentamos esse indicativo, pois temos a certeza de que é o anseio de toda categoria para manter e ampliar direitos e conclamamos a FUP e suas bases a somarem forças com a Frente Nacional dos Petroleiros e suas bases nesse calendário para alcançarmos nosso objetivo”, ressaltam os dirigentes dos seis sindicatos dissidentes em carta apresentada à FUP durante o Conselho Deliberativo, no último dia 05.
A direção colegiada da FUP respondeu, destacando que reconhece o esforço dos dirigentes dos sindicatos dissidentes de buscar a unificação na campanha reivindicatória, mas ressaltou que “esse esforço na busca da unidade nacional não tem sido demonstrado no dia a dia da nossa convivência política”.
” A verdadeira unidade é fortalecer a organização dos trabalhadores petroleiros e não a construção de uma entidade paralela, fruto unicamente da disputa sindical e partidária, que não interessa à categoria”, afirma a direção da FUP no documento, conclamando os sindicatos dissidentes a filiarem-se novamente à Federação. A carta também enfoca que a FUP está aberta a construir de forma conjunta calendários de mobilizações e greves que unifiquem a luta da categoria.
Veja abaixo a íntegra da carta da FUP enviada aos seis sindicatos dissidentes:
A verdadeira unidade é fortalecer a organização dos trabalhadores!
Prezados diretores dos Sindipetros São José dos Campos, Rio Grande do Sul, Alagoas/Sergipe, Litoral Paulista, Rio de Janeiro e Pará/Amazonas, acusamos o recebimento do documento conjunto enviado pelas direções destes sindicatos.
Em primeiro lugar, a direção da FUP agradece e reconhece o esforço dessas direções em buscar a unidade dos trabalhadores petroleiros, através de um movimento conjunto, visando avançar nas negociações com a Petrobrás e suas subsidiárias e, consequentemente, conquistar um acordo digno para a categoria petroleira.
Entretanto, esse esforço na busca da unidade nacional não tem sido demonstrado no dia a dia da nossa convivência política. Volta e meia, a direção da FUP é surpreendida por ataques, calúnias e difamações feitas pelas lideranças desses sindicatos contra a nossa Fedeação, uma das mais importantes, representativas e respeitadas entidades do movimento sindical brasileiro.
Seja através de boletins, mensagens eletrônicas ou manifestações nos mais diversos fóruns, a tônica dos sindicatos dissidentes tem sido a disputa para desqualificar nossa organização e a tentativa de destruir a maior entidade sindical dos petroleiros. Estamos falando de uma organização que foi construída também por vocês e pelas bases as quais representam, fruto de décadas de luta da nossa categoria para conquistar uma única entidade que unificasse nacionalmente os petroleiros.
O entendimento da direção da FUP continua sendo o mesmo: a verdadeira unidade é fortalecer a organização dos trabalhadores petroleiros e não a construção de uma entidade paralela, fruto unicamente da disputa sindical e partidária, que não interessa à categoria.
A FUP tem o estatuto mais democrático das entidades sindicais de segundo grau do Brasil. Sua direção é formada por todas as forças políticas representativas da categoria e eleita democraticamente em congressos nacionais, com participação de delegados de todo o país.
Neste sentido, conclamamos essas direções a reverem suas posições políticas e voltarem a filiar essas entidades novamente à FUP, fortalecendo, na prática e não somente no discurso, a unidade da categoria petroleira.
Reafirmamos, também, que a direção da FUP está aberta construir com essas entidades calendários de mobilizações e greves que unifiquem a luta da categoria.
Respeitosamente,
João Antônio de Moraes
Coordenador da FUP
