ACORDEM TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM CABIÚNAS!

Por Cláudio Nunes, Diretor do Sindipetro-NF e da FUP.

Leio nas mídias principalmente da esquerda que ocorreu um golpe no Brasil. Leio nas mídias que direitos trabalhistas estão sendo alvo do governo para a flexibilização.

Leio.

Leio.

Parece algo distante a realidade exposta nestas leituras que tem saído nas mídias, e parece que a grande maioria dos trabalhadores e colegas meus que laboram em Cabiúnas pensam desta forma, os deixando na inércia. Os motivos que me chegam são diversos, mas como conheço muitos, vejo que na verdade é o verdadeiro motivo é o medo.

Medo de perder o emprego.

Medo, que parecia longe, pois só alcançava os terceirizados, que era relatado somente nos boletins do sindicato.

Mas há algum erro ter medo?

Não considero que é errado ter medo. Considero que de fato há motivos para ter medo de ser demitido.

Porém não entendo o motivo de não resistir e não brigar. E não digo isso somente pelo emprego de quem está lendo este artigo, mas também pelo emprego do colega que está ao lado todos os dias, que você já foi no aniversário dos filhos ou da esposa, que você participou da comemoração do aniversário dentro do terminal.

A resistência contra o desemprego, contra a política de assédio aos membros da CIPA e contra a perseguição aqueles que dão prioridade a defesa da vida do colega que está ao seu lado, independente se haverá represália contra ele ou não, deveria ser ao menos evidenciada para a gestão.

Esta gestão que considera os trabalhadores da Transpetro que laboram em Cabiúnas como terceirizados de luxo e descartáveis. A empresa tem demonstrado que não enxerga os trabalhadores como indivíduos, mas sim como algo que pode ser descartado, como aconteceu com parte dos técnicos de enfermagem e que se desenha acontecer com outros setores.

Mas como a base responde a tudo isto? Em sua grande maioria com desdém. Haja vista o que ocorreu na mobilização pela vida e contra o assédio moral.

Na última terça-feira, 6, saiu na mídia a possibilidade, ainda não confirmada, da venda dos gasodutos da Nova Transportadora do Sudeste (NTS). Uma venda que representará o início do fim da Transpetro como operadora. A confirmação desta venda e dos demais gasodutos e oleodutos, será o enterro da Transpetro . Pois, certamente, uma empresa privada, com um custo bem menor de pessoal, será contratada.

O que faremos nós trabalhadores? Será que deixaremos o colega do lado perder o emprego e torcer que não seja a nossa vez? Eu sei que sempre lutei por manter nossos direitos e nossos empregos, nunca me conformei com a demissão dos colegas das terceirizadas no ano passado, e sempre falei nas setoriais que se não resistirmos chegaria a nossa vez.

Vamos juntos com o sindicato resistir a avalanche desses ataques. Para proteger o emprego do companheiro que está ao nosso lado.

Participem das setoriais e dos fóruns abertos pelo sindicato!