Da Imprensa da FUP  – A FUP orientou os dirigentes sindicais que aguardavam no Rio de Janeiro a segunda rodada de negociação com a Petrobrás a retornarem para suas bases e fortalecerem a greve. A empresa suspendeu a reunião que havia agendado para esta terça-feira (10) e o momento, portanto, é de intensificar o movimento nacionalmente, em todos os estados.

Estamos realizando uma greve de vanguarda, que já é vitoriosa, pois o que está em disputa são os rumos da maior empresa do país. Os petroleiros e petroleiras que atenderam à convocação da FUP e estão protagonizando esse momento histórico são determinantes neste enfrentamento.

Essa é a hora de fortalecer a luta em todas as refinarias, nas plataformas, nos campos terrestres, nas unidades de produção e de processamento de gás, nos terminais, nas usinas de biodiesel e nas termoelétricas.

Os informes dos sindicatos da FUP são de que em várias unidades, a produção está paralisada ou parcialmente interrompida. Na Bacia de Campos, onde a greve já atinge 50 unidades marítimas, mais de dois milhões de barris de petróleo deixaram de ser produzidos, o que gera um prejuízo de pelo menos R$ 400 milhões para a Petrobrás. Soma-se a isso a paralisação e redução de produção nas plataformas do Ceará e Espírito Santo, além dos campos de produção terrestre da Bahia, do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo.

A Fafen-PR, maior produtora mundial de catalisador para caminhões a diesel (ARLA-32), está parada há mais de uma semana. A cada dia, 2 mil toneladas de uréia deixam de ser produzidas, assim como 1.350 toneladas de amônia e 1.680 toneladas de ARLA-32. Segundo o sindicato, o impacto financeiro da paralisação da fábrica é de R$ 2 milhões por dia.
Na Bahia, o sindicato estima que metade da produção do estado está paralisada. Nos campos de produção terrestre, cerca de 2 milhões de metros cúbicos de gás diários deixaram de ser produzidos e na região de Candeias, a produção diária caiu de 4.500 para 2.100 barris de óleo. A greve também impactou na geração de energia em Camaçari, que sofreu uma redução de mais de 60%, caindo de 326 para 118 megawatts. A paralisação da usina de Candeias interrompeu a produção de bioediesel, ácido graxo e de glicerina. Na Fafen, foi cortada inteiramente a produção de uréia e interrompida a distribuição de amônia, ARLA-32, ácido nítrico, entre outros produtos.

Na Reduc, houve uma queda de 30 mil barris diários de petróleo refinado, a produção de asfalto está interrompida e a produção de coque já sofreu uma redução superior a 80%, o que gera um prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia à Petrobrás. Na Recap (SP), metade da produção foi afetada. Na Lubnor (CE) e na Refinaria Clara Camarão (RN), as unidades também foram paralisadas.

No Rio Grande do Norte, o Polo de Guamaré reduziu consideravelmente a produção, assim como as 13 plataformas que estão em greve. No Ceará, 87% da produção de óleo e 94% da de gás foram paralisados. No Espírito Santo, a produção das plataformas P-58 e P-57 também caiu pela metade, nos dois primeiros dias da greve.