Aos companheiros da Bacia de Campos

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Há oito anos, em um 15 de março, como hoje, uma explosão matou 11 trabalhadores na P-36. Dias depois a gigante estrutura viria a afundar levando os seus corpos e produzindo a mais contundente imagem de uma era de sucateamento e irresponsabilidade na Petrobrás. Era o marco do tratamento que o governo FHC dera à empresa.

Sob a justificativa de que a crise mundial, de 1998, impunha contenção de despesas, aumento da terceirização, precarização do trabalho, corte de direitos (como a dobradinha), a companhia mergulhou em um dos seus momentos mais sombrios e viu aumentar, em número e em consequências, tragédias ambientais e acidentes de trabalho. 

Agora, uma nova crise mundial serve de argumento para que os burocratas da empresa adotem o mesmo discurso, buscando impor aos trabalhadores e às necessidades básicas da empresa os cortes irresponsáveis que estão na raiz das grandes tragédias. Querem abrir, no governo Lula, um novo ciclo à moda FHC.

A recusa em pagar o adiantamento da PLR e em estabelecer regras para PLRs futuras, o corte da dobradinha em Campinas – base que não havia aceitado a retirada do direito –, a redução de custos nas áreas de saúde e de segurança, as demissões no setor petróleo privado, são sinais de uma investida conservadora que deve encontrar veemente resistência entre os trabalhadores, sob pena de permitirmos a criação de um cenário favorável ao retrocesso em inúmeras conquistas.

Além disso, o reduzido provisionamento de PLR para os trabalhadores — de 11,48% dos dividendos dos acionistas —, o menor dos últimos seis anos, é uma manobra clara no sentido de colocar nos ombros dos petroleiros o peso da crise mundial, preservando o rendimento dos que ganham sem trabalhar, em detrimento daqueles que arriscam suas vidas para produzir.  

Corte de programas de saúde laboral nas plataformas e redução no número de exames periódicos também são aspectos visíveis desta nova onda de cortes em atividades essenciais para a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Esta é a hora, portanto, de um posicionamento firme. Por isso, é muito importante que todas as unidades realizem as suas assembleias para construir um movimento forte a partir do próximo dia 23. Os petroleiros sabem da responsabilidade histórica da categoria em não permitir que dilapidem a Petrobrás, o setor petróleo e as condições de trabalho de milhares de companheiros.

Vamos à luta!

Saudações sindicais
Diretoria Executiva do Sindipetro-NF
Macaé, 15 de Março de 2009