Aos companheiros da Bacia de Campos
Neste momento em que estão abertas as inscrições para candidaturas de integrantes das Cipas por plataforma, até o próximo dia 23, o Sindipetro-NF convida cada trabalhador à reflexão acerca da sua participação na defesa das condições de segurança.
A Cipa por plataforma é uma das mais importantes conquistas do sindicato na área de segurança. Há mais de dez anos a sua instalação é reivindicada e, agora, fruto de uma feliz convergência entre a decisão favorável da justiça, em ação civil pública movida pela entidade, e a discussão do anexo da NR-30, a Petrobrás tem que viabilizar a instalação das comissões.
O sindicato deve ser entendido como representante dos trabalhadores, mas não substituto dos trabalhadores. Isso quer dizer que é sempre o trabalhador, que vive diariamente as condições da produção, que tem maior possibilidade de identificar problemas e lutar por soluções.
O NF sempre denunciou a insuficiência da Cipa de terra, que não está próxima do local onde os problemas ocorrem, e perde a dimensão do real impacto dos riscos sobre as vidas dos petroleiros. Agora, com uma Cipa por plataforma, esta vigilância pode ser muito mais eficaz e muito mais atenta à visão dos trabalhadores sobre os processos produtivos.
No entanto, de nada adiantará a conquista do sindicato se os trabalhadores não se dispuserem a ocupar os espaços nas Cipas das plataformas. Seria como reivindicar um instrumento que não se deseja utilizar, transformando-o apenas em mais um aparato burocrático controlado pela empresa.
Se o petroleiro, que é a verdadeira vítima das condições inseguras de trabalho, não ocupar os espaços das Cipas, estará dando o recado indireto de que não se preocupa com o problema, e não tem interesse em utilizar os próprios meios de defesa que conquista.
A Cipa não é o único mecanismo para a luta por segurança. Mas é um instrumento importante, especialmente quando tão próximo do local de trabalho. Ela pode contribuir, por exemplo, no esforço que faz o sindicato em mapear todas as pendências das unidades na área de segurança, subsidiando as denúncias para o Ministério Público do Trabalho, a DRT e o Ministério do Trabalho.
Não podemos desperdiçar esta conquista. Cada petroleiro deve perguntar à sua consciência se pode dar uma contribuição valorosa para si mesmo e para seus companheiros, candidatando-se para defender a segurança sob a ótica dos trabalhadores.
Saudações sindicais,
Diretoria Executiva do Sindipetro-NF
Macaé, 18 de junho de 2009.