O Sindipetro-NF recebeu denúncias graves de que a P-63 teve uma semana de anormalidades diárias.
O NF apurou que no último sábado, 24, às 20h30 ocorreu um AVS com toque de abandono e na madrugada de domingo houve uma sequência de “blackout’s”, quando a planta, após ser alimentada, caia novamente. Na segunda, 26, ocorreu um alarme de fumaça na casa dos motores das bombas de captação que disparou o alarme intermitente. Isto foi uma pequena amostra do que aconteceu na unidade num período de uma semana, do dia 20 a 27 de março.
A produção de óleo e gás da P-63 e P-61, em consequência, está parada desde o ocorrido no sábado. Além disso, o sistema de automação da plataforma não está confiável e não consegue identificar a causa da maioria dos eventos.
O gerente da base está à bordo da P-63.
Efeitos em P-61
A P-63 fornece energia para a P-61 e por causa destes vários “blackout’s”, sem uma causa identificada, a gestão decidiu que não seria restabelecida a alimentação para a P-61. Por isso, a energia da plataforma está sendo feita por geração de emergência até este momento.
A categoria também informou que dos seis geradores principais, somente dois estão operacionais, e das quatro bombas de captação de água do mar, apenas uma está operacional.
Esgoto no mar
Além disso, a unidade de tratamento de esgotos (UTE) de P-63 está funcionando há mais de três meses sem injeção de produtos químicos na saída, ou seja, sem fazer o tratamento do esgoto que é lançado no mar. Segundo relatos, a comissão que investigou a causa do rompimento desta UTE determinou que a válvula do ladrão da UTE ficasse aberta, com isto toda a vez que tem um aumento rápido de volume, o esgoto é lançado num poço da praça de máquinas.
Os trabalhadores dizem que só não virou um esgoto ao céu aberto porque a praça de máquinas é fechada, mas a temperatura média de 40°C e alta umidade contribuem para a proliferação das bactérias. Neste local, trabalham cinco operadores constantemente que estão expostos a este esgoto.
No dia 20 foi lançado esgoto novamente no poceto, a CIPA cobrou posicionamento do Geplat e até agora não obtiveram resposta. Passada uma semana, os trabalhadores da praça de máquinas continuam expostos ao risco.
Fumaça nos painéis elétricos
Hoje, 28, por volta das 9h, dois sensores detectaram presença de fumaça no segundo piso do módulo de painéis elétricos M90. Os trabalhadores contam que o alarme intermitente foi tocado mais de uma vez levando as pessoas para o ponto de reunião. O motivo do alarme foi um dano em uma fonte de alimentação ininterrupta (UPS) devido ao superaquecimento da sala. O sistema de ar condicionado que refrigera os três pisos do módulo 90 passou a apresentar baixa eficiência a partir da sequência de “blackout’s” narrados anteriormente. No segundo piso deste módulo também há uma sala de transformadores onde todos os ventiladores estão danificados.
Os trabalhadores estão preocupados com a segurança, devido ao grande número de eventos num curto período de tempo. Não houve um dia, nos últimos oito, sem um “blackout” ou alarme na P-63.
O Sindipetro-NF questiona a gestão da Petrobrás sobre a forma inconsequente com que está tratando a vida e a segurança dos trabalhadores à bordo de P-63 e exige uma atenção imediata à unidade, antes que aconteça uma tragédia maior.
