Afastamentos do trabalho em decorrência de transtornos mentais cresceram 30%

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O número de afastamentos do trabalho em decorrência de transtornos mentais cresceu 30% no período de um ano, atingindo 290 mil casos, de acordo com dados oficiais do INSS. O crescimento foi apontado pelo médico Sérgio de Lucca, que é professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e especialista em Medicina do Trabalho, durante o programa NF ao vivo desta semana.

O episódio, que debateu o crescimento do sofrimento mental e dos casos de suicídios relacionados ao mundo do trabalho, contou ainda com as participações da médica Márcia Bandini, da cientista social Marília Cintra, ambas pesquisadoras da Unicamp, e do coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, na conversa moderada pelo jornalista Vitor Menezes.

De acordo com Lucca, enquanto na população em geral há 7 casos de suicídio para cada 100 mil habitantes, no recorte feito apenas com trabalhadores esta incidência cresce em média em três vezes — proporção que é maior ainda em algumas categorias específicas, como a de policiais.

“As pessoas estão sofrendo no trabalho e esse sofrimento às vezes se manifesta em transtorno mental. E às vezes esse sofrimento é tão grande que a pessoa que quer acabar com o sofrimento ela, infelizmente, acaba com a própria vida, mas o que ela quer é acabar com o sofrimento que está insuportável”, afirma o médico.

O pesquisador lembra ainda o impacto que cada caso de suicídio provoca entre os chamados sobreviventes: “Um caso de suicídio dá um impacto muito grande com os colegas de trabalho que ficaram, com os sobreviventes, com os amigos, com os familiares. A gente vê que, para cada caso de suicídio, aproximadamente cinco pessoas são afetadas diretamente”.

Confira a íntegra do programa