Acampamento Marisa Letícia sofre mais um atentado a tiros em Curitiba

CUT – O acampamento Marisa Letícia, instalado nas proximidades da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Lula é mantido preso político, desde 7 de abril, sofreu mais um atentado a tiros nesta terça-feira (26). Os tiros, segundo autoridades locais, teriam sido feitos para cima.

Durante a manhã, um homem tentou atropelar integrantes da Vigília Lula Livre, ameaçou os acampados e prometeu voltar, o que fez pouco tempo depois. Voltou disparando tiros para intimidar os trabalhadores e trabalhadoras que estão no local em solidariedade a Lula, protestando contra sua prisão injusta e ilegal, como disse até o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista a uma rede de TV portuguesa, no último fim de semana.

Em nota, a organização do acampamento denunciou a ação criminosa e e repudiou o atentado.

“Repudiamos o atentado na manhã de hoje, com tentativa de atropelamento e relato de tiros contra integrantes do acampamento Marisa Letícia, um dos espaços de dormitório dos militantes que estão na defesa do ex-presidente Lula.”

“Nos solidarizamos e exigimos a apuração por parte das autoridades e responsabilização dos culpados, lembrando que o atentado a tiros no dia 28 de abril, que feriu gravemente um militante no pescoço, ainda não apresentou qualquer resultado nas investigações. Frente a isso, é fundamental reforçar a organização dos trabalhadores, coletiva, com unidade entre os que constroem a vigília, frente aos ataques da extrema-direita, que despreza o povo, negros e negras, todos que lutam pelos direitos humanos”, completa a nota da organização.

No primeiro atentado a tiros, no dia 28 de abril, o acampado Jeferson Lima de Menezes, que ajudava no acampamento trabalhando na segurança dos companheiros e companheiras que estão em Curitiba para dar apoio a Lula, levou um tiro no pescoço.

Nas redes sociais, a coordenadora do acampamento, Edna Dantas, disse que o atentado foi em plena luz do dia e que o fascista “tentou nos atropelar em um semáforo próximo e continuou tentando atropelar mais dois companheiros. Em seguida, se dirigiu ao acampamento com uma arma na mão, prometendo atirar”.

Segundo Edna, “Curitiba não está punindo [os agressores], não tem segurança pública. Não protegem. Sofremos atentados e a segurança pública está ausente, deixando os fascistas atacarem o povo que tem uma bandeira. Curitiba está ausente, não pune os verdadeiros agressores. Divulgamos a cara, a identidade, a placa do carro e ninguém faz nada em defesa dos brasileiros que resistem”.