Administrativo: Saúde em risco no teletrabalho

Pesquisa feita pelo Dieese sob encomenda do Sindipetro-NF mostra que parcela significativa dos petroleiros e petroleiras da área administrativa da Petrobrás, em Macaé, começa a identificar impactos na saúde física e emocional em decorrência do trabalho em home office (ou teletrabalho). A pesquisa perguntou aos participantes quais sintomas eles manifestavam e em qual medida eles atribuíam o sintoma ao fato de estarem trabalhando em casa.

O conjunto de sintomas mais citados pelos respondentes foi “dores nas costas, pernas ou pescoço, hérnias (inclui lombalgias e varizes)”: 38,1% disseram que sentiam alguma destas dores, e 23,1% atribuíam esta condição ao teletrabalho.

Outros impactos

Também foi elevado o per-centual de respondentes que disse sentir “cansaço extremo, fadiga constante, tendinite, LER/DORT (inclui doenças reumáticas, dor nas articulações, dor ou formigamento nos ombros, braços ou mãos)”: 19,4% responderam que sentem estes sintomas, e 14,7% os atribuíram ao home office.

O mesmo ocorreu com “dores de cabeça ou enxaqueca” (17,2% / 8,8%), “depressão, pânico ou ansiedade” (16,8% / 9,2%), “dores de estômago, gastrite, úlcera (inclui problemas no sistema digestivo)” (11,7% / 4,4%) e “problemas cardíacos ou de pressão (alta ou baixa)” (15,4% / 1,8%).

Saúde é prioridade

A pesquisa foi realizada com 309 respodentes, por telefone, entre os meses de novembro e dezembro de 2020. Os dados darão suporte ao Sindipetro-NF nas negociações com a empresa sobre o teletrabalho. Para o sindicato, as questões que envolvem a saúde são prioritárias. Entre os participantes, 79% são homens e 20,7% são mulheres, com faixas etárias preponderantes de 30 a 39 anos (44%) e de 40 a 59 anos (47,6%).

Quando perguntados qual a principal função do sindicato no Grupo de Trabalho de acompanhamento do teletrabalho, a maioria considerou que é “acompanhar as questões de saúde do trabalhador, condições de ergonomia no home office, prevenção de doenças de trabalho potencializadas pelo teletrabalho” (27,2%) e “combater os excessos relacionados à carga de trabalho (23,6%), além de “acompanhar os impactos financeiros que o teletrabalho impôs sobre os orçamentos familiares (contas de água, luz e internet, alimentação, gastos com adaptação do espaço e equipamentos para executar o trabalho etc.” (22%), e “combater os excessos relacionados ao cumprimento da jornada” (15,5%).

Publicado originalmente no Nascente 1180