Abertura política do Seminário “P-36 – Uma História de Luta pela Vida” ocorreu ontem a noite

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Na noite desta terça, 12 aconteceu a cerimônia de abertura do Seminário “P-36 UMA HISTÓRIA DE LUTA PELA VIDA”, conduzida pelo diretor de Formação Francisco Tojeiro. A primeira parte da noite foi uma atividade política que contou a participação do Representante da CTB, Northon de Almeida, o representante da FUP, Francisco José de Oliveira e o Coordenador Geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel.

Northon de Almeida, fez questão de lembrar que a classe trabalhadora é a única que tem a capacidade de homenagear e lembrar momentos que marcaram sua história, como o caso da P-36. E que aquele era o momento de homenagear os 11 companheiros mortos num momento trágico.

O diretor da FUP, Francisco José, lembrou dos tempos em que o governo FHC tentou privatizar a Petrobrás e os males que isso trouxe para a empresa, com a exploração do trabalhador e o aumento do número de mortes.

A cerimônia política foi fechada pelo coordenador do Sindipetro-NF, José Maria rangel, que lembrou que o Brasil não tem uma cultura prevencionista e que isso precisa ser incentivado. “As empresas só tomam alguma medida quando acontece alguma tragédia”. Zé Maria lembrou que na indústria do petróleo existem cerca de 16 pessoas morrendo todo ano, sem falar no adoecimento e nas mutilações e terminou sua fala comentando de sua eleição para Representante do Conselho de Administração da Empresa e colocando seu mandato como co-participativo com todos os trabalhadores.

Na segunda parte do evento Marcelo Figueiredo fez uma palestra sobre seu livro “A face oculta do Ouro Negro”, que foi lançado hoje no Sindipetro-NF. Falou sobre a precarização das relações e condições de trabalho, como elemento central na lógica insana da produção e lucro acima de tudo, e, por conseguinte, a causadora das mutilações, doenças e mortes que acometem os trabalhadores. Em seu livro narra casos de acidentes ampliados ocorridos no mundo do petróleo e acidentes fatais ocorridos na indústria, a partir da exploração humana e do desenvolvimento tecnológico.

“A industria do petróleo é marcada pela ganância e pelo poder e ela nos seduz porque se confunde com a história do capitalismo. No caso das plataformas e refinarias, sistemas complexos, o risco para quem trabalha nunca será eliminado” – disse Marcelo que completou afirmando que “cada petroleiro carrega um pouco de óleo em sua alma.”

O dia 15 de março é uma data marcada pelo luto e tristeza na categoria petroleira. Há doze anos, onze trabalhadores morreram, vítimas de uma explosão em uma das pernas da plataforma P-36. O episódio da P-36 é uma mancha na história da Petrobrás, e encontra suas raízes na forma exploratória que o capital adota na condução dos processos produtivos.