ACT 2025: Categoria rejeita contraproposta e aprova estado de greve. FUP cobra retomada nas negociações no dia 11

As assembleias foram concluídas nesta sexta, 07/11, com aprovação por unanimidade dos indicativos da FUP em praticamente todas as bases. O recado foi dado para os gestores do Sistema Petrobrás: a categoria petroleira está mobilizada e não admitirá retrocessos, enrolação ou redução de custos sobre os trabalhadores

[Da comunicação da FUP]

A FUP comunicou nesta sexta-feira, 07, à Petrobrás e às suas subsidiárias (Transpetro, PBio, Ansa, Termobahia e TBG) o resultado das assembleias, que rejeitaram enfaticamente a contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada no dia 16 de outubro e aprovaram estado de greve e assembleia permanente.

Foi cobrada a retomada das negociações no próximo dia 11, quando a Petrobrás se reunirá com as representações sindicais para responder aos questionamentos feitos em relação ao novo PDV e às mudanças na jornada de trabalho dos médicos e odontologistas.

No documento enviado às empresas do Sistema, a FUP também informa que a categoria referendou nas assembleias os três eixos de luta da campanha reivindicatória:

  1. que a Petrobrás apresente uma proposta concreta para resolver os planos de equacionamento dos déficits da Petros (PEDs);
  2. que o ACT reflita a distribuição da riqueza gerada pelos trabalhadores, garantindo condições dignas de trabalho, saúde e segurança, sem ajuste fiscal sobre salários e carreiras;
  3. em defesa da Pauta pelo Brasil Soberano e contra as privatizações e o novo modelo de negócios que está sendo implementado pela diretoria da Petrobrás.

PLR 2019

As assembleias também aprovaram a quitação da PLR 2019, um pleito que as entidades sindicais cobravam há mais de cinco anos e que foi, finalmente, reconhecido pela gestão da Petrobrás. Por meio de uma proposta construída em mesa pela FUP,  o acordo garantiu um valor igual para os trabalhadores de todo o Sistema Petrobrás, uma conquista que reafirma a solidariedade de classe da categoria.

Ataques durante a negociação do ACT

As assembleias foram concluídas nesta sexta, 07/11, com aprovação por unanimidade dos indicativos da FUP em praticamente todas as bases. O recado foi dado para os gestores do Sistema Petrobrás: a categoria petroleira está mobilizada e não admitirá retrocessos, enrolação ou redução de custos sobre os trabalhadores.

Não bastasse a resistência da empresa em avançar no processo de negociação coletiva do ACT, os gestores têm feito uma série de ataques à categoria em plena campanha reivindicatória. Desde ameaças de privatização e de terceirização de postos de trabalho de atividades fim, em decorrência do novo modelo de negócio de parcerias que está sendo implementado pela atual gestão, até arbitrariedades absurdas, como desimplante forçado de trabalhadores offshore, mudanças unilaterias na jornada de trabalho dos médicos e dentistasoferta de PDV sem negociação com os sindicatos. Somam-se a isso, medidas medidas antissindicais que impedem o livre acesso dos dirigentes sindicais nas unidades, como foi anunciado esta semana pela TBG.

Além de desrespeitar a interlocução com as representações dos trabalhadores e o próprio processo de negociação coletiva, essas ações autoritárias soam como provocação contra a categoria, no momento em que as assembleias aprovaram estado de greve.

Trabalhadores querem distribuição justa da riqueza gerada

O resultado do terceiro trimestre, anunciado nesta quinta, 06, pela Petrobrás, apontou um aumento de 23% do lucro líquido em relação ao segundo trimestre. No entanto, os trabalhadores, que produziram esse resultado, seguem sendo negligenciados em suas reivindicações, enquanto a diretoria da empresa libera mais R$ 12,16 bilhões para os acionistas. Somente este ano, já são R$ 32,6 bilhões de dividendos distribuídos, o que representa 34,5 % do lucro líquido obtido em 2025.

É inadmissível a gestão da Petrobrás defender na mesa de negociação uma política de austeridade fiscal, usando como desculpa a queda momentânea dos preços do barril do petróleo, enquanto segue pagando altíssimos dividendos aos acionistas. Os trabalhadores e as trabalhadoras exigem respeito e o que lhe é de direito: uma justa distribuição da riqueza gerada.